sexta-feira, dezembro 30, 2016

Monotonia

Num jogo marcado pela monotonia, o Benfica apresentou pouco mais do que os serviços mínimos e isso foi mais do que suficiente para vencer o Paços de Ferreira e somar os três pontos na estreia nesta edição da Taça da Liga.


Quase que me vejo obrigado a pedir desculpa por ter tão pouco para escrever sobre este jogo, mas para além do baixo ritmo a que foi jogado, fui mais uma vez ludibriado pelo Benfica, como me acontece diversas vezes desde que sou detentor de Red Pass Total. Antes do jogo informam-me que a bancada onde fica o meu lugar estará fechada, eu vejo-me obrigado a trocar para outro lugar, e depois acabam sempre por abrir mesmo a bancada (o piso 3 da bancada BTV hoje estava praticamente cheio, por isso a decisão de informar as pessoas que a bancada estaria fechada pareceu-me um rotundo falhanço nas previsões do número de espectadores). O resultado disto é que acabei a ver o jogo quase atrás de uma baliza e praticamente ao nível do relvado. Para mim, que sempre fui 'sócio do Terceiro Anel', isto causa uma confusão enorme e desta perspectiva à qual não estou habituado parece-me sempre mais que estou a assistir a uma peladinha do que a um jogo de futebol (embora tenha a leve suspeita de que hoje não terá sido apenas o meu ponto de vista sobre o relvado o responsável por ficar com essa sensação).


O que é que posso dizer sobre o jogo? Houve pouco espaço para poupanças, já que da equipa habitual apenas ficaram de fora o Pizzi (suspenso) e o Lindelöf, jogando o Celis e o Jardel nos seus lugares. O Benfica ainda entrou relativamente bem no jogo, o Celis teve um remate perigoso e a seguir o Rafa falhou o golo de uma forma algo escandalosa, depois de ficar isolado por um belo passe do Jiménez, mas a seguir o jogo foi reduzindo a intensidade até se tornar francamente aborrecido. O golo que o resolveu surgiu a cinco minutos do intervalo, numa recarga do Cervi a um primeiro remate do Gonçalo guedes, salvo sobre a linha de golo por um defesa do Paços. Na segunda parte ficaram-me na retina apenas um bom trabalho do Jiménez que terminou com um remate ligeiramente ao lado, um bom remate do Gonçalo Guedes que obrigou o guarda-redes a uma defesa apertada, e um cruzamento no qual o Jardel ficou a centímetros de conseguir fazer o desvio para o golo. De assinalar também mais uns minutos a somar à recuperação do Jonas, o regresso do André Horta à competição, um remate do Paços de Ferreira à figura do Ederson (acho que deve ter sido o único que fizeram na direcção da baliza em todo o jogo, e mesmo para fora não devem ter sido muitos mais) e um grande desarme do Jardel, que me parece estar mais do que pronto para voltar a assumir a titularidade caso a novela jornaleira do Lindelöf acabe com a saída do sueco.


Quanto a apreciações individuais, o Celis fez um jogo certinho (se calhar foi do melhor que o vi fazer, com o bónus de não ter oferecido nenhum golo ao adversário desta vez), o Gonçalo Guedes parece estar outra vez a entrar numa daquelas fases em que a bola atrapalha um bocado e portanto temos que contar com dois ou três tropeções na mesma durante um jogo, e o André Almeida, como operário competente que é, vai-se adaptando à posição que o mandaram tapar desta vez - teve uma participação importante no lance do golo. O Fejsa, o Jardel e o Ederson mostraram a competência a que já nos habituaram, e o Cervi trabalhou como sempre e lá marcou o golo da ordem.

Se a monotonia foi o tom dominante do jogo, o melhor de tudo foi mesmo a monotonia de mais uma vitória. Foram tantas durante este ano que felizmente podemos pensar assim. Agora é esperar que o próximo ano continue a alinhar nesta tendência.

quinta-feira, dezembro 22, 2016

Gestão

Um jogo que o Benfica começou a resolver cedo e depois limitou-se a manter controlado no ritmo que mais lhe convinha, fazendo uma gestão bastante sóbria do esforço sem que alguma vez tivesse deixado a ideia de que a conquista dos três pontos pudesse estar em causa.


O Rio Ave entrava neste jogo apresentando as credenciais de estar 100% vitorioso desde que o Luís Castro assumiu o comando da equipa. Quatro vitórias noutros tantos jogos eram um sinal bastante claro que este jogo teria que ser encarado com toda a seriedade pelo Benfica. E foi isso mesmo que fizemos, desde o apito inicial. Com o Mitroglou a ser desta vez o escolhido para ocupar a posição mais avançada da equipa, o Benfica tomou imediatamente conta do jogo e remeteu o Rio Ave para a defesa, procurando chegar ao golo o mais cedo possível. Tirando partido sobretudo da grande mobilidade e constantes trocas de posição do Gonçalo Guedes, Rafa e Cervi, sempre com o apoio do Pizzi, o cerco à baliza adversária foi-se apertando e o golo chegou, com toda a naturalidade, com catorze minutos decorridos. O Mitroglou, que no início da jogada tinha demorado um pouco mais a concluir e acabou por tentar finalizar de calcanhar, acabou por ficar com a bola nos pés bem no centro da área depois de um remate enrolado do Gonçalo Guedes, e enquanto os defesas do Rio Ave pediam um fora de jogo inexistente finalizou com toda a calma. Conseguido o golo, o Benfica imediatamente levantou um pouco o pé. Não passou a defender o resultado, simplesmente começou a querer sair de forma mais organizada e estruturada para o ataque, privilegiando a posse de bola, e recuou também a linha de pressão. O Rio Ave aproveitou então para ter mais alguma bola, mas foi incapaz de construir qualquer lance de perigo, e pelo menos de memória digo que nem sequer um remate conseguiu fazer. O melhor que conseguiu foram alguns cruzamentos para a nossa área, que morreram quase todos nas mãos do Ederson. O Benfica, mesmo neste ritmo mais pausado, dava ideia de poder marcar um segundo golo sem precisar de forçar muito mais, pois as iniciativas individuais dos nossos jogadores eram suficientes para semear a atrapalhação na defesa adversária. Já quase sobre o intervalo veio a confirmação disto, quando o Pizzi arrancou com a bola, tabelou com o Rafa à entrada da área, e depois picou a bola sobre o guarda-redes à saída deste. Tudo aparentemente simples, a resultar num golo muito bonito.


Sobre a segunda parte, não tenho praticamente nada a dizer. Se com um golo de vantagem o Benfica já parecia estar tranquilo e sem grande vontade de forçar muito, então com dois isso foi ainda mais notório. Acho que as notas de maior destaque foram a entrada do Jonas, para somar mais alguns minutos à tarefa de ganhar ritmo de jogo, e uma grande defesa do Ederson, lá para o meio desta segunda parte, naquele que terá sido o primeiro (ou na melhor das hipóteses o segundo) remate do Rio Ave no jogo. Mais uma vez o Ederson a confirmar a sua qualidade e aptidão para guarda-redes de equipa grande: quase todo um jogo sem ter que fazer uma defesa, tendo tido mais acção a jogar com os pés para os colegas do que a tocar na bola com as mãos, e quando finalmente foi chamado, correspondeu de forma brilhante. O outro facto a realçar é a expulsão do Pizzi, forçada pelo próprio. O amarelo que tinha visto a meio da segunda parte (não percebi bem qual o motivo, só se foi por palavras e foi o único amarelo mostrado pelo árbitro em todo um jogo no qual teve um critério disciplinar larguíssimo, optando por deixar jogar sempre que era possível - e às vezes até quando isso não parecia ser a opção correcta) deixava-o suspenso para o próximo jogo do campeonato, em Guimarães. Por isso nos instantes finais ele retardou a marcação de um livre até ser admoestado com o segundo amarelo e consequente expulsão, o que faz com que se mantenha à beira da suspensão por amarelos, mas cumpra o jogo de castigo no próximo compromisso do Benfica, contra o Paços de Ferreira para a taça da liga. Parece estúpido, mas os regulamentos estão redigidos assim, e recordo-me perfeitamente de há uns anos o Fucile, então no Porto, ter feito a mesma coisa num jogo contra o Belenenses, de forma a estar disponível para jogar contra nós. Quanto ao jogo jogado, o Rio Ave ainda tentou durante alguns minutos chegar a um golo que relançasse o resultado, mas mostrou demasiada incapacidade para o fazer, e na fase final do jogo já nem sequer conseguia ter bola para tentar o que quer que fosse.


Destaques no Benfica, para mim, o Fejsa por mais uma exibição sólida e sóbria, a dobrar sempre bem os colegas da defesa e a cobrir com eficácia a sua zona, o Cervi e, a espaços, o Pizzi. Não foi jogo para grandes destaques individuais mesmo.

Gosto destes jogos. Não é necessária grande nota artística nem números de circo. Temos uma tarefa a cumprir, e fazemo-la de forma eficaz e segura. Quem tiver assistido ao jogo viu que em nenhuma altura do mesmo a vitória do Benfica pareceu ser algo menos do que uma certeza. E é assim que se somam três pontos em cima de três pontos, e que no final se conseguem somar mais pontos do que todos os outros adversários. É esta competência que nos permite passar o ano confortavelmente instalados no topo.

segunda-feira, dezembro 19, 2016

Complicado

Uma vitória sofrida num jogo que se foi tornando complicado pelo mau aproveitamento das ocasiões criadas, em particular na fase inicial do jogo. Depois aconteceu o cenário habitual em que se vê o final do jogo aproximar-se com uma margem mínima no marcador e a equipa que está em vantagem tem tendência para se encolher, enquanto que a outra começa a acreditar ser possível chegar ao empate. Muitas vezes acontecem dissabores nestas ocasiões, e ontem isto esteve perto de acontecer.


Com o Salvio no estaleiro, o Cervi regressou ao onze e o Rafa manteve a titularidade conquistada no encontro frente ao Sporting. O Benfica teve uma entrada muito forte no jogo, e nos minutos iniciais teve três ocasiões soberanas para inaugurar o marcador. Foi particularmente gritante a sequência de duas ocasiões, primeiro um grande remate do Jiménez ao qual o Moreira correspondeu com uma grande defesa para canto, e na sequência do mesmo um falhanço inacreditável do Luisão, que apareceu completamente sozinho junto à baliza e acabou por cabecear por cima. Continuámos sempre por cima na primeira parte - apenas um susto, numa situação em que o Estoril acertou no poste - mas o Estoril conseguiu reajustar-se, movendo uma marcação cerrada ao Pizzi, e nós mostrámos menor capacidade para criar situações de golo. Na segunda parte o Benfica continuou por cima no jogo, mantendo o Estoril remetido à sua área, e acabámos por chegar ao golo à passagem da hora de jogo, num penálti convertido pelo Jiménez. O penálti foi para mim mais do que evidente, após uma mão claríssima de um jogador do Estoril, que em carrinho tentou desarmar o Cervi - só mesmo num país pejado de antis raivosos é que se conseguiria questionar o acerto da decisão. Logo a seguir ao golo o Benfica tentou acalmar um pouco o ritmo de jogo, isto apesar de termos reforçado a presença na área com a entrada do Mitroglou para o lugar do Cervi. Mas a vinte minutos do final o Estoril pregou-nos um enorme susto, após um escorregão do Luisão (isto anda a acontecer demasiadas vezes ultimamente) e o empate só não aconteceu porque o Ederson fez uma enorme defesa quando tinha o adversário sozinho à sua frente. 


O Benfica pareceu assustar-se com este lance e o Estoril começou a ser mais perigosos. No ataque, o Pizzi conseguiu uma sequência atroz de maus passes e bolas perdidas, que o Estoril aproveitava quase sempre para sair rapidamente no contra-ataque. Mais uma escorregadela do Luisão voltou a dar uma situação de perigo para o Estoril, desta vez salva pela intervenção do André Almeida. E logo a seguir, o Ederson teve que se mostrar atento a mais um remate perigoso, de fora da área. O Benfica só voltou a estabilizar um pouco mais o seu jogo quando a dez minutos do final Assistimos ao regresso do Jonas. Apesar da longa ausência, foi evidente que o Benfica continua a ser uma equipa completamente com a presença dele em campo, devido à inteligência e classe com que joga. E o regresso do Jonas esteve muito perto de ser perfeito, pois em dois cabeceamentos esteve muito perto de marcar. O primeiro fez a bola passar a centímetros do poste, e segundo obrigou o Moreira a uma defesa apertada. Tivemos nova oportunidade para matar o jogo ao minuto noventa, quando o Moreira evitou no limite que a bola chegasse aos pés do Mitroglou e depois, com o Moreira ainda no chão, o Pizzi fez a recarga directamente para as mãos dele. E como um resultado tão magro é sempre perigosíssimo, apanhámos um enorme susto já no período de descontos, quando na sequência de um canto e posterior desvio de cabeça na zona do primeiro poste (não pode acontecer...) vimos um adversário aparecer completamente sozinho ao segundo, mas felizmente um centésimo de segundo atrasado em relação ao lance, o que fez com que não conseguisse cabecear a bola na direcção da baliza.


Para mim o maior destaque do jogo é mesmo o regresso do Jonas à competição. Tudo o resto acabou por ficar mais ou menos ofuscado pela alegria que senti com isto, alegria que foi reforçada ao ver um efeito imediato da entrada dele no nosso jogo, mesmo depois de todo este tempo de ausência. Vou também elogiar o Ederson. Que ele é um enorme guarda-redes, isso já estamos fartos de saber. Mas ele é também um guarda-redes de equipa grande. Pode passar um jogo quase todo sem ter nada que fazer, e depois fazer uma enorme intervenção quando finalmente é chamado, como aconteceu neste jogo a vinte minutos do fim. Abrindo uma excepção, uma menção para um jogador do adversário. Tenho um respeito muito especial pelo Moreira, pelo seu benfiquismo e pelo percurso que tem no nosso clube, e fico satisfeito com o regresso dele à primeira liga. Neste jogo esteve a um nível muito bom, e confesso que já por várias vezes pensei que seria uma escolha perfeita para ocupar a vaga que eventualmente acabaremos por ter no plantel quando o Paulo Lopes terminar a carreira.

Já não há jogos fáceis, e os três pontos trazidos da Amoreira sabem-me tão bem quanto os três conquistados contra o Sporting na última jornada. E valem exactamente o mesmo, garantindo-nos desde já a passagem de ano no topo da tabela. Agora é começar já a trabalhar na recepção ao Rio Ave, para encerrarmos o ano, no que ao campeonato diz respeito, em beleza.

quinta-feira, dezembro 15, 2016

Tranquila

O apuramento para os quartos de final da Taça de Portugal foi garantido com uma vitória tranquila contra o Real, que resistiu de forma honesta e empenhada aquilo que lhe foi possível mas acabou por não conseguir oferecer grande réplica e foi derrotado por uma margem de três golos. O prémio para o esforço do nosso adversário acabou por ser a saída para o intervalo com o resultado ainda em branco.


Apenas dois jogadores do onze que iniciou o jogo do passado domingo mantiveram a titularidade: Ederson e André Almeida, desta vez a jogar na direita. As nove novidades foram: Yuri Ribeiro (estreia oficial na equipa principal do Benfica), Lisandro, Jardel, Samaris, Danilo, Carrillo, Zivkovic, Cervi e Mitroglou. O nulo com que se chegou ao intervalo reflecte o pouco interesse que a primeira parte teve. O Real fechava-se todo atrás da bola, concentrando jogadores no corredor central, e depois tentava sair o mais rapidamente possível para o ataque através de lançamentos para os jogadores mais avançados. O Benfica revelava dificuldades para ultrapassar a floresta de adversários que se lhe opunha, muito por culpa de um ritmo talvez exageradamente lento que impunha ao jogo. Não me parece que a isso fosse alheio o facto do nosso meio campo ser constituído pelo Samaris e o Danilo, dois jogadores que não são especialmente rápidos a executar ou têm grande criatividade. O Cervi actuava preferencialmente nas costas do Mitroglou, e apesar de ser dos mais empenhados não conseguia render tanto como quando joga na ala. Para a segunda parte regressou o Gonçalo Guedes para ocupar essa posição, passando o Cervi para o seu lugar e o Zivkovic para a direita (o Carrillo já não voltou) e a diferença foi notória. O Benfica, sobretudo pelas acções do Gonçalo e do Cervi, imprimiu muito mais velocidade no jogo e o Real passou a sentir muito maiores dificuldades, potenciadas por um golo madrugador do Benfica. Canto marcado pelo Zivkovic e cabeceamento do Mitroglou ao primeiro poste. Depois continuámos a assistir a um domínio completo do Benfica no jogo, embora teimássemos em adiar a marcação do segundo golo, com demasiada parcimónia no remate - os nossos jogadores tentavam muitas vezes passar a um colega quando podiam rematar, ou demoravam demasiado tempo e depois o remate quando saía embatia num adversário. Só nos últimos minutos ampliámos finalmente a vantagem, numa altura em que em termos físicos os jogadores do Real já pagavam a factura do esforço de terem andado a correr atrás da bola a maior parte do jogo. O segundo golo surgiu num penálti marcado pelo Mitroglou, a castigar uma falta sobre o Gonçalo Guedes, e o terceiro pelo Jiménez (tinha entrado um pouco antes para o lugar do Cervi), num bom trabalho individual em que tirou um defesa da frente antes de rematar, depois de receber um passe do mesmo Gonçalo Guedes.


Os jogadores em maior destaque foram o Cervi e o Gonçalo Guedes, cuja entrada foi decisiva para desequilibrar por completo o jogo na segunda parte. Bom jogo também do Zivkovic e, sinceramente, creio que hoje ficou reforçada a ideia que cada vez menos se justifica que o Carrillo tenha tantas mais oportunidades do que o sérvio. Se eu embirro com o Carrillo não é por achar que ele é mau jogador. O meu problema é com a atitude dele. Ninguém joga tão mal como ele jogou hoje, frente a um adversário muito mais fraco, se não for por uma questão de mera vontade. Se é esta a vontade que ele tem de jogar futebol, então não merece um lugar entre os convocados. Foi bom ver o Jardel de regresso, e quanto ao estreante Yuri, cumpriu perfeitamente. Não complicou, tentou jogar de forma simples e apoiar o ataque sempre que possível, e ainda teve um corte providencial numa das raras ocasiões de perigo criadas pelo Real na segunda parte.


Confesso que hoje tinha alguma expectativa em ver alguns minutos do Jonas, mas já deu para perceber que é uma situação que tem que ser gerida com muito cuidado, sem apressar o que quer que seja. O mais importante é que mais uma etapa da Taça de Portugal foi ultrapassada. Agora tratemos de nos dedicar à perseguição do objectivo do tetra, que passará por trazermos os três pontos da Amoreira no próximo sábado.

segunda-feira, dezembro 12, 2016

Confirmada

Uma vitória importante no caminho para o título, que tem como principal consequência sermos à décima terceira jornada líderes isolados e a única equipa que depende apenas de si própria para ser campeã. Foi uma vitória difícil e sofrida, perante um adversário que mesmo com dois golos de desvantagem nunca desistiu e deu tudo o que tinha, obrigando-nos a suar e a trabalhar bastante para garantir os três pontos. Mas um estádio como o nosso, com um público como o nosso, não podia merecer menos do que uma vitória esta noite. Quem lá tiver estado de certeza que percebe porque motivo temos que ir à Luz sempre que possível. Que ambiente incrível.


Não esperava que o nosso treinador fizesse qualquer alteração no onze que alinhou nos últimos jogos, mas acabou por haver uma mudança: na esquerda foi o Rafa quem apareceu a titular, relegando o Cervi para o banco. Do outro lado, o Sporting apresentou o onze esperado. Sobre a primeira parte, acho que há pouco a dizer. Em termos tácticos as equipas encaixaram quase perfeitamente uma na outra e mostraram demasiado respeito (ou receio) mútuo, pelo que o jogo, apesar de sempre muito disputado na zona do meio campo, foi pouco emotivo e com raras ocasiões de perigo. Desde cedo que foi evidente que a estratégia do Sporting passava muito por anular sistematicamente logo à partida com faltas as tentativas de saída rápida do Benfica para o ataque (acho que só mesmo um critério de arbitragem muito largo é que me permite compreender que o William tenha conseguido acabar o jogo sem um amarelo sequer, e que o Marvin tenha estado perto de conseguir o mesmo feito) mas acabou por ser mesmo numa transição rápida para o ataque que conseguimos inaugurar o marcador. Boa condução da bola do Gonçalo Guedes pelo centro do terreno, aproveitando a oferta do William e soltando-a na altura certa para a corrida do Rafa na esquerda, saindo depois um passe de trivela para o lado oposto, onde o Salvio conseguiu já com alguma dificuldade finalizar de primeira. Num jogo com este figurino era de capital importância marcar primeiro, e esse passo estava dado. O jogo não mudou muito com o golo, no entanto, e continuou com o equilíbrio a ser a nota dominante. Um ou outro lance de parte a parte a levar a bola mais perto das balizas, sobretudo a partir de bolas paradas, mas nada de muito emocionante. Só mesmo a fechar a primeira parte é que houve uma clara ocasião de golo, para nós, e surgida perfeitamente por acaso: o Bryan Ruiz teve uma péssima intervenção ao cortar um mau passe do Pizzi e colocou a bola nos pés do Jiménez, deixando-o sozinho em frente ao Rui Patrício. Mas o guarda-redes do Sporting respondeu com uma grande defesa e evitou aquilo que seria um duro golpe para a sua equipa mesmo antes do descanso.


Praticamente desde o apito inicial para a segunda parte que se viu que tudo seria diferente. No primeiro lance, o Gonçalo Guedes quase conseguia aproveitar um atraso arriscado do Coates para o Patrício; na resposta o Campbell (tinha entrado ao intervalo para o lugar do Bruno César) fugiu pela esquerda da nossa defesa e passou atrasado para o Bas Dost rematar com estrondo ao poste. E outra vez na resposta, foi o Rafa quem se isolou pela esquerda da área do Sporting, mas falhou o passe para o Gonçalo Guedes, que estava sozinho no meio. A bola seguiu no entanto até à direita, onde o Nélson Semedo ganhou a linha de fundo após passe do Salvio e centrou para o mergulho de cabeça do Jiménez, que se antecipou ao João Pereira e fez a bola entrar bem junto da base do poste. Num jogo tão equilibrado até então, uma margem de dois golos fazia supor que seria muito difícil ao Sporting reentrar na discussão do resultado. Só que com praticamente metade de um jogo por disputar, houve tempo para muitas alterações tácticas que acabaram por mudar completamente o jogo. Na minha opinião, o ponto de partida foi a substituição forçada do Salvio (que já não estava muito bem desde a primeira parte, em que depois de um choque ficou magoado no ombro). A opção tomada pelo nosso treinador surpreendeu-me, decidindo lançar o Danilo para o jogo e deslocando o Pizzi para a direita. Não me pareceu que a opção tenha resultado, pois a partir desse momento o Sporting ganhou o controlo do meio campo e consequentemente do jogo. O Danilo foi posicionar-se praticamente a par do Fejsa numa posição bastante recuada, passando a haver muito menos pressão sobre os médios do Sporting, que assim tinham mais tempo e espaço para ler o jogo e fazer a bola circular - quando havia pressão era apenas esporádica e porque o Jiménez recuava para fazer esse trabalho. Apesar de, em teoria, o jogador mais perigoso deles ser o Gelson, este foi sendo relativamente controlado pelo André Almeida e era pelo outro lado que aparecia o perigo, até porque entretanto o Campbell se tinha encostado a esse lado (depois da substituição do Bryan Ruiz pelo Alan homónimo) e o Nélson Semedo parecia ter pouco apoio nas tarefas defensivas. O Ruiz que entrou teve uma influência quase nula no jogo e mal se deu por ele, mas o Campbell na esquerda estava constantemente desacompanhado e causava muitos problemas. Durante o quarto de hora que se seguiu o Sporting mandou no jogo e devemos ao Ederson o facto de não terem reduzido mais cedo a diferença. O Benfica ainda voltou a mexer na equipa, trocando o Guedes pelo Cervi, mas com o argentino a ir encostar-se à direita e o Pizzi a passar para as costas do avançado, sem grandes resultados. E o que parecia inevitável acabou por acontecer mesmo: o Campbell surgiu mais uma vez pela esquerda e conseguiu fazer o centro para uma finalização de cabeça bastante fácil do Bas Dost, que estava completamente sozinho na pequena área, junto ao poste do lado oposto (enorme falha de marcação da nossa defesa, em particular do Lindelöf). 


Havia mais de vinte minutos para jogar, o jogo estava agora relançado e antevia-se uma pressão ainda maior do Sporting na procura do golo do empate, até porque alguns dos nossos jogadores pareciam estar nos limites físicos. Mas de forma algo surpreendente não foi isso que aconteceu. O Benfica entretanto trocou os alas, a equipa ganhou alguma consistência, conseguindo acalmar o ritmo do jogo, e sobretudo voltou a conseguir sair com bola para o ataque, coisa que durante o nosso pior período não tinha acontecido. Foi também importante para estabilizar a equipa o fantástico ambiente que o Estádio da Luz quase lotado conseguiu criar no apoio à nossa equipa. Mesmo nos períodos mais complicados o público nunca deixou de estar com a equipa e isso ajudou-nos, e muito. O sufoco que se poderia antecipar por parte do Sporting acabou por nunca acontecer, e honestamente não me recordo do nosso adversário ter conseguido criar mais nenhuma ocasião de perigo até ao final do jogo, isto apesar de ter continuado a ter mais bola. As situações mais perigosas junto da baliza até foram nossas, ambas pelo Rafa. Numa, depois de servido pelo Cervi, tentou o remate de primeira quando estava completamente à vontade e enviou a bola para a bancada. Na outra, libertou-se do Rúben Semedo, ultrapassou ainda o Rui Patrício junto à linha final, mas acabou por fazer mal o passe atrasado para o Cervi, que estava em posição privilegiada. O JJ ainda deu uma pequena ajuda quando, nos minutos finais, surpreendeu ao retirar o Bas Dost do campo para colocar o André - acho que a única explicação que encontro para essa substituição é alguma 'fezada' dele no brasileiro. Resumindo, acabou por nem ser particularmente complicado para o Benfica segurar a vitória durante o tempo que decorreu entre o golo do Sporting e o final do jogo.


Começo por destacar na nossa equipa o Ederson. A vitória começou por ele, já que esteve sempre muito seguro e defendeu o que havia para defender. Não havia nada que pudesse fazer no golo sofrido, mas a ele devemos o facto deste não ter aparecido mais cedo. Se isso tivesse acontecido de certeza que a nossa tarefa teria sido muito mais complicada. Outro dos destaques foi o Rafa, que foi sempre um dos nossos jogadores mais perigosos no ataque, com uma grande assistência para o primeiro golo. E se tivesse conseguido ser um pouco mais certeiro no último passe, poderia ter feito ainda melhor. A entrada do Cervi foi muito importante, sobretudo a partir do momento em que se fixou na esquerda. E já que falo na esquerda, uma menção para o André Almeida. Na posição de lateral esquerdo, a participação no processo ofensivo é praticamente inexistente (a diferença, no processo ofensivo, deste Benfica para aquele que pode contar com o Grimaldo é abissal, e até poder contar com o Eliseu já faria uma enorme diferença) mas em termos defensivos fez um jogo bastante bom. Se hoje o Gelson não teve a influência que lhe é mais habitual no jogo do Sporting, isso deve-se em boa parte à forma eficaz como o André Almeida conseguiu controlá-lo na maior parte do jogo. O Jiménez correu até à exaustão e fez por merecer o golo. Pena ter falhado aquela oferta do Bryan Ruiz.

Os três pontos estão ganhos, a liderança está confirmada e cimentada, a motivação aumentada e este jogo já é passado. Agora é altura de pensar já no Real, com quem iremos disputar o acesso à próxima eliminatória da taça, e a seguir no jogo contra o Estoril. Os três pontos desse jogo valem exactamente o mesmo destes três ganhos esta noite, e é essa a mentalidade que já nos levou à conquista do tricampeonato e que pode manter o sonho do tetra vivo.

P.S.- Enquanto saía do estádio dizia que o melhor era aproveitar a caminhada até casa enquanto o Sporting procurava pelos penáltis não assinalados que seriam necessários para ganhar o jogo. Claro que isso se confirmou mal cheguei a casa. Não é que seja necessário ter algum poder mediúnico para adivinhar estas coisas, porque sempre que o Sporting joga contra o Benfica só há dois cenários possíveis: ou é um 'banho de bola', se ganharem nem que seja por meio a zero com um golo marcado com as nádegas depois de uma rajada de vento ter desviado a bola de um pontapé de baliza; ou então, se não tiverem ganho, é uma 'roubalheira'. Têm o presidente da Liga que escolheram, têm o presidente dos árbitros que escolheram, têm até os árbitros de que gostam. Mas a conspiração universal contra o Sporting continua.

quarta-feira, dezembro 07, 2016

Certa

Vitória certa da melhor equipa em campo esta noite. O Benfica raramente foi capaz de dominar o jogo e incomodar seriamente o Nápoles que venceu claramente a batalha táctica do meio campo. Foi nessa zona que o encontro se decidiu, e depois quem pode dar-se ao luxo de ter um jogador como o Mertens no banco tem sempre um trunfo forte para lançar e resolver.


O jogo foi de domínio repartido durante a primeira parte, sem que alguma das equipas se conseguisse impor claramente no campo, e com as ocasiões a surgirem aos soluços de um lado ou do outro, muitas vezes através de lances mais fortuitos do que construidos. Mas o que ficou claro desde o início foi a capacidade do Nápoles para estrangular a construção do jogo ofensivo do Benfica logo à partida. A equipa italiana tinha clara supremacia na zona central do campo e raramente permitia que a bola chegasse ao Pizzi, que esteve sempre bem vigiado. Quando a bola lhe chegava, tinha que a despachar rapidamente pois era imediatamente pressionado por mais do que um adversário - a forma como o Nápoles conseguiu durante quase todo o jogo pressionar o portador da bola foi aliás outro dos factores que ajudaram a decidi-lo a seu favor. Sem capacidade de organizar jogo pelo centro, o Benfica optou demasiadas vezes pelos lançamentos longos ou por iniciativas individuais sobretudo pela direita, onde o Salvio tomou uma má decisão atrás da outra. Pela esquerda a equipa está claramente coxa. O André Almeida pode eventualmente servir para tapar aquele buraco nos jogos de consumo interno, mas para este nível já não dá. E o Cervi também pareceu ressentir-se disso, pois sem grande apoio nas acções ofensivas acabou por ter também um jogo bastante desinspirado. 


Na segunda parte, apesar do problema principal do meio campo se manter, o Benfica até pareceu entrar um pouquinho melhor, porque fiquei com a sensação de que o Pizzi recuou mais no terreno para conseguir receber a bola voltado para o meio campo adversário, mas nunca deixei de achar que o Nápoles continuava por cima e tinha o jogo perfeitamente controlado. E ao fim de quinze minutos chegou ao golo com alguma naturalidade. Um livre marcado de forma rápida, toque de primeira do Mertens (acabado de entrar) para as costas da defesa, e o Callejon fugiu com facilidade ao Lindelöf, isolou-se e marcou. O Benfica pareceu acusar em demasia este golo, e senti que só muito dificilmente iríamos conseguir alguma coisa deste jogo. As alterações tácticas que o Benfica foi fazendo nada mudaram em termos tácticos, e o problema no meio campo manteve-se. Nós não tínhamos espaço para jogar, e o Nápoles tinha sempre alguem solto para receber a bola e correr com ela. Ou então, sendo mais do que certa a derrota do Besiktas e o nosso apuramento, houve demasiado relaxamento e começou-se logo a pensar já no próximo jogo, o que também não me parece propriamente ideal, especialmente estando um prémio considerável e o primeiro lugar do grupo em jogo. O segundo golo apareceu também de forma natural, um lance individual do Mertens no qual recebu a bola à vontade à entrada da área e depois a defesa do Benfica assistiu em posição privilegiada ao slalom do belga até colocar a bola rasteira junto do poste. O melhor que o Benfica conseguiu fazer foi, a três minutos do final, ver o Jiménez aproveitar uma fífia do Albiol para se isolar e reduzir a diferença.


Felizmente as notícias vindas da Ucrânia foram as melhores, e garantimos o apuramento para a próxima fase da Champions. Fazer isto em duas épocas consecutivas não é um feito menor, e a nossa equipa está de parabéns. É um feito importantíssimo, quer em termos desportivos como financeiros. Mas no jogo de hoje foi visível que temos que conseguir fazer melhor para enfrentar os desafios que essa fase representará. O Nápoles foi tacticamente superior, e confesso que fiquei irritado com a aparente incapacidade de resposta vinda do banco. Foi como se a nossa equipa técnica não estivesse a ver o mesmo jogo que eu. Nenhuma das alterações feitas mudou grande coisa em termos tácticos ou fez o que quer que fosse para corrigir um problema que parecia ser por demais evidente. Algumas das substituições foram aliás perfeitamente inúteis (embora para mim isso seja algo que quase se pode dizer por defeito sempre que o Carrillo entra). Temos agora que concentrar-nos e preparar convenientemente o próximo jogo. A questão do defesa esquerdo é algo que neste momento me preocupa, e parece-me afectar a qualidade do nosso jogo mais do que qualquer outra das muitas lesões que já tivemos durante esta época.

sábado, dezembro 03, 2016

Desperdício

Pagámos um preço demasiado alto pela má entrada no jogo hoje. Uma derrota absurdamente injusta (um empate já teria sido uma injustiça tremenda) que se ficou a dever sobretudo ao muito desperdício no ataque, em especial na segunda parte. Tivesse o aproveitamento sido melhor, e o resultado final não teria andado muito longe daquele que aconteceu no jogo da taça.

Uma única alteração na equipa, esperada, com a utilização forçada do André Almeida na esquerda da defesa. A entrada em jogo do Benfica foi disparatada. Ao contrário do que tinha acontecido no jogo anterior contra este adversário, desta vez foram eles a marcar praticamente na abertura do jogo, num lance em que o Luisão se mostrou demasiado preso de movimentos, e em que depois o jogador do Marítimo acabou por ser feliz no remate - a bola ia para fora, mas um ligeiro toque no Nélson Semedo, que tentava interceptá-la, acabou por fazê-la entrar mesmo junto à base do poste, fora do alcance do Ederson. O golo madrugador pareceu afectar a nossa equipa, que se revelava nervosa na defesa, com o Luisão em particular demasiado inseguro. Do outro lado, a táctica do Marítimo era tentar pressionar e matar sempre que possível qualquer jogada do Benfica à nascença recorrendo à falta. O Gonçalo Guedes em particular, nesta fase inicial, sofreu faltas sucessivas (fora as que nem assinaladas foram) sem que houvesse mais do que o tradicional aviso aos jogadores adversários. O nervosismo do Benfica ficou patente num disparate do Pizzi, que se deixou desarmar à sobre a linha do meio campo e permitiu que um adversário seguisse isolado para a baliza, valendo-nos o Ederson, que com duas defesas evitou o pior. Só ao fim de uns bons vinte minutos é que o Benfica começou a assentar melhor o seu jogo, insistindo sobretudo pela direita devido às acções do Nélson Semedo (o Salvio estava num daqueles dias em que baixa a cabeça e corre com a bola, e só a levanta para ver a baliza). E antes da meia hora o azar do primeiro golo foi compensado com a sorte do golo do empate. Remate do Nélson Semedo ainda de fora da área, com a bola a embater no Salvio e a desviar para entrar junto da base do poste do lado oposto. Se o Benfica já estava a passar para cima do jogo, então depois do empate só deu mesmo Benfica. E começou o desperdício, com as ocasiões desperdiçadas a começarem a acumular-se - só o Mitroglou teve duas ocasiões soberanas para marcar e em ambas nem acertou com a baliza.

A segunda parte foi ainda pior. Começou praticamente com um falhanço inacreditável do Salvio, que servido pelo André Almeida conseguiu cabecear à barra quando estava a uns dois metros da linha de golo. O jogo foi de sentido único, com o Marítimo completamente acantonado à frente da sua área e o Benfica a atacar incessantemente na procura do golo da vitória. Mas ou os nossos jogadores não acertavam com a baliza, ou aparecia sempre uma perna ou uma cabeça de um jogador do Marítimo a desviar a bola, ou o guarda-redes fazia defesas inacreditáveis quando parecia impossível não ser golo. Depois aconteceu o velho estereótipo destes jogos, em que a equipa que está a jogar para o pontinho e não faz absolutamente nada para ganhar, no primeiro ataque que faz na segunda parte (não estou sequer a falar no primeiro remate, mas sim no primeiro ataque, porque mostraram as estatísticas dos ataques pouco depois do golo e o Marítimo na segunda parte tinha um ataque) chega ao golo. Num canto (que surgiu na sequência de um alívio horrível do André Almeida, que fez um balão para dentro da própria área) um defesa do Marítimo conseguiu cabecear no meio do Luisão e do André Almeida e fazer o golo. Faltavam nesta altura vinte e um minutos para o final do jogo, e o cenário era negro. Ainda assim o Benfica conseguiu desperdiçar de forma inacreditável mais algumas ocasiões para marcar, como por exemplo pelo Rafa (tinha entrado para o lugar do Salvio) ou pelo Jiménez (que entrou para o lugar do André Almeida, ficando o Cervi a fazer todo o corredor esquerdo). Não me agradou a forma mais atabalhoada como o Benfica procurou o golo nos minutos finais, mas também é preciso ter em conta que de qualquer forma praticamente já não houve jogo nos últimos quinze minutos. Os jogadores do Marítimo passaram obviamente a cair que nem tordos. Eram frequentemente atacados de cãibras, queimavam tempo em todas as reposições ou interrupções, enfim, fizeram o seu trabalho dado que o tempo corria a favor deles, e já se sabe que nestas coisas o crime compensa quase sempre. Por isso quando os nossos jogadores tinham a bola tentavam frequentemente saltar demasiados passos no processo ofensivo e resolver de forma demasiado rápida, individual e atabalhoada.

Nem vou fazer destaques positivos ou negativos hoje. Ganhamos como equipa, perdemos como equipa. Se há algumas coisas de que nos devemos queixar hoje é sobretudo da inacreditável falta de eficácia no ataque, e da forma disparatada como entrámos no jogo. É uma derrota impensável e injusta, mas tudo isto faz parte do jogo. Fiquei com a sensação de que a equipa fez tudo o que podia para vencer, mas há dias que correm assim e em que a bola parece que não quer entrar. O importante agora é corrigir o que se fez mal e olhar em frente para os próximos jogos. E sobretudo ignorar a canzoada que andava há meses à espera de um resultado destes, porque nos próximos dias vão ladrar muito.