domingo, janeiro 31, 2010

Onda

O primeiro facto a destacar no jogo desta noite é o ambiente fantástico que se viveu na Luz. 52.616 espectadores estiveram presentes, e criaram um clima como normalmente se costuma viver nos grandes jogos europeus. A onda vermelha está em pleno. Depois, claro, a vitória convincente sobre a única equipa que esta época tinha vencido na Luz, que nos mantém colados ao primeiro lugar.

Alguma surpresa pela ausência do Ramires dos convocados. No seu lugar jogou o Carlos Martins. Na defesa, o Fábio Coentrão manteve a titularidade do lado esquerdo da defesa. Entrada forte do Benfica no jogo, com o Cardozo logo no primeiro minuto a dispor de uma boa situação após ser isolado por um passe do Javi, mas logo aí mostrou que não estava numa noite sim, pois demorou muito tempo a rematar e foi desarmado. O Vitória respondeu bem, com um esquema táctico semelhante ao que lhe trouxe bons resultados no jogo para a Taça. Não é fácil jogar contra eles, porque estão bem organizados na defesa, e depois sabem sair rápido para o contra-ataque. Apesar de algum ascendente do Benfica - até porque o Vitória ficava no seu meio campo à espera do Benfica - o equilíbrio estava a ser a nota dominante na partida, até que aos dezassete minutos o Benfica marcou. Numa incursão pelo centro o Aimar tentou passar a bola ao Cardozo, mas o passe foi interceptado e a bola voltou-lhe aos pés, tendo então ficado isolado e marcado com facilidade. Este golo acentuou o ascendente do Benfica, que parecia capaz de poder aumentar a vantagem. Mas pouco depois da meia-hora acabámos por ser surpreendidos num contra-ataque do Vitória, e o Nuno Assis (goste-se ou não dele, a verdade é que ele é claramente o melhor jogador do Vitória, e hoje fez um grande jogo) aproveitou para fazer o golo do empate, naquele que até a altura seria o primeiro remate do Vitória na partida. O Benfica acusou o golo, e durante alguns minutos voltámos a toada de equilíbrio da fase inicial do jogo, para depois nos últimos cinco minutos voltarmos a pressionar e a ameaçar chegar ao golo, mas sem sucesso.

A segunda parte foi diferente da primeira, e para melhor. O Benfica entrou mais uma vez bem, com maior agressividade e pressionando mais alto, e isto deu frutos logo aos cinco minutos, com o Carlos Martins a aproveitar para marcar com um remate colocado após uma boa iniciativa do Aimar na direita. E o bom momento do Benfica voltou a dar resultados dez minutos depois, mais uma vez através do Carlos Martins, desta vez a finalizar uma boa jogada de ataque do Benfica com um grande remate, ainda de muito longe, a resultar num golão de levantar o estádio. O jogo agora estava bastante aberto, com o Vitória à procura do golo, e esteve perto de o conseguir, mais uma vez pelo Nuno Assis, que viu o golo ser-lhe negado por uma boa intervenção do Quim. Pouco depois, quando ainda faltavam vinte minutos para o final, o Carlos Martins estragou um noite que estava a ser quase perfeita para ele, ao ver o segundo amarelo por uma inútil mão na bola, e deixando-nos reduzidos a dez. Mas esta desvantagem numérica pouco se notou. O Vitória passou naturalmente a ter mais posse de bola, mas o Benfica manteve a organização e conseguiu até criar duas oportunidades flagrantes para aumentar a vantagem. Primeiro foi o Cardozo, a partir completamente isolado desde a linha do meio campo após passe do Di María, a falhar o golo de forma inacreditável, permitindo a defesa ao Nílson. E depois foi o mesmo Nílson, com uma defesa incrível, a negar o golo ao Éder Luís, levando a bola a bater ainda na trave. Só quase no final do jogo o Vitória voltou a ameaçar seriamente a nossa baliza, mas o cabeceamento do Douglas saiu ao lado e manteve-se a nossa justa vantagem no marcador.

O Carlos Martins, com a expulsão, conseguiu estragar uma noite que estava a ser perfeita para ele. Foi pena, mas como a expulsão acabou por não ter resultados nefastos para o Benfica, isso não lhe tira a distinção de melhor jogador do Benfica esta noite. Marcou dois grandes golos, e mesmo durante a primeira parte já tinha sido um dos jogadores mais activos. Bom jogo também do Aimar, com um golo e uma assistência, e no geral muito mais participativo e decisivo do que tinha mostrado nos últimos jogos, após regressar da lesão. Menção também para o bom jogo do Di María. No campo oposto, o Cardozo teve uma noite que de certeza preferirá esquecer rapidamente.
Começou mal o jogo, e isso acabou por dar o mote para o resto da noite. A intervenção mais positiva que teve foi o toque de calcanhar para o Carlos Martins marcar o terceiro golo. De resto esteve quase sempre lento a decidir e a reagir.

Foi mais uma boa vitória frente a um adversário difícil. Temos conseguido ultrapassar estes últimos desafios, potencialmente de dificuldade elevada, com relativa facilidade e categoria. Neste momento é muito difícil travarem-nos.

domingo, janeiro 24, 2010

Segunda

E pronto, era preciso ganhar em Vila do Conde para garantirmos a passagem às meias-finais da Taça da Liga, e foi-se ganhar a Vila do Conde pela segunda vez no espaço de duas semanas. Isto perante a fantástica massa adepta benfiquista do norte do país, que encheu as bancadas do Estádio dos Arcos mais uma vez.

Já escrevi antes sobre a pouca importância que dou a esta competição, mas o Benfica quando entra seja em que competição for, tem que jogar para ganhar, e foi portanto uma equipa praticamente titular aquela que iniciou hoje o jogo. Alterações ao onze padrão apenas o Moreira na baliza, o Carlos Martins no lugar do Ramires, e o Fábio Coentrão no do Peixoto. O Rio Ave deu ideia de ter entrado um pouco melhor no jogo, mas ao fim do primeiro quarto de hora já o Benfica tinha invertido isto, pegando no jogo e partindo na procura da vitória de que necessitava.
Ao contrário do jogo para a Liga, em que a primeira parte tinha sido fraca, desta vez o Benfica não ficou à espera do intervalo para impor a sua superioridade. Sem deslumbrar, o Benfica ia dominando e criando situações de algum perigo, que na sua grande maioria acabaram desperdiçadas devido à pouca inspiração no momento do passe final. Ou os centros eram demasiado largos, ou os passes demasiado curtos, ou então demorava-se um segundo a mais a decidir, e o remate acabava por não surgir. O Aimar esteve desinspirado esta noite, e isso notava-se, e mesmo o Saviola não estava nos seus melhores dias. Por isso, e apesar do jogo mostrar uma cara diferente da do jogo da Liga, o resultado ao intervalo era o mesmo: um nulo no marcador.

E tal como no jogo a contar para a Liga, após o intervalo não foi preciso esperar muito para vermos um golo do Benfica. Foi aos quatro minutos, num bonito remate cruzado do Carlos Martins, sobre a direita, após passe do Cardozo. Dada a superioridade que o Benfica já mostrava antes do golo, depois de obtida a vantagem pensei que pudéssemos assistir, mais uma vez à semelhança do jogo anterior, ao Benfica a gerir tranquilamente a vantagem. Mas as semelhanças com esse jogo terminaram abruptamente cinco minutos depois, quando o árbitro descortinou uma falta do David Luiz num desarme de carrinho dentro da área, e o Rio Ave aproveitou o respectivo penálti para empatar (pena que o árbitro não tenha tido o mesmo critério ou coragem para apitar em duas outras situações, passadas dentro da área do Rio Ave). O Benfica abanou um pouco com o golo sofrido, e durante alguns minutos não conseguiu ter o mesmo controlo no jogo, mas voltou a reassumi-lo para dominar completamente durante os vinte minutos finais. Logo a seguir a de um susto, quando o Rio Ave obrigou o Moreira a fazer a única defesa digna desse nome durante o jogo, acabámos por marcar praticamente na resposta, com o Di María, desmarcado na esquerda pelo Cardozo, a isolar-se e a rematar cruzado. Faltavam nesta altura quinze minutos para o final, e durante este período foi sempre o Benfica quem esteve mais perto de voltar a marcar, sendo o momento de maior perigo quando o estreante Kardec conseguiu acertar duas vezes consecutivas no poste.
Pena que não tenhamos conseguido voltar a marcar, já que mais um golo significaria a vantagem de jogarmos a meia-final em casa.

Destaco o Cardozo, que apesar de não ter marcado fez as assistências para os nossos dois golos. Também gostei do Di María, que foi dos mais activos no jogo, criando situações de perigo e sendo recompensado com o golo decisivo. Também gostei de ver o Maxi, sobretudo na segunda parte, em que controlou o seu lado à vontade e apoiou várias vezes o ataque com perigo. Quem esteve menos bem hoje foi o Aimar, que teve algumas perdas de bola e demasiados passes errados para aquilo que lhe é habitual.

Nas meias-finais já estamos, agora lá teremos que ir jogar o acesso à final a casa do sportém ou dos andrades, já daqui a duas semanas e meia. É mantermos a mesma atitude desta noite, e jogarmos para ganhar.

domingo, janeiro 17, 2010

Goleada

Levou o Marítimo aqueles que merecia ter levado na primeira jornada, e a goleada final de 5-0 até poderá fazer que foi um jogo fácil, mas a verdade é que nem sempre tudo foram rosas.

Apresentámos o onze mais 'titular' de início, e o jogo não começou nada bem para o nosso lado. Logo no primeiro minuto, um susto com um ressalto no David Luiz a levar a bola ao poste da nossa baliza. Os primeiros minutos davam a entender que o jogo não seria fácil, com a nossa equipa a falhar muitos passes logo na saída para o ataque, sendo que neste particular a qualidade de passe do Aimar estava estranhamente abaixo daquilo que lhe conhecemos. O Marítimo dava a ideia de conseguir estar a controlar-nos sem muita dificuldade, embora sem dominar, e por isso oportunidades de golo nem vê-las durante a primeira fase do jogo. Tudo isto terminou de forma abrupta à meia hora de jogo. É que na primeira oportunidade criada pelo Benfica, marcámos. Na verdade foram quatro oportunidades em uma, com o Peçanha a defender um primeiro remate do Aimar e as duas recargas do Cardozo que se seguiram, mas depois a não poder fazer nada quando o Cardozo, com toda a calma, levantou a cabeça e colocou a bola para o segundo poste, onde o inevitável Saviola apareceu a cabecear para o golo.

Logo a seguir o Marítimo ficou reduzido a dez, e cinco minutos depois o Di María, numa jogada individual fantástica, ganhou a linha de fundo e ofereceu o golo ao Maxi. A partir daqui foi evidente que o vencedor do jogo estava praticamente decidido, e mais evidente ficou no último minuto da primeira parte, quando após passe do Di María, o Cardozo viu o seu remate para golo ser travado com a mão por um defesa do Marítimo. Penálti evidente e expulsão óbvia, tendo o Cardozo aproveitado para fazer o terceiro golo. Saindo para intervalo a vencer por três golos de diferença, e com o adversário reduzido a nove, a segunda parte seria apenas para cumprir calendário, e o interesse residia apenas em ver quantos golos mais conseguiríamos marcar, o que dependeria muito do quanto estaríamos dispostos a forçar o andamento.

A verdade é que nunca me pareceu que o Benfica estivesse muito interessado em carregar muito e jogar a uma velocidade muito alta. A segunda parte foi, pois, de reduzido interesse, e algo aborrecida de ver. Dominámos, como era óbvio face a uma equipa reduzida a nove, mas a atitude foi mais de deixar o tempo ir correndo, e ver se os golos iam aparecendo. As saídas de jogadores importantes como o Ramires, Aimar e Saviola também terá ajudado à redução do ritmo de jogo. Logo aos cinco minutos apareceu o quarto, um autogolo a cruzamento do Maxi, a finalizar uma boa jogada de envolvimento na direita. E o quinto golo surgiu a vinte minutos do final, com o Luisão a antecipar-se de cabeça ao guarda-redes do Marítimo após um livre da direita marcado pelo Di María (acabou por estar ligado a três golos). Pelo meio, apenas num remate do Carlos Martins estivemos perto de marcar. Até final, apenas duas ou três situações de algum realce, em remates do Di María, Javi García e David Luiz. Ficámo-nos pelos cinco golos, a um de diferença da goleada do ano passado.

É estranho que no final de um jogo ganho por cinco golos de diferença não me seja fácil lembrar-me de algum jogador que se tenha destacado muito dos outros. Talvez mereça realce o facto do Di María, após uma primeira meia hora bastante má (embora durante esse período praticamente toda a equipa tenha estado desinspirada) ter acabado por ter intervenção directa em três dos nossos golos. Gostei do jogo do Javi García, embora não seja novidade nenhuma o espanhol estar em bom plano.

Conforme se exigia, conquistámos duas vitórias nos dois jogos seguidos fora de casa, que se anteviam difíceis, e até deu para aumentar para seis pontos a vantagem sobre os andrades, que não aproveitaram os seus dois jogos em casa para encurtar distâncias. Agora o campeonato só volta no final do mês, com uma jornada que, em teoria, apresenta boas possibilidades de nos ser benéfica. Entretanto, gostaria de saber se não há qualquer punição disciplinar que possa ser aplicada ao Peçanha. É que o homem apresentou-se na flash interview claramente alcoolizado.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Batalha

Um empate acabou por ser um mal menor após a batalha naval que foi o jogo desta noite, disputado num campo em más condições devido ao temporal que sobre ele se abateu.

Meia equipa foi poupada no onze inicial, alinhando dos titulares a defesa habitual (menos o guarda-redes, que foi substituído pelo Júlio César) e no meio campo o Ramires e o Aimar. Quanto ao resto, Roderick a trinco, Coentrão a completar o meio campo, e Nuno Gomes e Éder Luís (a estrear-se) no ataque. A primeira parte foi o mais previsível possível face às condições em que se disputava o jogo. Muita competitividade, muita luta, sobretudo na zona do meio campo, mas pouco futebol bem jogado e uma quase total ausência de oportunidades de golo. Falar de futebol jogado, aliás, nem faz muito sentido. A equipa que melhor se adaptaria ao estado do campo era aquela que mais rápida e eficazmente conseguia levantar a bola e despejá-la para a frente, já que trocas de bola ou jogadores a transportá-la em corrida era quase impossível. O nulo ao intervalo não só era ajustado, como aliás se previa que pudesse permanecer inalterado até ao final.

Mas a segunda parte (já sem Aimar e Nuno Gomes, mas com Javi García e Cardozo e a jogar em 4-4-2) foi diferente. Não na qualidade de jogo, porque era impossível apresentar um futebol muito melhor naquelas condições, mas sim na quantidade de oportunidades de golo que surgiram para ambas as equipas. Começou melhor o Guimarães, ameaçando logo com um remate de meia distãncia, e mostrando-se mais perigoso e melhor adaptado ao campo (conforme disse antes, conseguia chutar a bola mais rapidamente para a frente). As ameaças acabaram por resultar num golo perto do quarto de hora, aproveitando uma intervenção infeliz do Maxi Pereira, que acabou por amortecer a bola para o remate do avançado do Guimarães. O golo não fez o Vitória abrandar, que durante os minutos seguintes dispôs de duas novas oportunidades para marcar, levando a bola à barra da nossa baliza numa, e proporcionando uma boa defesa ao Júlio César na outra (atirando depois ao lado a recarga). A vinte minutos do final, numa altura em que o Di María já tinha entrado para o lugar do David Luiz, o Benfica finalmente acordou e reagiu, e daqui até final as melhores oportunidades de golo pertenceram-nos. Primeiro o Coentrão deu o mote, rematando à barra depois de isolado pelo Cardozo. Cinco minutos depois, a 'passe' do Maxi, o mesmo Coentrão, sensivelmente na mesma zona, não perdoou e marcou o golo do empate. O Maxi teve uma oportunidade isolado, que desperdiçou permitindo a defesa ao guarda-redes, e o Cardozo ainda teve um bom remate, novamente defendido.

Não é fácil fazer destaques num jogo em que pouco futebol se jogou. O Éder Luís estreou-se, fez os noventa minutos, mas não consegui ficar com qualquer opinião concreta sobre ele. Não me parece que o estilo de jogo dele seja particularmente indicado para um relvado naquele estado (acho aliás que para além do Bobó ou do Ali Hassan, nenhum outro jogador teria um estilo de jogo indicado para um relvado tão alagado). Gostei de muitas das intervenções do Júlio César durante o jogo, não tendo culpas no golo sofrido. O Cardozo também teve uma contribuição importante na segunda parte, em particular no melhor período do Benfica no jogo.

Nenhum jogador foi expulso, o que foi importante, também não se lesionou ninguém, o que foi ainda mais importante, e o empate mantém-nos dependentes de nós próprios para passarmos às meias-finais. Para a competição que é, isto bastou-me.

domingo, janeiro 10, 2010

Mérito

O jogo era difícil, o adversário ainda não tinha perdido em casa esta época, mas após uma primeira parte complicada, uma segunda parte de bom nível chegou para arrancar uma vitória preciosa, com um golo do suspeito do costume.

Com o David Luiz suspenso e o Sídnei lesionado, coube ao Miguel Vítor a tarefa de ocupar o lugar ao lado do Luisão. No meio campo, regressos do Di María e Ramires, e meio regresso do Aimar, que ficou no banco, jogando o Carlos Martins nessa posição. Esperava-se um jogo complicado e não foi preciso esperar muito para verificarmos que seria mesmo esse o caso. O Rio Ave cedo mostrou a razão pela qual tem feito um campeonato tranquilo, montando uma teia a meio campo da qual os nossos jogadores não se conseguiam libertar. Aplicando uma pressão alta sobre o portador da bola, e bloqueando eficazmente as subidas dos nossos laterais, o Rio Ave conseguiu anular grande parte do nosso jogo ofensivo. Daqui resultou uma primeira parte muito disputada a meio campo, sem muitas oportunidades de golo. As excepções acabaram por acontecer sobretudo depois de erros individuais de parte a parte, sendo que no que nos diz respeito, o maior calafrio resultou de um erro incrível do Maxi, que perdeu a bola à saída da nossa área, deixando um adversário isolado (que depois chutou ao lado). Apenas num par de vezes conseguimos criar maior perigo junto à baliza do Rio Ave, uma num remate do Carlos Martins que acertou no guarda-redes adversário, e outro num centro do Cardozo da esquerda, ao qual o Ramires poderia ter dado melhor seguimento.

Quanto à segunda parte, é difícil dizer se o Benfica entrou com uma melhor atitude e daí resultou o golo, ou se foi o golo que alterou completamente o figurino do jogo, permitindo ao Benfica exibir uma superioridade clara durante todos os segundos quarenta e cinco minutos. O certo é que o golo apareceu muito cedo. Logo depois do reinício, canto na esquerda do nosso ataque, marcado pelo Carlos Martins, com o Cardozo a aparecer num molho de jogadores a ganhar de cabeça e a desviar para trás, onde ao segundo poste apareceu o inevitável Saviola solto de marcação (dê lá por onde der, ele consegue sempre libertar-se de qualquer marcação e aparecer quase sozinho a finalizar), a rematar de primeira para o golo. E apesar do muito tempo que faltava para jogar, o jogo pareceu ficar decidido ali mesmo. É que nunca o Rio Ave conseguiu dar sequer a impressão de poder voltar à discussão do jogo. O controlo do Benfica foi constante, e ainda mais evidente se tornou com a entrada em campo do Aimar. O Rio Ave só conseguia fazer a bola aproximar-se da nossa baliza quando a despejava para a frente, e foi sempre o Benfica quem pareceu mais perto de poder voltar a marcar.

Para não fugir à regra dos últimos tempos, tenho que destacar o Saviola. Já não sobram muitos adjectivos para qualificá-lo. O argentino exibe classe em quase tudo o que faz, e a forma como finalizou o lance do golo só está ao alcance de um jogador com uma qualidade muito acima da média. Gostava também de mencionar a exibição do Miguel Vítor. É, em teoria, o quarto central da equipa, mas não me parece que seja por ele jogar que vamos tremer ou fraquejar. Sorte da equipa que pode contar com tantos centrais de qualidade. Gostei também da exibição do Ramires. Pela negativa, não gostei da exibição do Di María, nem dos dois laterais, embora o Maxi tenha melhorado muito na segunda parte. Já o Peixoto, nunca me pareceu ter estado a um nível convincente.

O mais importante, a vitória num campo difícil onde ainda ninguém tinha passado esta época, foi conseguido com mérito, e nem sequer se notou o terror na nossa equipa causado pela dinâmica de mercado da lagartagem. Gostei muito de ver também a enorme mancha vermelha que apoia a nossa equipa, e que praticamente encheu o estádio esta noite, dando de certeza aos nossos jogadores a sensação de estarem a jogar em casa. Acabamos a primeira volta no primeiro lugar empatados com o Braga, e não duvido que uma segunda volta do mesmo nível chegará e sobrará para sermos campeões.

domingo, janeiro 03, 2010

Regresso

A crónica será curta, porque a vontade que tenho de escrever sobre este jogo para esta competição martelada no calendário nacional é praticamente nula. Primeiro porque a competição não me diz muito. Depois, porque o jogo em si também não foi particularmente interessante.

No regresso da pausa de Natal, o Benfica apresentou o onze mais forte que era possível apresentar nesta altura, assinalando-se em relação ao jogo com os andrades apenas o regresso do Fábio Coentrão, que apareceu no lugar no Ramires. Quanto ao jogo, foi o que se esperava, com o Nacional a aparecer em campo apostado em segurar o empate, tentando o contra-ataque para explorar eventuais erros do Benfica. O Benfica teve o domínio natural do jogo, e até começou a dar uma boa imagem, pressionando alto e conquistando vários cantos, mas após os primeiros quinze minutos a exibição deixou de ser particularmente inspirada. O domínio manteve-se sempre, mas não conseguimos criar muitas oportunidades para marcar, falhando na altura do remate. O lance de maior realce acabou por ser um golo do Nacional, que me pareceu mal anulado, por fora-de-jogo inexistente. Ou seja, não me admira nada que mais uma vez tenhamos uma decisão errada a favorecer-nos na Taça da Liga para servir de aríete à tese dos nossos adversários que diz que somos beneficiados na Liga.

Para a segunda parte pareceu-me que o Jesus acertou com a entrada do Weldon, que se encostou à esquerda. Nem sempre acabou por decidir bem as jogadas, mas veio causar mais problemas à defesa adversária, e o Benfica passou a conseguir incomodar mais frequentemente a baliza do Nacional. As jogadas de perigo iam aparecendo, quase sempre com a intervenção do Saviola, mas o golo ia tardando. E mais uma substituição feliz lançou o Nuno Gomes para dentro do campo, que com o seu primeiro toque na bola desmarcou o inevitável Saviola sobre a direita, que depois fez o golo. Depois disto, o Nacional cresceu e nos minutos finais poderia ter chagado ao empate, o que não aconteceu apenas por aselhice do seu avançado.

Melhores do Benfica neste jogo, para mim, Saviola no ataque e Luisão na defesa. Se calhar houve mais jogadores a merecerem destaque, mas confesso mesmo que não consegui prestar a devida atenção ao jogo. Esta competição não me interessa mesmo nada. É sempre bom ganhar, mas pouco mais que isso.

Ao menos este jogo terá servido para ganharmos ritmo para o jogo do próximo fim-de-semana, esse sim, de grande importância.