quinta-feira, agosto 30, 2007

Grupo D

AC Milan
Benfica
Celtic
Shakhtar Donetsk

Não foi nada agradável o sorteio. Primeiro apanhámos com um cabeça de série italiano, que ainda por cima é uma das nossas bestas negras na Europa. À custa deles foram duas finais. Depois o Shakhtar, que era a única equipa que eu não queria do Pote 4. Gastaram rios de dinheiro este ano, e reforçaram-se com jogadores como o Lucarelli e o Willian. Valeu o Celtic, que considero perfeitamente ao nosso alcance. Enfim, hay que salir a ganar.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Atitude

Missão cumprida. Com alguma sorte à mistura (também faz falta), uma boa atitude, e um lance perfeito de laboratório conseguimos o que se exigia: o apuramento para a fase de grupos da Champions. Como bónus, até conseguimos passar a eliminatória com duas vitórias, que sempre contribuem com dois pontos para o ranking de Portugal na UEFA, a que se somam mais três pela qualificação - dada a nossa situação actual, este ano qualquer pontinho é importante. Não foi uma boa exibição do Benfica, mas foi uma exibição esforçada, e suficiente para cumprir os objectivos.

O Luisão não mostrou estar recuperado para este jogo, e mais uma vez o Camacho apostou no júnior Miguel Vítor. E convém frisar que ele é mesmo júnior de segundo ano, ainda pode participar no Campeonato Nacional da categoria, tal como o Romeu Ribeiro. No meio campo duas alterações em relação ao jogo com o Guimarães, com as saídas do Nuno Assis e do Coentrão para a estreia do Di María e a entrada do Luís Filipe. Num cenário como o de hoje, obviamente que o período que mais se teme é o primeiro quarto-de-hora, pois certamente que a equipa da casa irá tentar entrar em força para anular rapidamente a desvantagem. Sem surpresas, foi isso mesmo que aconteceu, e o Benfica viu-se empurrado para a sua área durante este período. O mau estado do terreno também não permitia grandes habilidades, por isso o futebol jogado era, e continuou a sê-lo durante todo o jogo, feio. Após resistirmos este primeiro quarto-de-hora, logo a seguir conseguimos o que o Camacho exigia, ou seja, marcar um golo. Foi um lance de laboratório perfeito, com a bola a passar pelo Rui Costa, Cardozo, Nuno Gomes e Katsouranis, e a acabar dentro da baliza com os dinamarqueses a ver jogar.

O Copenhaga sentiu o golo, e nos minutos que se seguiram pudemos respirar um pouco. Mas foi sol de pouca dura, porque os dinamarqueses voltaram a acordar após um lance em que o árbitro poderia ter assinalado um penalti contra nós. Logo a seguir, a sorte bafejou-nos quando na sequência de um livre a bola foi embater no poste - nesta fase o jogo começava a fazer-me lembrar um outro também disputado com o Camacho como treinador, contra o Rosenborg. Os dinamarqueses optavam por um futebol o mais directo possível, fazendo a bola chegar à nossa área rapidamente, e nós íamos resistindo. Mas ao contrário dos minutos iniciais, já surgiam alguns contra-ataques, sendo que o Di María poderia ter feito melhor em algumas dessas ocasiões, pois os remates sairam-lhe quase sempre enrolados. Mesmo perto do intervalo, felicidade e infelicidade para nós. Felicidade porque em mais uma enorme ocasião para o Copenhaga, o Allbäck completamente à vontade à entrada da pequena área conseguiu cabecear ao lado. Infelicidade porque o Nélson, que na minha opinião estava a fazer um bom jogo, se lesionou.

No segundo tempo entrou o Nuno Assis para o lugar do Nélson, e o Luís Filipe recuou para lateral. Estes segundos quarenta e cinco minutos foram muito pouco parecidos com os primeiros, já que o Copenhaga não conseguiu pressionar tanto como o fizera na primeira parte. Com o Benfica a conseguir mostrar um pouco mais o seu jogo, pelo menos gostei de ver-nos com um jogo mais largo, procurando frequentemente as faixas laterais, o que é uma diferença em relação ao passado recente de afunilamento constante. Conseguimos duas boas oportunidades para matar de vez a eliminatória, mas o Nuno Assis e o Cardozo conseguiram acertar no guarda-redes. Nos vinte minutos finais o Copenhaga voltou a aproximar-se mais da nossa área, mais uma vez recorrendo ao futebol directo, mas a nossa defesa, bem ajudada pelo meio-campo, lá foi dando conta do recado, e a vitória acabou por não fugir.

Como homem do jogo elejo o Katsouranis. Nem tanto pelo golo que marcou, mas sobretudo porque esteve quase imperial na defesa. Não sendo central de raíz, e usando e abusando o Copenhaga do jogo pelo ar, ele foi cortando tudo o que ia aparecendo, e mostrando o excelente sentido posicional que tem. Falar bem do Léo já é praticamente redundante, e do outro lado o Nélson esteve bem na primeira parte, começando a mostrar alguns lampejos do lateral ofensivo que gosta de jogar em antecipação que já foi em tempos. Na segunda parte, e apesar do meu receio, o Luís Filipe aguentou-se bem. O Miguel Vítor, mais uma vez, não comprometeu e chegou e sobrou para as encomendas. Tenho pena que tenhamos comprado o Edcarlos, acho que nestes dois jogos o Miguel Vítor mostrou que merecia o posto de quarto central da equipa. Se não escolhesse o Katsouranis para man of the match, a minha escolha seria o Petit. O auxílio dele à defesa foi inesgotável, e correu quilómetros como sempre. O Rui Costa, sem exuberância, foi o que conhecemos. É um descanso quando a bola lhe chega aos pés, porque sabemos que quase sempre ele vai meter ordem nas coisas. O Nuno Gomes terá feito hoje um jogo como já não lhe via há muitos meses. Inteligente na movimentação e no passe, e muito activo durante todo o jogo. Pareceu transfigurado, e foi dele a assistência para o golo. Quanto ao Cardozo, se quiserem aproveitar para bater mais nele por não ter marcado, força. Eu por mim estou muito contente por termos um avançado com aquelas características, e este jogo mostrou a sua utilidade. Inclusivamente nas ajudas defensivas. Pareceu-me que acabou o jogo completamente esgotado.

Já o comentei com outros benfiquistas há algum tempo: deposito grandes esperanças no Di María. Apesar dele não ter estado brilhante hoje, acabou por deixar-me com ainda mais vontade de o ver plenamente integrado. O jogo não era o mais propício para um jogador como ele, já que o campo parecia um batatal e progredir com a bola dominada era quase impossível. Mas o toque de bola não engana, e acredito que ele ainda nos poderá dar muitas alegrias. Agora até estou chateado porque o próximo jogo na Luz é só daqui a umas três semanas, e eu quero é vê-lo jogar num relvado em condições.

Bem, agora resta-nos esperar pelo sorteio de amanhã, e ver o que nos calha. As minhas preferências têm sempre uma constante: equipas italianas, por favor, não.

domingo, agosto 26, 2007

Trabalho

Tal como o próprio Camacho disse ontem após o jogo, ainda temos muito trabalho pela frente. É preciso sobretudo, para usar um bocado de jargão da bola, recuperar os índices de confiança da equipa, que neste momento parecem andar pelas ruas da amargura. Já se notaram algumas diferenças neste jogo a nível da atitude da equipa, mas julgo que pouco ou nada terão tido a ver com o Camacho, mas mais com a própria chicotada psicológica, já que é natural que os jogadores se queiram mostrar ao novo treinador.

Conforme esperado, apareceu o Miguel Vítor no centro da defesa. Nada mais natural. Se os outros jogadores para aquela posição estão lesionados, joga quem está disponível, em vez de se recorrer a adaptações. E não foi por aí que o Benfica tremeu. Num passado mais recente, o que poderíamos esperar era que o Luisão jogasse, e depois provavelmente ficasse indisponível para quarta-feira. Quando vi a constituição inicial da equipa ainda pensei que o Benfica fosse jogar num 4-4-2 clássico, mas depois em campo o que se viu foi o 4-2-3-1 típico do Camacho, já que o Nuno Gomes jogava claramente mais recuado, nas costas do Cardozo, e o Rui Costa jogava praticamente ao lado do Petit. Mais uma vez o Cardozo andou muito sozinho lá na frente, e no meio campo o Petit acabou por ter de correr quilómetros, já que era o único médio recuperador de bolas. O Guimarães acabou por se aproveitar desta falta de combatividade do nosso meio-campo para trocar a bola mais ou menos à vontade longe da sua área, e conseguiu controlar relativamente bem o jogo durante a primeira parte, sobretudo tendo em conta o seu objectivo, claro desde o primeiro minuto, ou seja, empatar o jogo. Daí que apesar de ter muita posse de bola o Guimarães não tenha conseguido criar uma única oportunidade real de golo. O Benfica ainda conseguiu criar duas grandes oportunidades. Na primeira o Nuno Gomes mostrou a sua actual falta de killer instinct, ao não acertar na baliza; e na segunda o Fábio Coentrão, isolado pelo Nuno Gomes, não revelou coragem para tentar o golo e a jogada perdeu-se com um passe disparatado.

A segunda parte foi ligeiramente melhor. O Benfica conseguiu ter mais posse de bola, e o Guimarães remeteu-se ao seu meio-campo. Mas mais uma vez o Benfica não conseguiu materializar esse domínio em oportunidades claras de golo. Contei apenas mais um par delas, uma num livre do Cardozo, e outra perdida idiota do Luís Filipe quando tinha a baliza aberta. O Guimarães também conseguiu finalmente ter uma oportunidade de golo, num livre directo. Durante a segunda parte o Camacho fez entrar o Romeu Ribeiro, de forma a que o Petit passasse a ter companhia nas tarefas de recuperação da bola e assim, num único jogo, o Camacho conseguiu apostar mais na formação do que o Nandinho num ano inteiro. A não ser que tenha sido por questões físicas, e já com o objectivo de o poupar para quarta-feira, não compreendi a saída do Cardozo numa altura em que seria previsível que a bola chegasse mais vezes lá à frente pelo ar. Acabou por ficar o nulo, e uma estreia de pé esquerdo do Camacho, mas conforme disse, notaram-se algumas diferenças na equipa, e esperemos que as coisas possam melhorar rapidamente. Especialmente já no próximo jogo contra o Copenhaga, que é já um dos mais importantes da época.

O Miguel Vítor teve uma boa estreia. Apenas um erro durante o jogo, que lhe valeu o amarelo, e podemos ter ganho mais um central, o que só reforça a minha ideia que seria errado estarmos a contratar mais um jogador para essa posição. Com o Luisão, David Luiz e Zoro recuperados, e podendo o Katsouranis também fazer a posição, se vier mais um vai ser apenas para se candidatar a repetir o amuo do Anderson após algum tempo sem jogar. Já que falei no Katsouranis, ontem ele voltou a fazer um bom jogo a central. Continua a parecer-me que ele fisicamente ainda não está suficientemente forte para poder jogar no meio-campo. O Nélson pareceu-me melhor ontem do que nos últimos meses, e espero que com o Camacho possamos ver o 'velho' Nélson de volta. Quem voltou a fazer um mau jogo foi o Nuno Assis, que continua a insistir demasiado no jogo para trás e para os lados. O Luís Filipe entrou para extremo direito, já que não temos mais ninguém para essa posição, e conseguiu a perdida mais escandalosa da noite.

O Camacho tem uma enorme margem de manobra por parte dos adeptos, mas não se pode dar ao luxo de demorar muito a implementar as suas ideias. Já desperdiçãmos quatro pontos em apenas dois jogos, e temos agora um jogo absolutamente decisivo. A época inteira pode acabar por ficar irremediavelmente marcada por estes poucos jogos no seu início.

P.S.- Afinal o Manuel Fernandes acabou no Valência...

quinta-feira, agosto 23, 2007

Feliz

"A verdade é que Fernando Santos foi tão feliz no Benfica que sai com o estatuto de vítima de uma pré-temporada e de um arranque de época mal delineados. Ou seja, a culpa não é do treinador, é de quem vendeu Simão Sabrosa e Manuel Fernandes.
E de quem contratou um conjunto de jogadores que ainda mal deram dois pontapés na bola e já são considerados como lixo.
E, por esta ordem de ideias, a culpa é também de quem contratou Fernando Santos.
Quanto a Fernando Santos, limitou-se a aceitar passivamente todas as agruras que lhe foram impostas por um clube cuja "comunicação em termos de futebol é zero", como o próprio afirmou, e nunca teve uma afirmação pública de personalidade própria, uma palavra a dizer sobre as condições e os jogadores que, supostamente, lhe foram retirados e impingidos."


Desta forma irónica, a Leonor Pinhão resume aquilo que eu penso sobre a quantidade de vozes que de súbito apareceram a entoar a lengalenga 'O Nandinho não é o principal responsável'.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Esperança

Os benfiquistas neste momento estão compreensivelmente entusiasmados com a alteração no comando técnico da nossa equipa de futebol, que resultou no regresso do Camacho ao clube. Mas mais entusiasmada ainda anda a lagartagem. Ainda há pouco fui tomar o pequeno-almoço e encontrei a tertúlia lagarta aqui do sítio. Hoje, tal como ontem, estavam animadíssimos a discutir fervorosamente o seu assunto preferido: o Benfica. Sem surpresas, não vivesse esta espécie de olhos postos no quintal do vizinho. O que me dá mais vontade de rir é mesmo a convicção com que falam do nosso clube. Todos eles sabem quais os erros de gestão óbvios dos nossos dirigentes, sabem aquilatar com precisão o valor dos nossos jogadores e plantel, e apontar os erros feitos nas contratações. Sabem também, com toda a certeza, o novo erro que foi a vinda do Camacho, e prevêem o desastre que daí vai resultar (basicamente, qualquer coisa que provoque a alegria dos benfiquistas para eles está errada - é como a vinda do Rui Costa: o ano passado era um barrete, e só vinha terminar a carreira aqui para vender camisolas e ganhar mais algum à custa do Benfica; agora já dizem que o que vale ao Benfica é o Rui Costa, e que 'se não fosse o velho...'). Dentro de cada lagarto esconde-se o presidente e director de futebol ideal para o Sport Lisboa e Benfica. Dada a sapiência em gestão desportiva que parece grassar entre as hostes do clube que gosta de se equipar com as lonas das barracas da praia da Figueira, às vezes pergunto-me porque será que até as polainas do bisavô já tiveram que pôr no prego, e conquistaram dois campeonatos nos últimos vinte e cinco anos. É um paradoxo.

Ontem à tarde, cerca de quatro mil benfiquistas apareceram no Centro de Estágio do Seixal para assistirem ao primeiro treino da nova era Camacho. Conforme já disse, não espero milagres do Camacho. Sei que ele não possui nenhuma varinha mágica que consiga fazer o Benfica passar a dar espectáculo de um momento para o outro. Não sei o que vale neste momento o Camacho, após três anos de interregno. E se calhar estes últimos meses contribuiram para aumentar o meu cinismo latente. Mas o que eu espero do Camacho é sobretudo esperança e motivação. Estas quatro mil pessoas que ontem foram ao Seixal não são senão isso: uma expressão da esperança que invadiu os benfiquistas. Porque de súbito passámos a acreditar que melhores dias virão. E se um bocadinho deste sentimento conseguir passar para a equipa, então as coisas só poderão mesmo melhorar.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Fim

Com cerca de 10968 horas de atraso, parece que finalmente a decisão certa foi tomada. Julgo que desde o dia 20 de Maio de 2006 que a grande maioria dos benfiquistas estava à espera que isto acontecesse. O Nandinho foi um erro (enorme) de casting que nunca deveria ter acontecido. Um homem cuja contestação começa no dia em que é anunciada a sua contratação é, claramente, a pessoa errada no lugar errado. Pena foi que, mesmo depois de uma época penosa como a do ano passado, não se tivesse imediatamente reconhecido esse erro, e tomado logo as medidas apropriadas, permitindo assim que o novo treinador tivesse tempo para preparar a nova época. Mas mais vale tarde que nunca.

Conforme já disse noutras ocasiões, mesmo as situações anómalas que ocorreram no início desta época - concretamente, as saídas do Simão e do Manuel Fernandes - e a perda de alguns jogadores influentes - Miccoli e Karagounis - para mim não servem de grandes atenuantes ao Nandinho. Porque a época passada, mesmo com estes jogadores, a equipa jogava exactamente da mesma maneira. Ou seja, mal e sem chama. O Karagounis foi até um jogador que, por vontade do Nandinho, nem teria ficado cá já a época passada. E o Micle foi apelidado de gordo pelo mesmo Nandinho, e esteve a um pequeno passo de sair em Dezembro por causa disso.

O nome mais falado para ocupar o cargo é obviamente Camacho. Nada tenho contra. Não vejo o Camacho como uma espécie de D.Sebastião, nem acho que a partir do momento em que ele entre o Benfica vá desatar a ganhar jogos em catadupa. O Camacho não faz milagres e tem as suas limitações como treinador. Vi o Benfica fazer alguns dos jogos mais horríveis de que me recordo com o Camacho no banco (alguém se recorda da derrota em casa com o Beira Mar, na estreia oficial da nova Luz?). Mas o mais importante que eu espero ver regressar com o Camacho é a esperança. Porque pelo menos quando ele cá estava, eu tinha sempre esperança que do banco viesse um safanão à equipa, algo que pudesse alterar o rumo das coisas quando elas estavam a correr mal, nem que fosse um daqueles berros que se ouviam lá em cima no Terceiro Anel. Hoje em dia, o que eu sinto, e sei que este sentimento é partilhado por muitos dos benfiquistas, é uma espécie de conformismo. É quando sofremos um golo pensarmos logo 'Pronto, já perdemos...', porque temos a consciência que a equipa é incapaz de reagir a uma adversidade. É vermos o Benfica atacar e, quase com uma certa indiferença, não acreditarmos que é possível marcar um golo. Aliás, o próprio jogo com o Leixões é um exemplo desta mentalidade desgraçada que o Nandinho arrastou para o Benfica. Porque eu sei que muitos de nós, mesmo depois de termos marcado o golo aos noventa minutos, não ficámos convencidos que o jogo estava ganho. Em quase todos nós instalou-se a dúvida, por mais pequena que fosse, que ainda seria possível não ganharmos. E se os adeptos sentiram isso, alguém me garante que os jogadores não sentiram o mesmo?

P.S.- Nwoko, rapaz, desculpa lá os nomes todos que te chamei no Sábado à noite. Apesar da chatice do empate, obrigadinho pelo favor prestado, pá!

domingo, agosto 19, 2007

Soneca

Para meu enorme prazer, acabei de ver o Man City, do 'nosso' Eriksson, abater o Man Utd (uma equipa que detesto, com uma única excepção: o fabuloso Ryan Giggs). O golo foi do Soneca, que já leva dois golos em três jornadas da Premier League. Alguém no Benfica, no início da época passada, chegou à brilhante conclusão que o Soneca era um jogador dispensável, e como tal foi libertado a custo zero. Pelos vistos o Eriksson, que é capaz de perceber umas coisas de bola, não teve a mesma opinião, e achou que o jogador até era capaz de dar jeito no melhor campeonato do mundo. É com tiros nos pés destes que também se vão explicando os insucessos recentes da nossa equipa de futebol.

sábado, agosto 18, 2007

Adeus

Adeus Nandinho. Vai-te embora que já se faz tarde. Independentemente do golo feliz e até injusto conseguido pelo Leixões ao cair do pano, mesmo uma nossa eventual vitória esta noite não iria alterar esta minha opinião. Já não acredito, já quase nenhum benfiquista acredita que algum dia consigas fazer seja o que de positivo for com a nossa equipa.

Já não bastava a mediocridade do costume, desta vez o Nandinho ainda resolveu inventar. Luís Filipe de início a jogar a médio ala. Não apresentou quaisquer melhorias exibicionais em relação ao que fez na passada terça-feira a jogar a lateral. O resultado disto foi que passámos cerca de setenta minutos a jogar com menos dois jogadores. O Luís Filipe de um lado, e o Nuno Assis do outro, completamente às aranhas em campo, perdendo bolas atrás de bolas e jogando apenas para trás e para os lados. Não sei qual seria o plano inicial, mas a verdade é que após pouco tempo o Benfica jogava numa espécie de 4-2-3-1, já que o Nuno Gomes recuou para as costas do Cardozo, deixando-o abandonado lá na frente. Os supostos flanqueadores não existiam: o Nuno Assis ou fugia para dentro, ou perdia a bola. O Luís Filipe simplesmente perdia a bola, e portanto ficávamos dependentes apenas das subidas do Léo e do Nélson para tentar levar a bola à linha e centrar. Chegou a ser doloroso ver o Cardozo quase na linha do meio campo a vir receber a bola, porque senão não lhe chegava jogo nenhum. Depois, claro, com ele cá atrás não havia ninguém na área.
O próprio Rui Costa não parecia estar muito inspirado no passe, e foram raras as jogadas decentes que conseguimos. Em resumo, a primeira parte foi deitada às urtigas, e durante largos períodos de tempo foi até o Leixões (equipa vinda da Liga de Honra) quem comandou as operações.

Do segundo tempo só vale a pena falar dos últimos minutos, já que até lá foi mais do mesmo. A vinte minutos do fim, entrou o Coentrão para o lugar do Luís Filipe, o Assis passou mais para a direita, e o Benfica finalmente começou a jogar à bola. O Leixões foi encostado cá atrás, e nós durante os últimos quinze minutos jogámos finalmente como deveríamos ter jogado desde o princípio da partida. Ao contrário do que se passou antes, em que eu via o jogo e não acreditava que fosse possível alguma vez o Benfica marcar, agora sim, o golo adivinhava-se a qualquer instante. E acabou por surgir já no último minuto da partida, na sequência de um canto, onde o Petit apareceu a aproveitar um desvio do Katsouranis ao primeiro poste. A vitória parecia garantida, dada a altura em que o golo surgiu. Mas não. Mais uma vez (quantas vezes isto aconteceu o ano passado), nós recuámos logo a seguir ao golo. Um Leixões que tinha passado os último vinte minutos acantonado junto à sua baliza, incapaz de sair do seu meio-campo, de repente nos três minutos de descontos passa a aparecer junto da nossa área. E num cruzamento lá para dentro, um jogador deles tem a sorte de ficar com um ressalto nos pés e rematar por entre uma floresta de jogadores do Benfica para o golo. Injusto? Falta de sorte? Estas coisas parecem perseguir-te onde quer que vás Nandinho. Acredita, isto já não é apenas falta de sorte.

Melhor jogador do Benfica: Katsouranis. Cortou o que havia a cortar na defesa, foi decisivo no golo. O pior foi o Luís Filipe. Sobre o Nuno Gomes nem consigo opinar, porque praticamente não conseguiu tocar na bola. Se calhar foi apenas mais um exemplo de um jogador lançado para dentro do campo sem estar ainda nas condições ideais.

Há uma dúzia de anos atrás, e após uma época completamente frustrante para os benfiquistas, à terceira jornada o Benfica recebeu o Vitória de Guimarães. No final desse jogo, e após um empate, um dos treinadores mais nefastos que passaram pelo Benfica nos últimos anos foi finalmente despedido. Este ano, e após uma época a todos os níveis frustrante para os benfiquistas, à segunda jornada o Benfica recebe o Vitória de Guimarães. Há alturas em que desejamos que a história se repita. Bem, talvez convenha não sermos assim tão radicais. O empate final dispensa-se.

P.S.- No jogo de hoje, durante a fase de assédio do Benfica à baliza do Leixões, o Nuno Assis e o Ezequias perseguem uma bola dentro da área leixonense, em direcção à linha final. Numa tentativa de proteger a bola, o jogador do Leixões resolve enfiar o cotovelo na cara do Nuno Assis (basta lembrarem-se de quem é que emprestou o jogador ao Leixões para se reconhecer a 'escola'). Penalti tão evidente quanto idiota e desnecessário. Número de repetições em que é visível a infracção transmitidas? Uma. Havia de ser um lance 'duvidoso' na nossa área para vermos quantas vezes o repetiriam. É a SportTV que temos.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Déjà Vu*

Será que vale a pena estar a escrever sobre o jogo desta noite? Será que vale a pena voltar a dizer o mesmo? Falar sobre uma equipa cinzenta e amorfa, à imagem do seu treinador, aparentemente descrente em si própria como conjunto, sem garra para ir à procura de uma vitória, e dependente dos rasgos individuais de um ou outro jogador? Da época passada para esta mudaram vários jogadores, mas de que serve isso se não muda quem os orienta? O resultado está à vista: mais do mesmo. Mais afunilamento do jogo, mais escassez de ideias, mais incapacidade para dar safanões num jogo que não corre de feição, mais dez jogadores parados a olharem para aquele que conduz a bola, mais falta de iniciativa para ir à procura da bola. Começa-se o jogo a marrar pelo centro, sem resultados práticos. O Rui Costa tira da cartola um golo do meio da rua, e minutos depois, com o Luisão lesionado quase a arrastar-se em campo (se fosse outra equipa, de certeza que o jogador em questão se teria deixado cair, para que fosse feita a substituição), ele próprio encarrega-se de oferecer o golo ao adversário. Adversário esse que, pintem-no lá como quiserem, é uma equipa banal. Joga como quase todas as equipas nórdicas jogam, muito arrumadinho num 4-4-2 quase desenhado a régua e esquadro no campo, e que ainda me parece estar mais fraco do que o ano passado (pelo menos o Tobias Linderoth já não joga lá). Mas para uma equipa do Nandinho conseguir encontrar um rasgo de criatividade para furar as duas linhas de defesa deste 4-4-2 linear, isso afigura-se uma tarefa de uma magnitude colossal.

Na segunda parte tentou-se emendar a mão, colocando a equipa em 4-3-3. O sacrificado? Provavelmente um dos poucos que estava a dar nas vistas durante a primeira parte, precisamente por se manter pouco amarrado ao espartilho táctico que o Nandinho devisou para a nossa equipa: Bergessio. Coentrão na esquerda, Adu na direita (convém lembrar que um dos motivos que levou o Adu a querer sair da MLS foi precisamente o facto de o fazerem jogar frequentemente encostado às linhas laterais) e Cardozo no meio. Durante essa segunda parte, muitas trocas de posições entre os três da frente, o que deve ter feito todo o sentido para uma defesa dinamarquesa que jogava à zona, e onde os seus jogadores não abandonavam a posição nem que a vaca tossisse. Aposto que estas variações nandinhescas lhes devem ter posto a cabeça em água. Depois de um início algo prometedor, o jogo voltou a cair na modorra da primeira parte, e foi preciso mais um rasgo do Rui Costa (após um bom trabalho do Cardozo a segurar a bola) para desfazer a igualdade, e poupar o Nandinho a uma segunda pateada esta noite (a primeira foi logo mal foi feito o anúncio da constituição das equipas).

O melhor, obviamente, Rui Costa. Léo mais ou menos como sempre, mas muito desacompanhado quando tentava subir pelo seu lado. David Luiz também cheio de vontade, mas devia ter sido expulso (e não sei se não será penalizado pela UEFA - pelo menos pareceu-me nítida a cotovelada que deu num adversário). Petit muito disparatado no passe, acompanhado nessa tarefa pelo Katsouranis, Nuno Assis inconsequente. Estava a gostar do Bergessio, mas o Nandinho não pensou assim. O Cardozo esteve assim-assim: podia ter feito melhor naquele cabeceamento a passe do Adu, e num outro na primeira parte em que a bola saiu ao lado. O Adu pareceu-me demasiado nervoso, e pouco ou nada fez. Alguém devia dizer ao Coentrão que entre cair ou prosseguir com a bola, especialmente após já ter ultrapassado o adversário, é preferível a segunda hipótese. Ah, e o Luís Filipe é muuuuito melhor que o Nélson, e a equipa ganha imenso com a sua presença no onze em detrimento do culpado por tudo o que de mal acontecia na nossa defesa, não é? Eu também acho que sim. Esta noite não se lhe viram fífias nenhumas, e foi um obstáculo intransponível para qualquer dinamarquês que lhe apareceu à frente. Agora, seria útil que lhe explicassem que lá por ser defesa lateral, isso não significa que lhe seja proibido ultrapassar a linha do meio-campo. Mas também, com os excelentes e numerosos flanqueadores que normalmente temos em campo, não faz falta nenhuma termos um lateral que desequilibre por aquele lado, pois não? O que interessa é que o Nélson está fora do onze, e com sorte ainda o despachamos até ao final do mês, que não faz cá falta nenhuma. Hurra!

De qualquer forma, foi bom regressar a 'casa'. Rever os companheiros de bancada, e passar o jogo a mandar bocas disparatadas para aliviar o sofrimento e o nervosismo. Uma coisa é praguejar contra o Nandinho na televisão, outra é fazê-lo sabendo que ele está mesmo ali ao pé, a uns míseros duzentos ou trezentos metros de distância. Faz toda a diferença. E foi bonito ver toda aquela gente no estádio, apesar de termos sido brindados com tão fraco espectáculo. Agora pergunto-me se serei capaz de ver o jogo da segunda mão. É que estou mesmo a ver o sofrimento que pode vir a ser, sobretudo se entrarmos em campo apenas com o objectivo de segurar a magra vantagem que o Rui Costa nos deu.

Mas se calhar estou a ser demasiado duro. A verdade, verdadinha é que a culpa do mau jogo que fizemos foi mesmo da saída do Simão. Ah, e do Manuel Fernandes também.

*I have this terrible feeling of... déjà vu! Não resisti... acho que o meu estado de pavor começa a aproximar-se do do Michael Palin.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Apito

Ontem o presidente do FCP, durante o tempo de antena - perdão, entrevista - concedido pela SIC Notícias, acusou o nosso presidente de ser o principal responsável e instigador do processo Apito Dourado. De facto, só alguém com a moral bastante invertida pode considerar alguma espécie de ataque ou insulto associar uma pessoa - e não como arguida - ao maior processo que até agora houve neste país com vista à limpeza do futebol, mesmo tendo eu muito pouca fé que este processo acabe por dar em alguma coisa concreta. O presidente do FCP afirmou ainda que quando morrer, morrerá tranquilo. E mais tranquilo ficará o futebol português, permito-me acrescentar.


quinta-feira, agosto 09, 2007

Ridículo

Eu sei que é chover no molhado quando afirmo que o 'Record', sempre que resolve pôr-se a falar sobre o Benfica, chega a ser ridículo. A quantidade dos nossos jogadores que eles resolvem 'vender' ou declarar insatisfeitos ao longo de uma época deveria dar para formar dois plantéis inteiros. Não sei se desta vez, chateados por os seus meninos de ouro, este ano reforçados com jogadores do calibre de um Derlei (apesar dos próprios adeptos do Sportic terem olhos na cara e dizerem que ele joga mal, é incrível a operação de 'limpeza de imagem' a que temos assistido na imprensa relativamente a este jogador) não terem conseguido levar de vencida um Benfica desfalcado num torneio a feijões, resolveram assustar os benfiquistas e vender mais uns quantos jogadores. Assim sendo, logo pela manhã, apanho o susto de ler uma notícia em que colocam logo três potenciais titulares da nossa equipa de saída (fazem capa com o Manuel Fernandes e o Léo, e no final ainda metem o Katsouranis ao barulho). Note-se o quão peremptórios eles são: o Léo pediu mesmo para sair, e até meteu os advogados no assunto para conseguir uma rescisão imediata. É certo, certinho, tão certinho quando o desejo dos 'recordeiros' de o ver sair, que o Léo não vai renovar o contrato que o liga ao Benfica. Depois, no mesmo dia, publicam isto. Ou seja, o Léo afinal não quer nada sair, e o que quer mesmo é renovar o contrato, sendo esse o motivo que terá levado os seus representantes à Luz. Não há mesmo vergonha nenhuma na cara: publicam uma notícia que é uma mentira descarada, e horas depois publicam outra que mostra que a notícia anterior é uma mentira.

Posto isto, eu pergunto-me qual será o critério que leva à publicação de notícias destas. Descobrem que um representante do Léo esteve na Luz, e alguém na redacção do 'Record' resolve que só pode ter sido porque ele quer sair. 'E já agora, metam aí também umas linhas sobre o Katsouranis!', atira o redactor-chefe, assim como quem pede mais um pratinho de tremoços para acompanhar as imperiais. Sim, porque o estilo de jornalismo que estes tipos praticam no que ao Benfica diz respeito só pode ser explicado se estiver a ser feito na esplanada, e já com uma boa dose de etilização. Ou isso, ou má vontade, pura e simples.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Guadiana

E não é que ganhámos um jogo? E ainda por cima este deu direito a troféu e tudo. Sim, é apenas o Torneio Guadiana, mas é preciso ver que para quem tem o Nandinho no banco, temos que agarrar o que quer que venha à rede, e este sempre é o primeiro troféu do Nandinho no Benfica. Além de que um troféu, por menor que seja, nunca deve ser menosprezado. Já o grande Brian Clough passava a vida a dizer que a dupla vitória do Nottingham Forest na Taça dos Campeões tinha começado com a conquista da insignificante Anglo-Scottish Cup (e não, não estou a cometer a heresia suprema de comparar o Nandinho ao grande Brian Clough, nem estou num estado tão eufórico com a vitória desta noite que já ache que o Nandinho vai acabar por guiar-nos ao ceptro europeu de clubes).

O jogo desta noite já foi um bocado mais interessante de seguir, embora a qualidade do nosso jogo tenha, mais uma vez, deixado muito a desejar. Foi um jogo bem disputado (às vezes até disputado demais, e pareceu-me que houve ali alturas em que aquilo esteve a um pequeníssimo passo de resvalar para a pancadaria). Regressámos ao losango, apresentando uma dupla de ataque constituída pelo Mantorras e o Bergessio, enquanto que o Nuno Assis ocupou as funções do Rui Costa. Do outro lado apareceu-nos um Sportic com praticamente a equipa titular, que tinham poupado no jogo anterior, e a jogar num esquema idêntico ao nosso. Com tanta gente no meio campo, foi aí que se desenrolou a maior parte do jogo, com muita disputa da bola e várias picardias. Ainda assim sempre tivemos uma ligeira vantagem, já que o Derlei pelos vistos ainda não se apercebeu que se mudou para o outro lado da 2ª Circular, e foi sempre um precioso auxílio na nossa defesa. Sinceramente, passei o jogo todo convencido que aquilo iria acabar zero a zero, a não ser que houvesse algum lance extraordinário. Mas enganei-me, porque o David Luiz resolveu comer o tronco do Polga nas alturas, quase a papel químico do lance em que o Ricardo Rocha tinha feito o mesmo no Lumiar a época passada, e isso foi suficiente para vencermos, já que a lagartagem, embora atacasse, raramente conseguiu criar lances de grande perigo.

Não vale a pena falar mais sobre o jogo em si, já que foi apenas futebol de pré-época, e nem sequer se viram grandes progressos na qualidade do nosso jogo de equipa em relação aos outros jogos que já vimos recentemente. Quanto a jogadores, o Bergessio hoje lá apareceu a jogar mais no centro, e também acabou por melhorar um bocado. Esteve bastante mais em jogo, e foram dele as duas melhores oportunidades do jogo, que só não deram golo porque o Desdentadic da baliza do Sportic fez duas enormíssimas defesas. Para compensar, o Mantorras esteve completamente inexistente, e não serve para aquelas funções. O Mantorras neste momento é um jogador para o último toque, não consegue jogar de costas para a baliza e segurar a bola. No meio-campo foi o Manuel Fernandes e os outros. Sim, eu sei que sou um faccioso do caraças em relação ao Manuel Fernandes, mas estou-me nas tintas. Dá-me um gozo enorme vê-lo com a nossa camisola. Para ele não há cá jogos a feijões, aquilo é para levar a sério do princípio ao fim. Outro com a mesma atitude é o David Luiz. Está a fazer-se um senhor defesa, impõe respeito, bate quando é para bater, sai a jogar quando pode, ou dá chutão para a frente se assim for preciso. É o nosso Mozerzito. Gostava de saber que bocas é que ele no final andaria a mandar ao arrumador do supermercado, mas parecia estar bem confiante. O Luisão ainda me parece um bocado perro, e o Léo, mais uma vez, não sabe jogar mal. O Luís Filipe não me impressionou, mas tem desconto porque chegou há menos de uma semana. O Petit ainda está a ter demasiadas paragens cerebrais, em que bate em qualquer coisa que lhe passe à frente. O Katsouranis melhorou quando recuou para a defesa. Parece que ainda não está na forma ideal para jogar no meio-campo. Continuo a gostar do Coentrão, e quando ele entrou as coisas ficaram logo mais movimentadas.

Ainda não sabemos se haverá jogo de apresentação aos sócios ou não (se calhar não querem arriscar a que o Nandinho tenha logo uma recepção agreste ainda antes da época começar). Se não houver esse jogo, o próximo já é a doer, e logo um dos jogos mais importantes da época. O bilhete já está comprado, que eu ando cheio de saudades de regressar a casa.

sábado, agosto 04, 2007

Bocejo

Bem, ao menos não sofremos golos... estava aqui a ver se me lembrava de mais alguma coisa positiva acerca do longo bocejo que foi o jogo desta noite... mas não, não me ocorre nada. Foi futebol típico de pré-época, um jogo quase sem interesse, e jogado a um ritmo muito, muito sonolento. O Nandinho surpreendeu, e resolveu testar um 4-3-3 em vez do losango de que tanto gosta. Os jogadores que parecem estar mais próximos da forma ideal são o Léo (também é verdade que ele não sabe jogar mal) e o David Luiz. O Manuel Fernandes também está bem, mas em certas ocasiões seria melhor que soltasse a bola mais rapidamente, porque ao insistir em dar uma ou duas voltas sobre si próprio quando recebe a bola, por norma trava os lances de ataque. Começo a chatear-me por ver o Bergessio jogar sempre como se de um extremo ou médio ala se tratasse, quando ele é um segundo avançado, e nem me parece ter velocidade suficiente para assumir essas funções. Acho que hoje praticamente não o vi uma vez na zona de finalização. Está a fazer-me lembrar o Derlei perdido nas faixas a época passada. Gosto da pinta do Coentrão, é um extremo 'à antiga', e espero que consigamos trabalhá-lo - sobretudo ensiná-lo a levantar a cabeça antes de centrar quando consegue ganhar a linha. Parece-me que o Rui Costa vai ter que jogar muito tempo, porque sem ele é muito difícil trocarmos a bola em progressão no terreno. O mais habitual é a bola andar por ali a circular entre a defesa e o meio-campo defensivo, até que finalmente o Luisão manda um chutão para a frente. Hoje que até estava a gostar um bocadinho mais do Zoro, perto do final teve uma daquelas entradas doidas, foi toureado pelo Sóbis e lesionou-se. É um para se juntar ao Cardozo. Gostava de ter visto mais do Dabao, mas esteve pouco em jogo, e normalmente só aparecia quando recuava no terreno para tentar intervir mais.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Expectativa

Bem, o mais provável é que na pré-eliminatória da Champions League apanhemos o colosso FC Copenhaga. Aquela equipa fortíssima que, mesmo delapidada do seu melhor marcador, e com o seu melhor jogador a lesionar-se antes da meia-hora de jogo, conseguiu aterrorizar o Nandinho o ano passado, ao ponto de o levar a enfiar a equipa toda na retranca de forma a que pudéssemos sair de Copenhaga com um preciosíssimo ponto. Que no final até se veio a revelar absolutamente fundamental nas contas do apuramento (not!). Aposto que ainda hoje o Nandinho deve ter pesadelos com a batalha épica que foi travada frente aos poderosos vikings. Temos, portanto, espectáculo garantido.

Nandinhices à parte, esta noite vamos poder voltar a ver o Benfica em acção, e já quase com o plantel completo. Na minha opinião, o Benfica este ano comprou com cabeça e a tempo. Investiu-se em jogadores para as posições em que realmente estávamos necessitados, e investiu-se em qualidade. Vieram jogadores jovens e com potencial, que espero que o Benfica consiga desenvolver. Temos, na minha opinião, pelo menos dois jogadores para cada posição. Há várias opções no plantel que permitirão ao treinador implementar todos os modelos de jogo que lhe passem pela cabeça, seja o 4-4-2, o 4-3-3, o 4-2-2-2, ou seja lá o que for. Se a meio da época de repente se começar a chegar à conclusão que afinal o plantel só tem doze ou treze jogadores, essa redução só pode ser resultado do responsável pela equipa, e não uma responsabilidade de quem construiu o plantel de acordo com as indicações desse mesmo responsável. Também não admito 'períodos de adaptação', sobretudo tendo em conta que o treinador já cá anda há mais de um ano. De uma forma sucinta: não admito desculpas vindas do sítio do costume! Exijo resultados do investimento feito, julgo que estarei acompanhado nesta exigência pela maioria dos benfiquistas e, mais importante, pela direcção. É que eu confesso que já há algum tempo que as minhas expectativas em relação a uma época não eram tão altas.