domingo, outubro 28, 2018

Sem comentários

É como o título diz. Ontem não tive oportunidade para ver o jogo. Tencionava vê-lo depois em diferido, mas sabendo já o resultado nem sequer me vou incomodar a fazê-lo. 

É que perder com a SAD do Belenenses, que jogou numa casa emprestada e que nem tem adeptos, ainda por cima por dois golos é mau demais. Nem preciso de ver o jogo para imaginar que o único cenário possível é o Benfica ter feito um jogo inacreditavelmente mau, quase de certeza marcado pela péssima capacidade de finalização que a nossa equipa tem mostrado esta época. E confesso que a minha tendência para o pessimismo antes de quase todos os jogos já me fazia temer uma coisa destas. Simplesmente, o Benfica aproveitar o empate do Braga para vencer e se isolar no topo da tabela classificativa parecia-me ser demasiado bom para ser verdade. De alguma forma arranjaríamos maneira para estragar isto. E assim oferecemos um balão de oxigénio aos rivais, sobrecarregamos o negativismo que já tinha mostrado a sua cara depois da derrota em Amesterdão, e damos mais armas aos que se entretêm a atacar o Benfica. Uma semana em cheio, portanto.

terça-feira, outubro 23, 2018

Cruel

No regresso a Amesterdão repetiu-se a sina da final da Liga Europa, e fomos derrotados com um golo mesmo ao cair do pano. É uma derrota cruel, sobretudo porque já era completamente inesperada naquela altura e porque o Benfica jogou e lutou para merecer outro resultado.


Com o Rúben Dias suspenso, coube ao Conti ocupar a sua vaga no centro da defesa, formando dupla com o regressado Jardel. A outra alteração foi o Gedson no meio campo, quando muitos apontavam o Gabriel à titularidade. Quanto ao jogo, acho que raramente vi jogos com tão poucos golos que me tivessem entretido tanto. Desde o primeiro minuto que vimos duas equipas a tentar marcar e ganhar este jogo. O Ajax com algum ascendente, ou não estivesse a jogar em casa, mas com o Benfica a conseguir sempre dar resposta e a manter os holandeses em sentido. Houve quase sempre espaço para atacar, um ritmo elevado e a bola a andar de uma área à outra. Que diferença para aqueles jogos a que estamos mais habituados, com uma equipa apenas interessada em destruir. O intervalo chegou com 0-0 mas podia estar facilmente 1-1 ou 2-2, porque as equipas contruíram ocasiões de perigo suficientes para isso. No Benfica eram os homens da frente, sobretudo Rafa e Seferovic, quem aproveitava o espaço e as muitas situações em que se apanhavam em um para um com os seus marcadores directos, já que cautelas defensivas houve sempre poucas, para se soltar e criar as jogadas mais perigosas. Pouco mudou na segunda parte e continuei com a sensação de que qualquer uma das equipas poderia marcar um golo que seria quase de certeza decisivo. Nenhum dos treinadores mostrou sequer vontade de alterar grande coisa, porque foram guardando as substituições para os minutos finais do jogo, e acabaram por nem sequer as gastar todas. E no último minuto do tempo de compensação, quando já nada o fazia prever, o Ajax chegou ao golo num remate de fora da área que fez a bola desviar no Grimaldo e trair o até então intransponível Odysseas. O lance começa numa falha do Conti (talvez a única no que até então estava a ser um jogo muito positivo) que não conseguiu um corte que parecia fácil, mas imediatamente antes houve um outro lance que me deixou muitas dúvidas na área do Ajax, já que me pareceu que o Cervi foi tocado em falta.


No geral achei que toda a equipa fez um bom jogo e não mereceu um desfecho tão cruel. Destaques maiores para o Odysseas, Rafa e Seferovic. O Conti também fez um jogo bastante bom e não merecia a mancha que foi o último lance do jogo.

Este resultado deixa-nos numa posição muito complicada no que diz respeito ao apuramento, pois deixámos de depender de nós próprios. Temos obrigatoriamente que vencer os dois jogos em casa e depois ver o que acontece nos outros jogos. Não tenho grandes críticas à forma como o Benfica se apresentou a jogar em Amesterdão. Acho que fizemos um bom jogo e procurámos ganhar. Fomos traídos por um lance de infortúnio, mas isso não altera a minha opinião sobre todo o jogo. Agora é fundamental não deixarmos que isto afecte a equipa, e que regressemos às vitórias já no próximo jogo.

sexta-feira, outubro 19, 2018

Competente

Exibição competente de um Benfica com muitas alterações na equipa, que chegou e sobrou para vencer o Sertanense de forma clara e tranquila, e assim carimbar a passagem à próxima eliminatória.


Dos jogadores que têm sido titulares ultimamente apenas o Rúben Dias e o Gabriel fizeram parte das escolhas iniciais. O resto da equipa: Svilar, Corchia, Alfa (a central), Yuri Ribeiro, Samaris, Gedson, Zivkovic, Rafa e Jonas. O jogo tem pouca história, porque resume-se a uma superioridade incontestável do Benfica. Mesmo sem acelerar muito, tivemos noção das nossas responsabilidades e assumimos desde logo as despesas do jogo, instalando-nos em permanência no meio campo adversário e remetendo-o para a sua área. Durante toda a primeira parte permitimos-lhes apenas um remate (num livre, ainda longe da baliza) e marcámos numa recarga do Rafa a um primeiro tiro do Zivkovic, isto depois de já termos visto um golo anulado ao Jonas num lance muito semelhante. Com um adversário a não mostrar capacidade para nos causar qualquer problema, o jogo pareceu ficar logo aí resolvido, e a segunda parte serviu apenas para acentuar a diferença entre as duas equipas. Mais uma vez apenas permitimos um remate ao adversário (que ainda assim obrigou o Svilar a fazer uma excelente defesa, a única durante todo o jogo). Da nossa parte, é de assinalar o excelente golo do Gedson, um disparo de muito longe a fazer a bola entrar junto ao ângulo e que nos deixou com dois golos de vantagem, e o regresso do Jonas aos golos, tendo feito o terceiro da nossa equipa. Tivemos ainda mais um golo anulado, desta vez ao Ferreyra. Por último, mencionar que depois das entradas do João Félix e do Jota (estreia absoluta na equipa principal) terminámos o jogo com seis jogadores da formação em campo.

O melhor do Benfica foi o Gedson, tendo sido bem acompanhado pelo Zivkovic. Tenho pena que o sérvio esteja a ter muito menos minutos esta época, porque tem talento e qualidade para dar e vender. Gostei de ver o Samaris com a braçadeira de capitão, ainda por cima a revelar muita tranquilidade depois de uma semana em que foi ele o escolhido para alvo de uma tentativa de desestabilização (antes tinha sido o Zivkovic).

Missão cumprida de forma perfeita. Um jogo tranquilo, uma exibição agradável, minutos para os menos utilizados e descanso para os titulares antes de um jogo decisivo para a Champions. Era difícil pedir mais.

segunda-feira, outubro 08, 2018

Batalha

Foi arrancada quase a ferros, foi preciso sofrer um pouco no final (muito por culpa de terceiros) mas a vitória no Clássico frente ao Porto assenta-nos muito bem. Num jogo equilibrado foi o Benfica quem foi aquele bocadinho melhor para vencer o jogo.


Regressos do Gabriel e do Cervi ao onze e estreia do Lema a titular foram as novidades, embora no caso do central argentino não houvesse propriamente grandes opções. Com Jardel lesionado e Conti suspenso, o Lema era a escolha óbvia. E fez bem o nosso treinador, porque apesar da muita especulação que vi na imprensa, como que a tentar 'matar' logo um jogador ainda antes dele dar um pontapé numa bola, se o Lema faz parte do plantel é porque é uma opção válida. Não faria qualquer sentido estar a recorrer a uma adaptação como o Samaris quando tínhamos um central disponível. Sobre a primeira parte não há muita coisa a dizer, porque apesar de extremamente disputado, o jogo teve poucos motivos de interesse. As equipas encaixaram uma na outra e anularam-se quase sempre, e nenhuma das duas parecia ter grande vontade de arriscar muito para desatar o nó que tinham dado. O Porto entrou na Luz com a clara intenção de jogar para o empate - o Casillas viu o amarelo logo aos dezoito minutos de jogo por andar a queimar tempo de forma abusiva em qualquer reposição de bola, por exemplo. O Benfica parecia estar mais preocupado em não perder do que ganhar, por isso quase não corria riscos. Os nossos laterais foram muito menos atrevidos do que o normal, subindo no terreno quase só pela certa, o Pizzi aparecia quase sempre em terrenos muito recuados, e o Seferovic jogava muito só na frente. Com ambas as equipas receosas do adversário praticamente não houve ocasiões de perigo e a bola rondava as balizas apenas em situações de bola parada. Honestamente, jogou-se mau futebol durante os primeiros quarenta e cinco minutos. Intensidade sim, mas muitos passes falhados e pouquíssimas jogadas dignas desse nome.



Para a segunda parte o Benfica veio mais decidido a assumir finalmente as despesas do jogo. E conseguiu-o, passando-se a jogar muito mais tempo dentro do meio campo do Porto. Assinalo também que logo nos primeiros minutos o Otávio, um dos principais destruidores de jogo do Porto (apesar de ser médio ofensivo) finalmente viu um cartão amarelo, após cometer a sétima falta no jogo - hilariante a sinalética do árbitro a indicar que lhe estava a mostrar o amarelo pela terceira falta. Foi imediatamente substituído, não fosse chegar à décima quarta falta e arriscar-se a ser expulso. No Benfica, a entrada do Rafa também logo nos primeiros minutos dinamizou ainda mais a equipa. E justificava-se, porque era precisamente por aquele lado que tínhamos que insistir. O Maxi Pereira quase que dá pena porque mal se consegue mexer, e com o Marega o jogo todo encostado à direita não havia um verdadeiro médio ala para vir ajudar o trôpego lateral direito portista (o Otávio tinha andado a bater em tudo o que mexia por aquele lado mas o Sérgio Oliveira, que o substituiu, era incapaz de fazer o mesmo papel). Com o Benfica por cima no jogo surgiu a primeira grande ocasião de golo, num remate do Gabriel à entrada da área que proporcionou uma boa defesa ao Casillas. Certamente que isto terá lembrado muita gente das exibições inspiradas do espanhol nas últimas visitas do Porto a nossa casa, e que nos impediram de vencer. Mas neste caso a preocupação não durou muito, porque quase a seguir surgiu o golo que decidiu o jogo. Na sequência de um pontapé de baliza para o Porto ganhámos a segunda bola no círculo central, o Gabriel colocou-a em balão para as costas da defesa portista, o Pizzi (que ganhou em velocidade ao Maxi) assistiu de cabeça para a corrida do Seferovic, e este conseguiu o remate vitorioso apesar do esforço do Militão para fazer o corte. 


Estavam decorridos sessenta e dois minutos de jogo. Muito tempo portanto para jogar, e da minha parte a expectativa para ver se o Benfica iria mais uma vez cometer o erro de tentar defender o resultado, entregando a iniciativa ao adversário. Não foi isso que aconteceu. O Benfica continuou bem no jogo, com o Porto a conseguir apenas chegar perto da nossa baliza em bolas paradas. A precisar de carregar na procura do golo e perante a total inutilidade do Maxi Pereira, o Porto abdicou mesmo de jogar com um lateral de raiz e fez entrar o Corona para aquela posição, mas nem isso mudou grande coisa. O jogo caminhava para o final e eu estava plenamente convencido que a vitória já não nos fugiria, mas aos oitenta e três minutos o árbitro Veríssimo, que até aí nem tinha estado particularmente nefasto (depois de tantos jogos contra o Porto arbitrados pelo Soares Dias, uma arbitragem destas até nem parecia má de todo) resolveu aparecer e resolveu mostrar o segundo amarelo ao Lema de forma absurda, por um lance a meio campo. Para além de ter sérias dúvidas de que tenha sequer sido falta, mesmo se fosse nunca seria para cartão amarelo. O que é certo é que isto deu novo alento ao Porto, e da nossa parte foi altura de recuar o Alfa Semedo para central (tinha acabado de entrar) e cerrar fileiras. O Porto criou a sua melhor ocasião de golo numa iniciativa individual do Brahimi, tendo o seu remate cruzado passado muito perto do poste, mas no geral e apesar de uma pressão maior, continuou tudo muito como dantes, com o Porto apenas a conseguir chegar perto da nossa baliza em tudo o que fosse bola parada, que aproveitava para despejar para a área.



Melhor em campo, para mim, Rúben Dias. Mais do que uma bofetada, foi mesmo um murro de luva branca aos que semana após semana insistem em querer colar-lhe o rótulo de jogador violento. Foi uma exibição sem mácula, em que não me lembro de o ver perder um lance e limpou tudo, pelo ar e pelo chão. Mostrou a quem quis ver que é já um grande defesa central e que, consigamos nós segurá-lo, temos ali um líder para muitos anos. Uma palavra para o Lema, que se estreou a titular num jogo destes. Pareceu tremer um pouco no início, mas depois atinou e estava a fazer um bom jogo. Não merecia ter sido traído pelo árbitro. O Grimaldo é outro dos destaques, sem surpresa. Em particular quando se começou a soltar na segunda parte. Gostei também do Fejsa e do Seferovic, e já agora menciono também o Pizzi. Nao por ter feito uma exibição extraordinária, mas sim por ter mostrado uma atitude muito mais decidida e lutadora, como se exigia num jogo destes.

Este resultado permitiu-nos regressar ao topo da tabela antes de nova interrupção na competição. Temos que aproveitar o ímpeto e a motivação que um resultado destes dão e consolidar esta posição. Frente ao nosso maior adversário na luta pelo título, que não tem olhado a meios para nos derrubar, não nos deixámos intimidar e desta vez nem sequer mais uma arbitragem em tons dourados nos afastou da vitória. Esta tem que ser a atitude até final. A guerra que será este campeonato (guerra essa que foi declarada e nos está a ser movida desde o ano passado, sem quartel) só poderá ser ganha se encararmos cada jogo como uma batalha.

quarta-feira, outubro 03, 2018

Masoquismo

Um supremo exercício de masoquismo. É a melhor forma que encontro para descrever o jogo disputado na Grécia frente ao AEK que colocou um ponto final na série de maus resultados do Benfica na fase de grupos da Champions. Um jogo em que tivemos tudo para conquistar uma vitória tranquila, e de repente parecia que tudo fazíamos para deixar que essa vitória nos escapasse por entre os dedos.


O Benfica apresentou-se com o Conti no lugar do Jardel, Gedson no do Gabriel, e com o Rafa a manter a titularidade, tendo sido o Cervi a sair da equipa para permitir o regresso do Salvio. Este era um jogo que teria que ser ganho se queríamos manter intactas as nossas possibilidades de apuramento, e a entrada dificilmente poderia ter sido melhor. Dois golos no primeiro quarto de hora colocaram-nos numa situação muito confortável e deixaram o AEK completamente abananado. O primeiro surgiu aos seis minutos, numa recarga do Seferovic a um remate do Gedson, e o segundo aos catorze, num improvável cabeceamento do Grimaldo, que surgiu ao segundo poste para finalizar um bom cruzamento do Pizzi. Tudo a correr sobre rodas, Benfica completamente à vontade no jogo perante um adversário que parece ser manifestamente mais fraco. Só que depois disto, veio a face mais feia do Benfica, a que já nos vamos habituando. É como se fosse um combate de boxe, em que acertamos com um directo e um uppercut no adversário, ele fica ali meio zonzo quase a cair, e em vez de darmos o murro decisivo para o K.O. decidimos recuar para o nosso canto. Isto até poderia não ser dramático se - e reforço este 'se' - o Benfica já tivesse mostrado ser uma equipa capaz de gerir jogos e resultados. Não é. O Benfica tem dois modos: ou está em cima do adversário, ou então quando decide 'gerir' simplesmente recua as linhas para cima da área e entrega quase por completo a iniciativa de jogo ao adversário (e também uns 75% do domínio territorial). Ora um adversário que levou dois golos logo a abrir e que nessa altura devia era estar a pensar como evitar ser goleado em casa, de repente apanha-se com espaço para respirar, tempo para organizar ideias, e progressivamente vai-se aproximando da nossa baliza e até começando a acreditar que se calhar é possível conseguir um resultado positivo. Foi isto que vimos acontecer, com o AEK a tornar-se cada vez mais perigoso à medida que  tempo decorria (enquanto o Benfica se entretinha a passar a bola para os lados e para trás, deixando de ameaçar o que quer que fosse no ataque) até que a pressão fosse mesmo real e intensa nos minutos imediatamente antes do intervalo. O Odysseas mais uma vez foi dizendo 'presente', mas como o masoquismo ainda não era suficiente o Rúben Dias conseguiu ver um segundo cartão amarelo (justo e perfeitamente escusado) mesmo a fechar a primeira parte, para animar ainda mais um adversário que já tínhamos feito o favor de ressuscitar. Não estarei a exagerar se disser que nesta altura já me vinha à cabeça aquele jogo contra o Besiktas em que chegámos ao intervalo a vencer 3-0 para acabarmos por empatar 3-3. 


Para a segunda parte voltou o Lema no lugar do Salvio. Uma alteração a contribuir para encolher ainda mais o jogo e logo à partida, pelo menos intuitivamente, errada. Se estamos a jogar com menos um adversário parece-me que seria intuitivo ter em campo jogadores com garra, não alguém como o Pizzi que quando as coisas correm mal tem muito pouca reacção e que desiste de praticamente todos os lances divididos. A defender também não ajuda muito. O André Almeida estava a ter um jogo mau e precisava de toda a ajuda possível, coisa que o Pizzi era incapaz de fazer - e aquele lado depressa se tornou uma autêntica avenida, por onde o lateral esquerdo sueco do AEK andou a passear à vontade. Com o Benfica a jogar em modo de contenção máxima, nem foram precisos vinte minutos para os gregos marcarem dois golos e empatarem o jogo. O primeiro nasce de um cruzamento (claro) do lado direito da nossa defesa e depois no centro da área, um jogador grego chega primeiro à bola, isto apesar de estar lá sozinho contra cinco defesas do Benfica. Acho que vale a pena assinalar que no início da jogada, antes do passe ser feito para o lateral esquerdo do AEK, o Pizzi teve a possibilidade de afastar a bola, mas em vez disso e fiel à intensidade que um jogo nestas condições exigia, preferiu ficar parado e levantar o braço a pedir uma falta inexistente. O segundo nasce de um cruzamento para a zona do segundo poste, seguindo-se depois o clássico toque de cabeça para o poste oposto onde apareceu um colega a finalizar à vontade. Este golo aconteceu imediatamente a seguir ao nosso treinador se ter rendido às evidências e ter trocado o Pizzi pelo Alfa Semedo, passando o Gedson a fechar o lado direito. Por esta altura o Benfica era uma equipa perdida em campo, incapaz de alinhavar uma jogada de ataque e a abrir brechas na defesa com uma enorme frequência. O AEK poderia perfeitamente ter-se colocado em vantagem, pois dispôs de uma ocasião com dois jogadores isolados em frente ao Odysseas. Resolveu a situação o nosso guarda-redes, com mais uma grande defesa, valendo-nos também que o jogador deles tenha decidido rematar em vez de passar a bola ao colega que estava completamente sozinho à frente da baliza. Não marcou o AEK, marcou o Benfica quase na resposta. Uma recuperação de bola do Alfa Semedo sobre a linha do meio campo, progressão até perto da área, e tendo em conta que pouco mais poderia fazer (só estava lá por perto o Seferovic) um remate ainda bem de fora da área, rasteiro e cruzado, que levou a bola a entrar bem juntinha à base do poste mais distante. Um grande golo. Foi aos setenta e cinco minutos de jogo, e foi o primeiro remate que o Benfica fez na segunda parte (e não se se não acabou por ser mesmo o único). O AEK acusou, e de que maneira, o golo, o Benfica finalmente sossegou um pouco, e com o Gedson finalmente a conseguir estancar um pouco as investidas do Hult pela esquerda e ainda a entrada do Cervi para os minutos finais, lá conseguimos levar o jogo até final sem mais nenhum sobressalto.


A destacar alguém neste jogo começo pelo Odysseas. Mais intervenções de grande dificuldade que evitaram que o resultado tivesse sido pior, e a mostrar que o Benfica pode contar com ele. De resto, acho que o Grimaldo e o Fejsa não estiveram mal. Menção também para o Alfa, pelo golo e por ter ajudado a colocar alguma ordem numa equipa que até à sua entrada parecia estar tacticamente à deriva. Mal, mesmo muito mal, o André Almeida. O seu lado foi sempre uma dor de cabeça para nós. É certo que enquanto o Pizzi esteve encarregue de ajudar a fechar a direita praticamente não teve apoio, mas mesmo durante a primeira parte foram vários os erros e desatenções. O Rúben vê o primeiro amarelo numa falta que vai cometer ao lado direito (aliás, o segundo também). Por falar no Rúben, ele não pode cometer um erro daqueles e comprometer a equipa com a sua expulsão. É jovem e impetuoso, mas aquela falta era perfeitamente evitável e deveria ter abordado o lance de outra forma sabendo que já tinha amarelo. O Pizzi foi outro jogador com uma má actuação, salvando-se apenas o passe para o golo do Grimaldo. Num jogo em que estamos reduzidos a dez não podemos dar-nos ao luxo de ter em campo um jogador com uma atitude tão macia e quase desinteressada.

Estão garantidos os três pontos, agora é preciso dar seguimento a isto. O outro jogo do grupo teve um resultado pouco interessante para nós, já que seria melhor se o Bayern limpasse todos os seus jogos contra os outros adversários do grupo. Tudo se configura para que o Ajax seja o principal adversário na luta pelo apuramento, e por isso os próximos dois jogos deverão deixar muita coisa definida. Entretanto, é pensar no próximo jogo contra o Porto. Pelo menos já fiquei a saber que me deixam ir ao estádio vê-lo. Já não é mau.