segunda-feira, julho 28, 2008

Fraco

Muito fraco mesmo. Para mim, foi bem pior o jogo desta noite do que o de sexta-feira. Jogámos pior, voltámos a asnear na defesa, e perdemos bem. Sim, eu sei que é preciso dar tempo ao novo treinador, e a conversa do costume. Não estou a fazer nenhuma futurologia em relação à nova época. Estou apenas a falar sobre o jogo que perdemos esta noite.

Irritou-me bastante o nosso meio campo. Foi demasiado complicativo, incapaz de jogar simples, e houve uma quantidade assustadora de passes errados, mesmo quando o colega estava a menos de cinco metros. Não sei que raio de táctica foi aquela com que começámos, sem avançados, mas quero acreditar que foi apenas para fazer experiências e que não terá nada a ver com aquilo que faremos nos jogos a sério. Até porque, se tivéssemos ido buscar o Aimar para o pôr a jogar assim, então ele não serviria para nada, e ao fim de um mês já estaria a ser assobiado pelo Terceiro Anel. A defesa em linha continua a deixar-me nervoso, e fiquei com a sensação de que se o árbitro assistente não fosse tão mau, teríamos assistido às suas consequências nefastas mais do que uma vez. E claro, seria fácil agora desatar também a bater no meu ódiozinho de estimação, e cascar forte e feio no Edcarlos. Toda a gente sabe o que penso dele, e que acho que não tem valor para ser titular do Benfica. É verdade que ele esteve directamente envolvido nos lances dos dois golos, e é o principal culpado (no primeiro então, se é verdade que o Quique já o estava a avisar antes do passe ser feito - e eu acredito que sim, porque até eu quando estou nas bancadas a ver jogos ao vivo consigo ver que ele se posiciona e movimenta mal, e por vezes dou comigo feito tonto aos gritos - então ele poderá começar já a fazer as malas) mas a falha é também, e muito, colectiva. Onde é que andava o Léo no primeiro golo, por exemplo? E no segundo, porque é que os outros jogadores (em particular do nosso meio campo) demoraram tanto tempo a tirar a bola dali, e preferiram complicar? Aquele passe à queima do Binya para o Edcarlos já era meio caminho andado para lhe complicar a vida. Depois houve mérito dos avançados adversários, que pressionaram bem e provocaram o erro.

De positivo pouco ou nada sobrou. Talvez a boa vontade do Urretavizcaya, que correu quilómetros a tentar pressionar os defesas adversários, e um ou outro pormenor do Fellipe Bastos. Julgo que no próximo fim-de-semana, no torneio de Guimarães, já poderemos ter uma ideia mais concreta de qual será o nosso plantel e esquema táctico para esta época. Este torneio serviu apenas para fazer experiências, que de positivo terão tido apenas o facto de dar ao treinador algumas certezas sobre quem não deverá ficar no plantel.

sábado, julho 26, 2008

Ontem

Gostei sobretudo do Yebda, do Fellipe Bastos, do Nuno Assis e do Balboa - parece ser um extremo clássico, parte com a bola para cima dos adversários, e procura a linha para centrar (bem).

Não gostei das asneiras defensivas, em que curiosamente os marretas do costume, tal como o ano passado, apareceram de alguma forma envolvidos nos lances (excepção feita ao livre, que aquilo foi ingenuidade do pessoal todo da barreira e depois foi muito bem marcado). A avaliar pelo jogo de ontem, se tem que sair algum central com a chegada do Sidnei, não é o Miguel Vítor. Também fiquei desagradado com a exibição do Sepsi, muito nervoso e a fazer demasiados passes errados e erros de marcação. E eu até gostaria que fosse ele a ficar como reserva do Léo.

Os melhores períodos do Benfica foram os primeiros vinte minutos - altura em que ainda se viu o Carlos Martins, que depois se eclipsou e só voltou a aparecer, sem surpresa, quando a coisa ameaçou descambar para a pancadaria (nem era ele quem estava directamente envolvido no caso, era o Fellipe Bastos, mas mal ele viu uma oportunidade para a confusão foi-se lá meter); e os minutos finais, que se seguiram ao golo do Makukula. Por mim, o Binya voltou a mostrar que tem lugar no plantel, e a exemplo do pouco que vi do jogo contra o Estoril, o Amorim continua demasiado discreto.

Já se viram alguns pormenores interessantes de jogo colectivo, com boas trocas de bola (sobretudo na primeira parte). No entanto, algo que me desagrada é a aparente intenção de jogarmos com a defesa em linha. Pode ser embirração minha, já que não sou adepto desta táctica, mas acho que não temos defesas suficientemente rápidos (e inteligentes) para defendermos assim. É que basta um deles errar para deixarmos um adversário isolado.

quinta-feira, julho 24, 2008

Triste

Quem quiser reclamar comigo, que reclame. Que digam que ainda o jogador não vestiu a nossa camisola num jogo e que já estou a falar mal dele, que a partir do momento em que ele assinou merece todo o nosso apoio, ou que o futebol profissional não se compadece com valores que tendem a ser esquecidos com o tempo. Eu tenho memória. E é por ter memória que para mim, como benfiquista, hoje é um dia triste. Para mim o Jorge Ribeiro, depois das atitudes abjectas que já teve, nunca voltaria à nossa casa. Nem que fosse o melhor jogador do mundo. Ainda por cima porque nunca ouvi uma única palavra da parte dele a pedir desculpa ou a justificar minimamente aquilo que fez, e em vez disso fala e comporta-se como se nada se tivesse passado. Ao abrirmos as portas ao seu regresso, para mim estamos também a abri-las para deixar sair mais um bocado da nossa identidade, e daquilo que faz o Benfica ser o Benfica.

Se alguma vez vir o Jorge Ribeiro jogar, não o vou assobiar ou apupar, até porque nunca o fiz em relação a qualquer jogador do Benfica. Mas posso garantir que não tenciono aplaudir uma única vez, faça ele o que fizer em campo.

P.S.- Quanto aos outros dois apresentados hoje, tenho que esperar para ver. Continuo a dizer que tenho confiança no trabalho dos actuais responsáveis pelo nosso futebol (muito bom o facto do Sidnei ter assinado e sobre este negócio não termos ouvido uma única palavra na imprensa antes do negócio ser consumado). Mas também devo dizer que, sinceramente, neste momento a sensação que continuo a ter quando penso no nosso futebol é que vejo jogadores a mais e equipa a menos.

quarta-feira, julho 23, 2008

RTP


Não sei se mais alguém terá a mesma opinião, mas quando hoje li a notícia que informava que os jogos da nossa Liga vão regressar à RTP, fiquei satisfeito. Se calhar é um pouco um efeito nostálgico, já que me habituei a ver a bola na estação pública quando era miúdo, ou então apenas um reflexo do desprezo total que sempre senti pela TVI (em minha casa a televisão sempre esteve programada para saltar do canal 3 para o 5). De uma coisa tenho a certeza: é que um serviço pior do que aquele que a TVI prestou ao nosso futebol nos últimos anos, é difícil a RTP fazer. Duvido que seja necessário esperar até à uma da manhã para poder ver os resumos da jornada, por exemplo. E mesmo quando tenho paciência para esperar, ter que ver alguns partidos ao meio, com anúncios e outros resumos pelo meio.

Um bónus extra poderá ser deixarmos de aturar as análises doutas do Sr.Coroado (embora não ponha as mãos no fogo - ele trabalha também para a RDP, por isso até é bem capaz de conseguir arranjar o tacho na RTP). Fico também na expectativa de um eventual regresso do senhor ali de cima à RTP, ou até do José Nicolau de Melo, que apesar de ser incapaz de disfarçar o seu facciosismo andradiano, muito me ensinou na arte da pronúncia dos nomes de jogadores de leste. Quem pode esquecer nomes como 'Muénárchique', 'Záhhhóviche', 'Félque', ou o incomparável 'Querálhe'?

quinta-feira, julho 17, 2008

Aimar

Custou, mas foi. A novela durou tempo a mais, já andávamos todos fartos de ver diariamente as capas dos jornais dizerem que ele já vinha a caminho, mas desta vez as coisas acabaram de forma satisfatória para nós. Confirmou-se a contratação do médio argentino, e o nosso novo director desportivo só pode mesmo sair bem na fotografia neste caso, sobretudo em comparação com um passado mais recente.

Não sei que Aimar é que vamos ter, mas que pelo menos ele é, potencialmente, um jogador claramente acima da média da Liga portuguesa, é, e é também a primeira contratação para a nova época que eu posso confessar que me entusiasma verdadeiramente. Parabéns ao Rui Costa pela paciência e perseverança na defesa dos interesses do Benfica em toda esta história, e em particular pela acção decisiva que terá tomado ao saber da existência de 'interferências' de terceiros (sejam lá quem forem) neste negócio.

quarta-feira, julho 09, 2008

Céptico

Confesso que desde que foram conhecidas as conclusões da atribulada reunião do Conselho de Justiça da FPF, a semana passada, ando a evitar escrever sobre o assunto, ou fazer grandes considerações sobre ele, mesmo tendo essas mesmas conclusões sido favoráveis às nossas pretensões de vermos a batotice, a corrupção e a 'chico-espertice' punidas. A minha primeira reacção foi mesmo de espanto perante o súbito aparecimento de uma espinha dorsal nos membros do CJ. Depois, face ao comportamento ridiculamente comprometido do presidente do CJ, Gonçalves Pereira (de facto, é mesmo preciso uma pessoa não ter vergonha nenhuma para expor ao país de uma forma tão clara a sua falta de ética, tentar apresentar as suas atitudes conspurcadas de caciquismo e compadrios como um comportamento correcto, e ainda manter uma cara séria enquanto o faz) e face a tudo o que temos visto acontecer neste processo até agora, limitei-me a ser o mais céptico possível.

Imediatamente pensei que o curso 'normal' das coisas levaria a que os lacaios e avençados do costume imediatamente começassem a necessária campanha não de crítica ao comportamento do presidente do CJ, mas sim dos outros cinco membros, e pensei que o resultado mais óbvio ainda acabaria por ser destituir os cinco membros em questão (ou até o CJ inteiro), substituindo-os então por outros que garantissem o resultado da avaliação dos recursos de Boavista e PC que Gonçalves Pereira, apesar de toda a sua diligência, não conseguiu obter. Primeiro comecei por ouvir adeptos em geral do FCP (e mais uma vez com uma cara séria) acusarem os cinco membros em questão - e não os outros dois, claro - de terem sido corrompidos (pelo Benfica, claro) - percebe-se que para alguém habituado à corrupção como moeda corrente em sua casa não consiga imaginar outro tipo de cenário. Ontem já o MST, como não podia deixar de ser, e perante a inevitabilidade do comportamento vergonhoso de Gonçalves Pereira, adoptou a via de colocar todos os membros do CJ dentro do mesmo saco. Ou seja, admite que o presidente do CJ não era isento, mas depois acusa os outros cinco de serem exactamente a mesma espécie de vermes sem espinha dorsal, só que defendendo o Benfica. Hoje já o fantástico Gonçalves Pereira - palavra de honra que eu estou estupefacto com a forma como este fantoche continua a agir como se fosse uma pessoa idónea em todo este processo, e de cada vez que o vejo falar sobre o assunto só me vem à memória o saudoso Muhammed Saïd Al Sahaf - vem dizer mais uma vez que não se demite, mas vai pedir ao presidente da AG da FPF que demita os cinco membros malvados que não lhe fizeram o favorzinho que ele tinha prometido aos padrinhos. E apesar de achar que esta situação é quase demasiado surreal para ser verdade, continuo convencido que vão arranjar maneira de descalçar esta bota, e que isto não vai dar em nada.

Entretanto, e para falarmos mesmo da futebol, a nossa época arrancou ontem. Não vi grandes diferenças em relação aos últimos anos, pois mais uma vez ainda temos o plantel longe de estar fechado, e até aposto que vamos andar a gramar com 'contratações' virtuais para o Benfica até ao dia 31 de Agosto, porque me custa acreditar que, chegada essa data, o plantel já esteja de facto completo. Tendo em conta o início de campeonato que vamos ter (ao menos não vamos ter que esperar muito para percebermos se este ano a candidatura ao título é séria ou não), convinha que se resolvessem estes assuntos o mais depressa possível. Acredito muito no trabalho do Rui Costa, mas já estou farto de andar há duas semanas a ouvir que o Aimar 'está por horas' ou que 'já fez as malas'. Detesto estas novelas de pré-época, e já começo a ficar ansioso para que a bola comece a rolar, com ou sem Aimar.

sexta-feira, julho 04, 2008

Jantares

Realizou-se ontem uma Assembleia Geral do nosso clube, tendo como ponto único da ordem de trabalhos a discussão do Orçamento para a época desportiva de 2008/2009. Tendo em conta o que vi durante a assembleia da passada semana, esperava que a de ontem fosse ainda mais 'animada', e não me enganei. Não me parece que o que se passou tenha sido tão mau como as imagens que passaram cá para fora farão crer. Mas não deixou de ser uma situação triste.

A discussão do orçamento em si não teve problemas de maior. Foi apresentado, foram feitas perguntas, a que a direcção tentou responder. Em relação ao ponto mais polémico - a redução do orçamento das modalidades - gostei da intervenção do responsável por elas, Fernando Tavares, que deu explicações bastante concisas para as decisões tomadas. Pelo meio, foram-se começando a ouvir alguns distúrbios, que aumentaram de tom e frequência após a intervenção do Jorge Máximo, vindos invariavelmente do mesmo grupo de pouco mais de duas dezenas de adeptos - e discordo com as notícias que vi hoje, que apontam o dedo às 'claques' como causadoras dos distúrbios na assembleia geral. Estavam lá imensos membros das claques, e a grande maioria deles não teve qualquer comportamento censurável, sendo que muitos deles estavam em desacordo com o comportamento daquele grupelho desordeiro. Eu compreendo que as pessoas se possam sentir insatisfeitas e que queiram pedir satisfações, mas quando a crítica mais articulada que conseguem fazer ouvir é 'Chulos! É só jantares!', não percebo onde é que querem chegar. Além disso, não percebo muito bem a embirração particular que aqueles consócios têm para com o acto de se jantar.

Após a aprovação do orçamento, seguiu-se o período de intervenções dos sócios sobre temas livres. Ouviram-se várias intervenções muito válidas e interessantes, com acusações e questões pertinentes feitas à direcção e ao LFV. Nesta fase, o referido grupelho de adeptos começou a tornar-se cada vez mais insuportável, quase sempre instigado pelos mesmos que eu já tinha lá visto a semana passada. Não percebo que raio de discussão válida querem ter quando semeiam imediatamente a desordem de cada vez que alguém diz algo com o qual não concordam. Não percebo para que é que serve insultarem os sócios que votam a favor de algum ponto, acusando-os de não terem opinião própria (entre outros impropérios) e depois votarem cegamente contra todo e qualquer ponto, mesmo quando acabam por manifestar opiniões contraditórias - a semana passada votaram contra um ponto que, a ser chumbado, provavelmente representaria o fim do rugby do Benfica, e esta semana andam irritados com a redução do orçamento das modalidades.

Fiquei muito curioso em saber as respostas que a direcção teria para todas aquelas questões que lhe foram postas. Só que assim que chegou a altura de responderem, como não foi o presidente da direcção a dirigir-se aos sócios, imediatamente o grupo desordeiro semeou uma confusão tal que ao Vilarinho não restou alternativa senão dar por terminada a assembleia. E ninguém ganhou nada com isso. Compreendo que possa haver frustração com o silêncio a que o LFV se remete durante as assembleias gerais, até porque é nele que se centram a maioria das críticas dos adeptos. Mas com atitudes daquelas, o que acabou por acontecer foi que não ouvimos o que a direcção tem a dizer sobre todos aqueles assuntos. Depois gerou-se alguma confusão na saída do LFV, com o referido grupo a rodear o presidente, e não sei o que se passou lá fora, ou o que terá sido captado pelos jornalistas sedentos de sangue.

Em relação ao orçamento em si, apenas duas observações. Primeiro, preocupa-me muito a enorme descida nas receitas da quotização. Estamos a falar de uma descida de mais de um milhão e meio de euros, o que, feitas as contas por alto, representará uma perda de cerca de 10.000 sócios pagantes num único ano. Nos pressupostos, isto é justificado pela 'conjuntura socioeconómica do País'. Isto não passa de um eufemismo, para não lhe chamar outra coisa. Todos sabemos muito bem os motivos principais que levam à desistência/demissão de sócios, e estar-se a justificar isto com a tal 'conjuntura socioeconómica' é um acto de pura desresponsabilização. Depois, quanto à quota das modalidades, apenas uma correcção em relação ao eventual número de cerca de 5.000 aderentes de que falei a semana passada. Mais uma vez fazendo as contas, a realidade é ainda pior, já que o número de aderentes nem sequer chegará aos 3.000.

Neste momento não me agrada nada o ambiente que sinto no interior do nosso clube, que põe sócios contra sócios, e em que o benfiquismo de cada um está constantemente a ser posto em causa pelos outros. Talvez devessem começar a vender réguas especiais para medir benfiquismos. Nesta situação, está-me a ser muito difícil sentir-me sequer motivado para a época que ainda nem sequer começou.