domingo, setembro 27, 2009

Mão-cheia

Mais uma goleada, e por sinal bem saborosa num jogo em que do outro lado nos apareceu uma equipa anacrónica, que provavelmente encaixaria que nem uma luva num compêndio do pior catenaccio do início da década de oitenta. O Leixões parecia querer imitar aquilo que o Marítimo fez na primeira jornada, o que não deixa de ser estranho, já que normalmente as equipas do José Mota não jogam assim, e esta época já os vimos tentarem jogar de peito aberto no Estádio do Ladrão, tendo sofrido quatro golos em 45 minutos. O problema para o Leixões é que nem sempre se pode contar com tanta sorte como a que o Marítimo teve, e quando isso acontece o resultado mais provável é aquilo que vimos esta noite.

Onze sem surpresas, apresentando até o 'indisponível' Javi García de início, tal como o Ramires. Se estes dois estavam limitados, não se notou nada. A única dúvida habitual na constituição da equipa tem vindo a ser quem joga na esquerda da defesa, e hoje foi a vez do César Peixoto. O Benfica, para não variar, teve uma entrada muito forte em jogo, e logo ao segundo minuto esteve perto de marcar, com o Cardozo, Saviola e Maxi, na mesma jogada, a terem a oportunidade de fazê-lo (o Maxi fez a bola ir ao poste). O Leixões depressa terá percebido que não podia deixar o Benfica impor aquele ritmo, e dois minutos depois já o seu guarda-redes se tinha lesionado sozinho, tendo o jogo ficado parado mais de dois minutos para que fosse assistido, e começando a recordar-nos do espectáculo degradante que um certo Peçanha tinha dado na primeira jornada. Esta palhaçada encenada pelo guarda-redes leixonense foi só o mote para aquilo que se seguiria. Foi um sem fim de encenações, perdas de tempo em reposições de bola, quezílias, discussões, e tudo isto regado por faltas atrás de faltas para parar os nossos jogadores, muitas delas a serem pura violência (o Di María que o diga). O tempo útil de jogo deve ter baixado drasticamente durante este período, e os próprios jogadores do Benfica pareceram começar (naturalmente) a enervar-se com tudo isto. Talvez por isso tenhamos falhado alguns golos que, a terem entrado, dariam outra tranquilidade à equipa (as oportunidades do Cardozo e do Aimar, após tabela com o Saviola, foram as mais flagrantes).

A 'impetuosidade' dos jogadores do Leixões, apesar da 'boa vontade' (leia-se: passividade) do árbitro, acabou por ter a consequência lógica, ou seja, uma expulsão por acumulação de amarelos ainda antes da meia hora de jogo. E se antes disto já era notório que o único interesse do Leixões era defender (terão feito algum remate à nossa baliza?), depois então foram mesmo dez jogadores acantonados no último terço do terreno, e mais pancadaria, aproveitando o facto do árbitro, depois de já ter expulso um jogador, certamente não ter coragem para mostrar mais cartões tão cedo. Houve faltas que, com rigor, até poderiam ter dado vermelho directo, e nem o amarelo saiu do bolso do árbitro. Mas tenho que pelo menos dar-lhe os parabéns por ter tido a coragem de dar cinco minutos de descontos no final da primeira parte. Só a assistência ao guarda-redes do Leixões e cada um dos amarelos do Pouga foram mais do que isto, e regra geral um árbitro português teria dado, com muito boa vontade, dois minutos de descontos, fazendo o crime compensar. E foi precisamente durante este período de compensação que marcámos o importantíssimo primeiro golo. Num cenário que já vimos diversas vezes esta época, o Aimar marcou um livre para a área, e o David Luiz fez, muito à vontade, de cabeça o golo. O golo foi importantíssimo porque, com ele, desmoronava-se a estratégia do Leixões, e permitia à nossa equipa sair para o intervalo com outra tranquilidade. Já gora, convém mencionar que antes da marcação do livre o Aimar viu provavelmente um dos amarelos mais ridículos do campeonato, por ter movido a bola dez centímetros para o lado. Isto enquanto os sarrafeiros do Leixões iam vendo as suas pantufadas no Di María e no mesmo Aimar serem recompensadas com o tradicional gesto do 'não voltas a fazer isso!' por parte do árbitro. São critérios destes que depois levam a que o Bruto Alves seja um dos jogadores mais disciplinados da Liga, enquanto que o sarrafeiro do Aimar chega ao fim da época com mais amarelos do que ele.

Para a segunda parte, era expectável um avolumar do resultado. Para além de reduzido a dez, o Leixões teria que abrir um pouco mais, dado estar a perder, e também tinha que começar a encolher-se na estratégia de parar os nossos ataques à custa de faltas, porque os amarelos já abundavam. Nós limitámo-nos a fazer o nosso futebol, com muita mobilidade dos jogadores, pressão alta, e o Aimar a pegar na batuta do jogo. Demorámos dez minutos a marcar o segundo. Após o Aimar e o Saviola terem feito mais uma daquelas jogadas à futsal, com trocas de bola ao primeiro toque, o primeiro foi derrubado quando seguia isolado para a baliza. Penálti, expulsão, e bomba do Cardozo. E daqui até final, foi um desfilar de oportunidades, e contar a marcha do marcador. Três a zero após uma boa jogada entre o Coentrão e o Peixoto na esquerda, com este a centrar para o Ramires aparecer ao segundo poste a finalizar (e até me pareceu que houve penálti sobre o Nuno Gomes neste lance). Quatro a zero pelo Maxi, num remate cruzado da direita, após o Ramires ter recuperado a bola no seguimento de um grande remate do Di María, para defesa apertada do guarda-redes do Leixões. E cinco a zero num lance muito bonito pela sua simplicidade. Foi uma jogada de combinação entre o Coentrão, o Peixoto e o Cardozo, com o paraguaio a desmarcar o Peixoto na esquerda, e a surgir depois na área, ao primeiro poste, a cabecear exemplarmente o centro perfeito do Peixoto. Foram cinco, podiam até ter sido mais.

E quem é que não jogou bem hoje? Sinceramente, para mim, ninguém. O Aimar encheu o campo mais uma vez, o Cardozo marcou dois, o Di María não parou quieto, o Peixoto fez duas assistências, o David Luiz (ou o nosso Beckenbauer) está um portento e abriu a goleada, o Ramires é, provavelmente, uma das nossas melhores contratações desde o Valdo, o Coentrão voltou a entrar para dinamizar ainda mais o nosso jogo, enfim, nenhum dos nossos jogadores merece reparo por ter estado mal.

Para além da natural satisfação pela vitória do Benfica, e pela mão-cheia de golos marcados, hoje saí da Luz com o contentamento extra de ter visto a táctica anti-futebol que o José Mota tentou implementar ser castigada de forma exemplar. Tendo em conta aquilo que nós estamos a jogar, mesmo tácticas destas correm o risco de serem severamente punidas caso haja o menor erro. Hoje, nem mesmo ficando dois penáltis por marcar a nosso favor, nem mesmo com antijogo que atingiu níveis grotescos na primeira parte, nem mesmo com pancadaria de meia-noite a não ser devidamente punida, se conseguiram safar. E sempre que isso acontece, para além de ganhar o Benfica, sinto que também o futebol ganhou um bocadinho.

sábado, setembro 26, 2009

El Mago

'Velho'. 'Pré-reformado'. 'Acabado para o futebol ao mais alto nível'. Estas foram apenas algumas das expressões que os benfiquistas ouviram vindas das bocas de alguns invejosos (e também de alguns daqueles que, sendo das nossas cores, gostam sempre mais de criticar primeiro e pensar depois) quando o Rui Costa anunciou que o Aimar seria o seu sucessor como 'número 10' no Benfica.

Pouco mais de um ano depois, ei-lo de regresso aos convocados da selecção da Argentina. Algo que me orgulha como benfiquista, e que me enche de satisfação, pois sou um admirador do futebol do Aimar, que considero ser uma peça fundamental na nossa equipa. Esta convocação não deixa de ser uma vitória pessoal do Rui Costa, dado ser o Aimar uma sua aposta pessoal, e também uma demonstração de competência por parte da estrutura de suporte ao futebol do nosso clube, particularmente do L.O.R.D.. E já agora, também do Jorge Jesus, que colocou o Aimar a jogar na sua posição e lhe devolveu os níveis de confiança. Normalmente já torço sempre pela Argentina nos Mundiais, mas com Di María e Aimar na equipa, mais ainda vou torcer para que se apurem. Até porque espero em breve poder ver o Saviola juntar-se-lhes.

domingo, setembro 20, 2009

A ferros

Não deixou de ser uma vitória justa, alcançada pela única equipa que lutou realmente por esse objectivo, mas teve que ser arrancada a ferros. O adversário não ajudou, pois fez o seu trabalho e manteve sempre a organização defensiva (e convém salientar que não recorreu ao antijogo), mas no fundo foi o Benfica quem acabou por criar mais dificuldades a si próprio. Hoje, pela primeira vez esta época, consegui ficar irritado com a equipa em alguns momentos, por ver que insistíamos demasiado em tentar aquilo que não funcionava, mostrando alguma incapacidade para variar o nosso estilo de jogo.

O primeiro destaque a dar ao jogo é mesmo a 'mini-Luz' que vimos hoje em Leiria. A onda vermelha está em plena força, e hoje vimos mais uma demonstração da sua força. Foi a maior enchente de sempre do Municipal de Leiria, e mais de 95% dos espectadores presentes eram benfiquistas. Quanto à equipa, muitas alterações (cinco) em relação à equipa que jogou na Liga Europa, sendo que a inclusão do Keirrison no lugar do Cardozo foi surpresa maior, já que os regressos de Quim, Aimar, Shaffer e Saviola seriam mais ou menos esperadas. Do outro lado, conforme não deixaram de no-lo recordar durante toda a semana, a melhor defesa da Liga, com apenas um golo sofrido nos quatro jogos efectuados. Pois essa defesa aguentou quatro minutos contra nós, altura em que o Saviola desviou com classe um livre do Aimar na esquerda para o fundo da baliza. Melhor começo era difícil. O Leiria, no entanto, não se desorganizou com este golo. A equipa estava montada na forma expectável, ou seja, para segurar o empate e depois tentar um golo num eventual contra-ataque ou bola parada. Colocando-nos em vantagem, esta estratégia acabaria por ser desmontada, mas com tanto tempo ainda para jogar não fazia sentido que o Leiria se lançasse imediatamente no ataque.

Foi por isso pena que não conseguíssemos manter-nos em situação de vantagem por muito tempo, porque passados apenas quinze minutos o David Luiz teve uma intervenção desastrada, também após um livre lateral, e fez um autogolo. Em termos de atitude, o Benfica reagiu bem a este golo, acelerando o ritmo e pressionando o Leiria. Mas a qualidade do nosso jogo esteve abaixo do habitual. Pareceu-me que insistimos muito em entrar pelo meio, e o Leiria estava prevenido para isto, já que sobrepovoou a zona central, em frente à sua área. Por isso havia sempre um pé ou uma cabeça para cortar a bola quando tentávamos a progressão nas habituais tabelas rápidas. Foi nesta altura que me irritei mais, porque continuámos a insistir nisto e a explorar pouco os flancos. Mesmo o Di María insistia em fugir para o centro, em vez de tentar ganhar a linha. Outro factor que terá influenciado a qualidade do nosso jogo terá sido o relativo apagamento do Ramires, que hoje esteve bastante menos activo que o habitual. O próprio Aimar, que nunca se escondeu e esteve sempre em jogo, parecia um pouco menos esclarecido na altura do último passe. O empate ao intervalo não foi por isso muito surpreendente, porque a verdade é que a seguir a sofrermos o golo não conseguimos criar situações de grande apuro para a baliza adversária.

A segunda parte trouxe um domínio territorial ainda mais notório por parte do Benfica, com o Leiria a apostar claramente em tentar surpreender-nos num contra-ataque. A 'teimosia' que demonstrámos na primeira parte, ao insistir no mesmo estilo de jogo, mantinha-se, e neste cenário parecia ser difícil que conseguíssemos evitar o empate. Com vinte e cinco minutos para jogar, o Jorge Jesus fez duas substituições, entrando o Cardozo e o Nuno Gomes para os lugares dos apagados Ramires e Keirrison, e o Benfica passou a jogar num esquema mais próximo do 4-3-3. O Saviola passou a ter mais liberdade de movimentos, o que somado às movimentações do Nuno Gomes acabou por criar novos problemas ao Leiria. O golo da vitória surgiu a pouco mais de dez minutos do fim, através de um penálti. Confesso que esfreguei os olhos, tal foi a incredulidade. O Jorge Sousa, a assinalar um penálti decisivo a nosso favor? Definitivamente, algo está a mudar esta época. O Cardozo aproveitou para espantar mais alguns fantasmas, e marcar o golo decisivo (o penálti até nem foi particulamente bem marcado, mas quando o remate é feito com a velocidade que ele consegue dar à bola, ela já está dentro da baliza antes mesmo do guarda-redes conseguir chegar ao chão). Este golo confirmou que tinha razões para lamentar termos 'oferecido' o empate tão cedo. Porque o Leiria, não podendo lutar para segurar o resultado, desmoronou-se e desapareceu completamente do jogo. O tempo até final do jogo foi passado da forma mais tranquila possível, com um domínio completo do Benfica e a ausência total de reacção do Leiria, que passou o tempo a correr atrás da bola, enquanto esta circulava de pé para pé dos nossos jogadores. Neste período, fomos mesmo nós quem mais perto esteve de voltar a marcar.

O melhor em campo foi, para mim, o Javi García. Ele não foi simplesmente um médio; foi um meio campo inteiro. Gostava de ver a estatística de quantas bolas ele terá recuperado, quantos lances divididos terá ganho, quantas dobras e compensações terá feito - se o David Luíz sobe tão frequentemente, é porque sabe que assim que ele dá uns passos em frente, tem o Javi a tapar o buraco que ele deixou na defesa. Conforme disse antes, hoje o Ramires não esteve tão bem como tem sido habitual. Não digo que jogou muito mal, mas tendo como padrão aquilo que ele fez nos jogos anteriores, a exibição de hoje só pode ser considerada fraca (e por algum motivo, ao contrário do que costuma ser habitual, ele foi substituído quando ainda havia bastante tempo para jogar). O Keirrison voltou a estar muito apagado, e continua a ser um jogador desfasado com o resto da equipa.

Mais ou menos brilhantes, o fundamental foi conseguido. Uma vitória, num jogo verdadeiramente de campeonato. É também com vitórias destas que se conquistam títulos. E agora partimos para a próxima jornada em vantagem sobre os dois que pensam ser grandes, altura em que estes dois amigalhaços se defrontam. Se cumprirmos a nossa obrigação de vencer o Leixões na Luz, para a semana haverá uma data de gente com (ainda mais) azia, e à beira de um ataque de nervos.

sexta-feira, setembro 18, 2009

BATE

A exibição do Benfica esta noite não foi exactamente exuberante. Se bem que o problema até deva ser que andamos 'mal habituados'. A vitória do Benfica não tem qualquer discussão, já que a superioridade que a nossa equipa demonstrou em campo foi por demais evidente. E mesmo sem o brilho intenso de exibições anteriores, construímos oportunidades mais do que suficientes para que o jogo acabasse com um resultado mais volumoso do que o 2-0 final, só que hoje fomos mais perdulários do que o costume, e também me pareceu que abrandámos o ritmo muito antes do apito final.

Alguma alterações na equipa desta noite. Júlio César na baliza, regresso do Maxi ao lado direito da defesa, Felipe Menezes no lugar do Aimar, e Nuno Gomes ao lado do Cardozo na frente, ficando o Saviola no banco. Deu para ver desde cedo que este seria um jogo algo diferente dos últimos. O Benfica até entrou bem, a carregar, mas notavam-se diferenças na forma de jogar. Na minha opinião, as ausências simultâneas do Saviola e do Aimar, dois dos principais dinamizadores do nosso ataque, fazem-se notar e o estilo da equipa muda. Não quero dizer que muda forçosamente para pior, apenas que é diferente daquilo a que nos temos habituado. O Felipe Menezes é um jogador diferente do Aimar, um pouco mais lento e menos inclinado a transportar a bola controlada para o ataque, e o Nuno Gomes, embora seja um jogador móvel, movimenta-se pelo ataque de forma bastante diferente do Saviola. Um dos pormenores que mais notei foi que insistimos mais em jogar pelo meio, em vez de explorarmos os flancos, o que fez até com que o Di María passasse vários períodos quase desaparecido do jogo durante a primeira meia hora.

Após alguns minutos de menor fulgor, que se seguiram à boa entrada no jogo, o Benfica voltou a despertar para o último quarto de hora, por 'culpa' também do progressivo crescendo do Maxi, que começou a aventurar-se mais pelo lado direito. Foi mesmo depois de uma insistência do Maxi (após o Cardozo ter estado perto de marcar) que chegámos ao primeiro golo, aos 36 minutos. Depois de um bom trabalho junto à linha de fundo, fez um cruzamento com o pé esquerdo que encontrou o Nuno Gomes completamente desmarcado junto ao segundo poste, e este faz o golo com toda a calma. E cinco minutos depois (já depois do Benfica ter criado novas oportunidades durante este período) chegou o segundo golo. Mais uma vez com o Maxi na jogada (apareceu a recebê-la na zona do ponta-de-lança), o Nuno Gomes fez um grande passe de primeira a apanhar um desmarcado Cardozo, que não falhou. Neste período o BATE parecia estar muito desorganizado na defesa, e o Benfica poderia mesmo ter ampliado a vantagem até ao intervalo, sendo a ocasião mais flagrante mesmo antes do apito final, quando o Di María desperdiçou um contra-ataque em que surgiram três jogadores do Benfica para um único defesa adversário.

Os primeiros minutos da segunda parte trouxeram um desfilar de oportunidades de golo desperdiçadas pelo Benfica. As mais flagrantes pelo Cardozo, Nuno Gomes (incrível a forma como não conseguiu controlar a bola após o passe do Di María que o deixava na cara do golo), e novamente Cardozo, desta vez a 'roubar' autenticamente o golo ao Ramires, que nas suas costas aparecia em posição óptima para marcar. Os dois golos de diferença eram, claramente, um resultado escasso face ao domínio evidenciado, e às oportunidades de golo criadas e desperdiçadas. As substituições que foram sendo feitas pareceram também, ao contrário do habitual, não ter trazido uma nova dinâmica ao jogo, apesar do empenho habitual do Coentrão. Os últimos quinze minutos foram claramente passados com o Benfica em contenção de esforços, o que acabou por dar até para o BATE ter um pouco mais de bola e colocar mesmo o Júlio César à prova. Ainda assim, o Benfica ainda foi ameaçando marcar, sobretudo através de iniciativas individuais, e também porque há alguns jogadores que parecem não saber jogar a velocidade reduzida (casos do Ramires ou do Maxi, por exemplo). Neste período o Fábio Coentrão, para não variar, conseguiu adiar mais uma vez o seu primeiro golo pelo Benfica, após rematar mal na conclusão de uma jogada que ele próprio tinha, e muito bem, construído. O resultado final acaba por saber a pouco, mas conforme disse, se calhar andamos é todos um bocado mal habituados.

Começando pelos 'novos', gostei de ver o Menezes. Mostrou pormenores interessantes, é claramente um número dez, que gosta de ter a bola nos pés e distribuir jogo. Pareceu-me que falhou algumas vezes no tempo ideal de passe, agarrando-se à bola um pouco mais do que seria necessário, mas isso corrige-se. O Júlio César não teve muito trabalho, mas esteve bem quando foi chamado. Os nossos dois centrais estiveram ambos impecáveis, conforme vem sendo hábito, e os seus estilos complementam-se. O Maxi nem pareceu vir de lesão. Não parou pelo seu lado, e para além do apoio que dá ao ataque, raramente os adversários passam por ele na defesa. O Ramires também já deu para perceber que é muito difícil jogar mal, e hoje voltou a estar em bom nível (e isto aplica-se também ao Javi García). Boa primeira parte do Nuno Gomes (golo e assistência). Menos bem o César Peixoto, que continua a parecer um elemento estranho na equipa. Perdi a conta ao número de vezes que o David Luiz teve que dobrá-lo, sobretudo porque quando subia demorava demasiado tempo a recuperar.

O mais importante foi conseguido. Vitória tranquila, sem grandes sobressaltos, e a aposta do treinador na poupança de alguns jogadores-chave a resultar. Não só porque teremos o Aimar e o Saviola menos cansados para o jogo de Domingo contra o Jorge Sousa, mas também porque podemos ter 'ganho' mais alguns jogadores, já que nem o Júlio César, nem o Felipe Menezes pareceram tremer ou acusar a responsabilidade da estreia.

domingo, setembro 13, 2009

Incontestável

Mais uma vitória, e mais uma demonstração de superioridade incontestável do Benfica. E desta vez, fiquei até com a sensação de que a goleada foi conseguida quase de uma forma descontraída, sem ser necessário forçar muito. Aliás, sempre que o Benfica resolveu acelerar um pouco (na fase inicial do jogo, e durante a segunda parte) foi evidente a grande diferença de categoria da nossa equipa para o Belenenses.

Com o Benfica a jogar praticamente em casa (mais de dois terços do muito público no estádio era benfiquista, e o apoio à nossa equipa foi incessante e fantástico durante todo o jogo), apresentámos apenas uma alteração no onze, que foi a entrada do César Peixoto para a esquerda, sendo o Shaffer o sacrificado. E, pese o susto logo no início, com o Quim a defender quase que por acaso um cabeceamento ao segundo poste, o Benfica teve uma entrada forte no jogo. Entrada essa que foi recompensada quase de imediato, já que marcámos logo aos seis minutos. Foi uma correria do Saviola, que começou ainda no nosso meio campo, e que foi deixando para trás todos os adversários. Já dentro da área, ganhou um ressalto, e à segunda, fez o golo. E a ganhar desde tão cedo, foi-nos fácil controlar o ritmo do jogo e fazê-lo decorrer da forma que mais nos interessasse, até porque o Belenenses não mostrava ter capacidade para assumir as despesas do jogo e ir à procura do empate (não tenho os números, mas a posse de bola do Benfica durante esta primeira parte deverá ter sido bem superior a 60%).

Com o Saviola em destaque, e atacando sobretudo pelo lado direito, onde o referido Saviola, o Ramires e o Rúben Amorim faziam praticamente o que queriam da defesa do Belenenses, o Benfica ia deixando a ideia de que poderia aumentar a vantagem a qualquer altura. Isto, tal como referi, sem nunca parecer ter o pé a fundo no acelerador. Era talvez um pouco estranho que o Benfica atacasse tanto pela direita, já que não é normal não explorarmos o Di María na esquerda. Mas pareceu-me que o Belenenses teve uma atenção especial ao Di María, atenção essa que incluiu umas pancadas bem duras logo a abrir o jogo, se calhar para o intimidar. Claro que isto se passou com a reacção usual dos nossos árbitros, que acham que os cartões nunca se devem mostrar nos primeiros minutos, e portanto os jogadores em questão foram apenas avisados para não voltarem a repetir a gracinha. Claro que à primeira ocasião envolvendo um jogador do Benfica, não há cá avisos, e saca-se logo do amarelo. Enfim, voltando ao jogo, apesar das oportunidades que ainda conseguimos criar, não conseguimos aumentar a vantagem, e a primeira parte acabou mesmo num ritmo bastante pausado, com a diferença mínima no marcador a parecer do agrado das duas equipas.

Não sei se houve alguns gritos do Jorge Jesus no balneário durante o intervalo, mas a verdade é que entrámos em jogo com a intenção de o resolver de uma vez por todas, e com um ritmo bem mais elevado do que na primeira parte. O nosso lado esquerdo foi muito mais activo, com o Di María a beneficiar do apoio do César Peixoto, algo que não tinha acontecido tanto na primeira parte (e a isto não terá sido alheia a passagem do Barge para defesa esquerdo, já que na primeira parte ele tinha sido praticamente um segundo defesa direito). E, mais uma vez, não foi preciso esperar muito para colhermos os proveitos da nossa pressão. Foram pouco mais de dez minutos, altura em que, mais uma vez pela direita, o Saviola, desmarcado pelo Rúben Amorim, assistiu o Cardozo para um golo fácil. Foi evidente que este golo matou literalmente o já quase inofensivo Belenenses que tínhamos visto até então, e a expectativa de todos nós na bancada passou a ser ver quantos golos mais conseguiria o Benfica marcar. Já com o Fábio Coentrão em campo que, para não variar, veio dinamizar o jogo com a sua entrada, foram dois esses golos. O primeiro a quinze minutos do fim, através de uma cabeçada do Javi García no seguimento de um livre marcado na esquerda pelo Aimar. O segundo, já mesmo sobre o final, pelo Ramires (já tinha ameaçado em mais de uma ocasião), aproveitando um centro do Fábio Coentrão na esquerda (na conclusão de uma grande jogada de contra-ataque), que desviou num defesa adversário, e fazendo assim o seu terceiro golo em três jogos na Liga. Tempo ainda para assistirmos e celebrarmos o regresso do nosso 'guerreiro' Maxi Pereira à competição.

O Luisão esteve hoje simplesmente imperial. Não sei se terá perdido um lance durante todo o jogo, e para além do trabalho no centro da defesa fez diversas dobras ao Rúben Amorim. Muito bem também o Ramires. Já o elogiei no último jogo, mas continua a impressionar-me a capacidade que parece ter para estar em todo o lado, o trabalho defensivo que faz, e a inteligência com que se movimenta em campo. Para além disso, anda com veia goleadora. Que mais lhe podemos pedir? E claro, Saviola. Sobretudo na primeira parte, foi um dos principais dinamizadores do nosso ataque. Marcou um golo, ofereceu outro, e gosto mesmo muito de ver a forma como ele, sem bola, se movimenta por toda a frente de ataque, oferecendo opções de passe aos nossos médios (o Aimar agradece). Menos bem o Cardozo. Não sei se se ressentiu da viagem pela selecção, mas pareceu apático e desinspirado durante quase todo o tempo que esteve em campo. Ainda assim, apareceu na altura certa para marcar, e logo a seguir ainda teve um bom remate, antes de ser substituído. O César Peixoto teve uma primeira parte muito fraca, mas conseguiu melhorar na segunda parte. Parece no entanto ainda estar a um ritmo inferior ao dos colegas.

Depois dos oito ao Setúbal, quatro no Restelo. Já sei que se calhar haverá quem diga que o Belenenses é fraco. Para mim, foi o Benfica quem o fez fraco. Estamos a jogar bem, é lindo ver a entreajuda dos nossos jogadores, aquilo que conseguem fazer como equipa e individualmente, e só espero que consigamos manter este momento de forma. Aliás, a sensação que tenho é que ainda podemos e temos capacidade de melhorar. Foi lindo também ver o Restelo pintado de vermelho. A onda vermelha este ano parece estar a aparecer logo de início. E não admira que assim seja. Haverá melhor motivação para irmos aos estádios do que vermos a nossa equipa jogar assim?

sábado, setembro 05, 2009

Escreção

Acho que a minha posição face à Selecção (ou, conforme agora prefiro chamar-lhe, Escreção) é por demais conhecida. Mas hoje, enquanto excepcionalmente via o jogo, não consegui evitar desejar que as coisas até corressem bem. Porque a equipa até estava a jogar bem, tem alguns jogadores que eu admiro (Tiago, Ricardo Carvalho ou Simão, por exemplo), e vendo o sofrimento na cara dos jogadores, pensava para mim mesmo que eles não tinham culpa nem mereciam ser orientados por um treinador/seleccionador tão medíocre. A selecção hoje, tendo que vencer, transfigurou-se tacticamente, e apresentando-se a jogar em 4-4-2, autenticamente massacrou os dinamarqueses, que durante largos minutos chegaram a nem sequer conseguir sair do seu próprio meio campo. É certo que, ao intervalo, estávamos a perder por 1-0, mas isso foi apenas uma consequência do azar de termos em campo (quase que por decreto, que deve ser preciso vendê-lo bem) um cepo chamado Bruto Alves, o que até força o Pepe a jogar a trinco (onde, curiosamente, conseguiu defender muito mais e melhor do que o referido Bruto Alves).

De qualquer forma, e apesar da desvantagem, parecia-me que se o jogo continuasse com o mesmo figurino, seria quase inevitável que o rumo das coisas se alterasse. Só que com a sua tradicional sagacidade, no banco, Queirósz achou que, a perder, era forçoso mudar alguma coisa. E mudou, alterando a táctica para o 4-3-3 que tão bons resultados tem dado nesta campanha de qualificação. Lançando mão do seu trunfo desesperado, o Subnutrido do Lumiar, Queirósz conseguiu mesmo o feito de abafar as suas melhores qualidades, amarrando-o ao centro do ataque, quando sabemos que a sua mobilidade é um dos seus pontos fortes. O resultado foi que durante mais de metade da segunda parte a equipa praticamente não existiu. Só com o aproximar do final do jogo, e o progressivo recuo dos dinamarqueses até ao ponto de defenderem desesperadamente, Portugal conseguiu voltar a criar perigo. O Subnutrido aproveitou mesmo um canto para evitar males maiores e empatar o jogo perto do final, e durante esses minutos finais até poderiam ter ganho.

Agora passou mais um jogo, faltam apenas três, e Portugal tem cinco pontos para recuperar (três à Hungria e dois à Suécia). De certeza que nos vão vender a ideia de que 'nada está perdido', e sugerir mais uma utilização da famosa máquina de calcular. Por mim, a conclusão que tirei ao ver este jogo é que os jogadores portugueses são incomparavelmente melhores do que os dinamarqueses. Mas mesmo muito melhores. Suficientemente bons para, nesta altura, Portugal poder estar já qualificado para o Mundial, sem grandes sobressaltos. No entanto, a Dinamarca está confortavelmente em primeiro, e com um pé no Mundial. E Portugal está em quarto, com um pé fora, conquistou menos de 50% dos pontos em disputa, e anda a sofrer para vencer jogos contra a Albânia. Deve haver um outro factor qualquer que estará a desequilibrar a balança a favor deles. Não estou assim a ver muito bem qual será...

quinta-feira, setembro 03, 2009

Celtic

Vitória normal por 3-1, num autêntico jogo-treino, disputado por equipas muito secundárias. O Benfica entrou a ganhar com um golo do Keirrison, depois o Celtic ainda estrebuchou no final da primeira parte - quando chegou ao empate - e no ínício da segunda. O Jesus irritou-se com o árbitro (pelo que vi, no Canadá os árbitros portugueses seriam todos uma espécie de Collinas), fez entrar o David Luiz primeiro, e o Saviola depois, e acabou-se a brincadeira. Com golos do Rúben Pinto e do Saviola, fez-se o resultado. O júnior Rúben Pinto mostrou pormenores interessantes, e o Di María foi praticamente um extra-terrestre no jogo, tamanha a diferença de qualidade dele para todos os outros.

terça-feira, setembro 01, 2009

Degola

Primeira nota sobre o jogo: dia de semana, à noite, após uma derrota e uma exibição fraca, e 41.000 pessoas na Luz. E isto, sabemo-lo todos nós, pode ser apenas o princípio. Quanto ao jogo, foi uma autêntica degola dos inocentes. Ainda ontem comentava que se o Carlos Azenha (o treinador que o visionário candidato da Lista B às últimas eleições do Benfica sentaria no nosso banco em caso de vitória) cumprisse aquilo que vinha dizendo, e tentasse jogar de peito feito na Luz, o Setúbal levaria pelo menos meia dúzia. Não jogaram de peito feito, mas afinal levaram oito, e ainda poderiam ter sido mais. Muitos mais mesmo.

Não houve qualquer surpresa no onze apresentado pelo Benfica. Foi aquele que se pode considerar praticamente o onze base para esta época (faltará o Maxi, quando este recuperar). Quanto ao Setúbal, apresentou-se com três defesas centrais, e dois laterais subidos. Calculo que a intenção seria congestionar o meio campo, entupindo aí o jogo do Benfica, e tentando bloquear a criatividade do Aimar. Não resultou, porque a mobilidade dos nossos jogadores tornou muito difícil a sua marcação, e o Aimar fugiu sempre das marcações, começando a organizar o jogo muito atrás. Não foram raras as vezes em que o vimos a receber a bola e a iniciar os ataques posicionado entre os nossos dois centrais. O Benfica iniciou o jogo a todo o gás, e poderia ter marcado logo antes de decorrido o primeiro minuto, quando após uma boa incursão pela direita (algo que repetiu diversas vezes durante o jogo) o Saviola centrou para o Di María acertar um pontapé na atmosfera. O vendaval ofensivo continuou, e em particular o Cardozo voltou a estar perto de marcar, mas a forma como falhou uma emenda a mais um cruzamento do Saviola parecia indicar que o paraguaio estaria em mais uma noite não. Felizmente, foi puro engano.

O golo acabou mesmo por surgir, inevitavelmente. Foi da autoria do Javi Garcia, após um quarto de hora e na sequência de um canto apontado pelo Aimar, antecipando-se de cabeça ao guarda-redes e estreando-se assim a marcar pelo Benfica. O espanhol, dada a sua estatura, deverá aparecer frequentemente esta época em lances destes. Já a semana passada, frente ao Guimarães, ele tinha estado perto de marcar assim por duas vezes. A partir daqui abriram-se as comportas, e no intervalo de vinte minutos o marcador funcionou mais quatro vezes. Primeiro o Luisão, após mais um cruzamento do Aimar, desta vez num livre. Depois o Cardozo, de penálti, a castigar falta sobre o Ramires, e concretizado da forma a que ele nos habituou a época passada. A seguir foi o Aimar, numa jogada individual pelo meio, a passar a bola por cima de um defesa e, na cara do guarda-redes, a marcar com facilidade. Finalmente, foi a vez do Ramires, a aproveitar uma bola amortecida pelo Cardozo vinda de um cruzamento do Di María na esquerda. Cinco golos sem resposta após trinta e sete minutos de jogo, e o Benfica a deixar a imagem de não querer parar por aí. E muito bem. Porquê marcar 'apenas' cinco se podemos marcar ainda mais?

O início da segunda parte até pareceu mostrar um Benfica um pouco mais relaxado, na óbvia sobranceria que uma vantagem de cinco golos dará. O Setúbal até deve ter pensado que iria ter finalmente algum descanso, mas foi como se o Benfica quisesse embalar o Setúbal numa falsa sensação de confiança de que estaria saciado, para depois lhe cair em cima. E de qualquer forma há sempre alguns jogadores do Benfica que parecem não saber jogar a uma velocidade mais reduzida (Di María e Ramires são exemplos óbvios). Após um primeiro quarto de hora nesta toada, durante o qual apenas o Di María esteve perto de marcar, voltou a avalanche ofensiva, dando-nos a impressão de que poderíamos marcar um golo em cada ataque que fazíamos. A segunda fase da degola começou com mais um golo do Cardozo, a desviar de cabeça à boca da baliza um cabeceamento do Javi Garcia. Nesta altura já o Aimar tinha cedido o lugar ao Fábio Coentrão, que também entrou em alta rotação e veio dinamizar o nosso lado esquerdo. Entretanto, descaído sobre a direita e apoiado ora pelo Ramires, ora pelo Rúben, o Saviola continuava a fazer miséria, e esteve perto de marcar um golo monumental, quando roubou a bola a um adversário, sentou outros dois, e depois optou pelo remate quando tinha dois colegas isolados à boca da baliza. Mas a vencer por 6-0 e após uma jogada daquelas, compreendo e 'desculpo-lhe' o egoísmo.

A grande satisfação que eu (e presumo que quase todos os benfiquistas) tinha nesta altura era ver o Benfica a vencer por seis golos, e os nossos jogadores a jogarem como se o resultado estivesse ainda por decidir, pressionando os jogadores do Setúbal em todo o campo e apresentando uma condição física invejável. O sétimo golo foi resultado desta pressão, com o David Luíz (um central) a recuperar uma bola a meio do meio campo do Setúbal, endossando-a para a esquerda no Di María, para que depois este cruzasse para o remate de primeira do Cardozo, a concretizar o seu primeiro hat trick no Benfica. E o oitavo surgiu a cinco minutos do final, num bom cabeceamento do Nuno Gomes a centro do Coentrão na esquerda. E nos poucos minutos que restavam até final, ainda ouvi pedir 'Só mais um' na Luz. Ele surgiu, mas na baliza errada, quando o Quim provavelmente achou que era injusto que não se falasse dele num jogo destes, e vai daí resolveu exibir a sua habilidade a sair da baliza.

Vencemos categórica e indiscutivelmente, e marcamos oito golos. Acho que podia elogiar praticamente qualquer jogador, e escolhê-lo para melhor em campo. Vou mencionar alguns quase que de forma aleatória, sem querer sequer afirmar que foram eles os melhores, ou ter qualquer tipo de desprimor pelos outros. Primeiro, menciono o Aimar. Simplesmente genial. Gosto muito de jogadores inteligentes, e nesse aspecto, o Aimar está acima de quase todos. E tem uns pés que fazem o que quer da bola. Depois, o Ramires. É uma carregador de piano com pés de artista. Corre os noventa minutos, não desiste de um lance, morde os calcanhares aos adversários, e depois é capaz de, na posse da bola, correr com ela, fintar ou passá-la ao nível de um qualquer tecnicista. A seguir, o Saviola. Para mim fez um jogo brilhante, com uma mobilidade que o tornou quase impossível de marcar, descaindo sobretudo para a direita, onde criou inúmeros lances de perigo. Só fiquei com pena que não tenha marcado um golo, porque bem o merecia, e sobretudo merecia-o no tal lance que mencionei anteriormente. Finalmente (e só porque quero terminar, em vez de ficar aqui a mencionar todos os jogadores um a um) o Cardozo tem que figurar aqui. Três golos e uma assistência não acontecem todos os dias.

Depois de um jogo destes até nem custa tanto a paragem de quinze dias, para que o Selecrete (ou a Escreção), sob a batuta do sempre perspicaz e coerente Queirósz, possa jogar as suas cartadas desesperadas na tentativa de ir ao Mundial. A minha selecção, multinacional, mas unida sob a cor vermelha e o símbolo da Águia, espetou oito nos choquinhos. E para mim, isso chega.