terça-feira, junho 26, 2007

Chega

Todos nós, benfiquistas, já estamos habituados a isto nos defesos. Todos os dias os jornais dão-nos conta de um sem-número de jogadores que 'estão nos planos do Benfica'. Os interesses neste tipo de notícias serão dos mais variados, mas julgo que virão sobretudo da parte dos empresários dos próprios jogadores, interessados em publicitar e valorizá-los com o interesse de um clube como o Benfica. Há também a própria imprensa, que tem todo o interesse em fabricar 'guerras' entre os clubes pelo concurso deste ou daquele jogador, ou que então serve interesses de outros, que gostarão de fazer passar a imagem de força associada ao 'roubo' de um jogador bem debaixo dos nossos narizes.

É por isso que tenho andado particularmente satisfeito com a posição que o Benfica tem assumido neste defeso face a todas essas notícias claramente inventadas. Em vez do silêncio, declara-se publicamente que não há qualquer intenção de contratar os jogadores em questão, e a história morre logo aí. O nosso presidente declarou não haver interesse nenhum no Edgar, Kazmierczak e Linz e, se em relação aos dois primeiros a novela já ia bastante adiantada na altura das declarações, em relação ao terceiro nunca mais se voltou a falar no assunto. Dias depois lançaram o nome do Andres Madrid (o Salvador deve estar mortinho por realizar uma boa venda), e a resposta não se fez esperar. Obviamente, a novela acabou ali mesmo. Agora foi a vez do Antunes (não é mau jogador, mas sempre me pareceu um bocado meteórica esta súbita ascensão a um quase estrelato de um jogador que nunca me pareceu nenhum fora-de-série, e juro que não acredito nem um pouco que tenha clubes como a Juventus atrás dele), e mais uma vez a resposta veio célere, decerto poupando-nos a mais uma novela.

A minha opinião é: muito bem! Já chega de andarmos a alimentar o exército de abutres e oportunistas que tentam promover-se ou ganhar dinheiro à custa do nome do Benfica.

segunda-feira, junho 25, 2007

Jantar

Bem, a única forma de descrever o jantar do passado Sábado é: um sucesso. Foi alcançado um record de presenças (de facto, foi tanta gente a aparecer que o melhor é eu nem fazer a lista dos presentes, não vá eu cometer a injustiça de esquecer alguém), e quanto ao jantar propriamente dito, decorreu da forma do costume, com o ponto final a ser colocado já perto das três da manhã. Foram sete horas de conversa sobre o nosso clube e não só, e a sensação de que o tempo passou a correr. O meu obrigado a todos os que compareceram, e aqui fica a promessa de continuarmos a realizar estes encontros.

quarta-feira, junho 20, 2007

Berardo

Tenho andado a remoer este post desde ontem. Comecei-o e apaguei-o diversas vezes. O assunto é, obviamente, as declarações do Berardo sobre Rui Costa. O Berardo até pode ser benfiquista, e perceber pouco de futebol. Até pode ter sido mal intepretado, conforme tenta afirmar agora. Mas custa-me acreditar que alguém que seja realmente benfiquista pudesse falar do Rui Costa daquela maneira. Já o escrevi aqui, já o discuti com vários outros benfiquistas: para a grande maioria de nós, o Rui Costa não é simplesmente um jogador. É sim uma extensão de nós próprios, é um dos nossos. O Nandinho pode apregoar o seu benfiquismo aos quatro ventos que a nós pouco nos importa. Mas o benfiquismo do Rui é o nosso. Quando ele está lá dentro do relvado, é como se um bocadinho de cada um dos milhares que sofrem e choram pelo Benfica também lá estivesse. Quando o Berardo ofende o Rui Costa - e mesmo que ele tenha o direito de duvidar da qualidade e da importância do Rui na equipa, nada lhe dá o direito de ser ofensivo daquela forma - ele está a ofender-nos a todos nós. Aos que, como eu, pela primeira vez se deram ao trabalho de ir à Luz só para ver a apresentação de um jogador. Aos que festejaram o golo dele no primeiro jogo oficial na Luz após o regresso como se valesse um campeonato, e que viram toda a paixão pelo nosso clube nos festejos do Rui. Ao ofender desta forma o Rui Costa, o senhor Berardo magoou-nos, magoou o Benfica, e terá perdido muito do crédito que tinha adquirido recentemente. Pelo menos eu não o vou conseguir olhar com os mesmos olhos.

Quanto ao Rui, até agora, e bem, manteve-se calado. A melhor resposta, acredito eu, será dada dentro do campo.

domingo, junho 17, 2007

Fantástico

Mais palavras para quê?

sábado, junho 16, 2007

Badamecos

"Depois há uma coisa terrível que são os blogs, alguns perfeitamente escabrosos, em que qualquer badameco nos pode insultar sem se identificar. É fácil pôr em causa a competência de José Peyroteo Couceiro."

Surpreende-me que não se tenha dado mais relevo pela blogosfera a esta afirmação do Rui Caçador, ainda no aftermath da derrota dos nossos sub-21 contra a Holanda no Europeu de esperanças. Terríveis, os blogs? Porquê? Porque permitem que o adepto anónimo possa exprimir publicamente as suas opiniões? Principalmente quando essas opiniões não alinham pelo mesmo diapasão da opinião 'oficial' dos responsáveis pela selecção, que preferem recorrer ao velho choradinho do "coitadinhos de nós, que somos tão pequeninos e os árbitros estão todos contra nós", e que projectam conspirações entre equipas para nos atirarem para fora da prova? Claro que daria mais jeito que se pudessem calar estes 'badamecos' todos, deixando apenas os media oficiais ter voz sobre o assunto, já que esses são facilmente controláveis e logo fazem eco da tal posição oficial que envolve perseguições, conspirações e roubos arbitrais.

É fácil pôr em causa a competência de José Peyroteo Couceiro por uma razão muito simples: é que a grande maioria dos adeptos não compreende a razão pela qual ele foi nomeado para o cargo que ocupa. Os adeptos normalmente têm uma noção estranha que os cargos de seleccionadores nacionais deveriam ser atribuídos a pessoas com mérito e provas dadas no futebol, e não a alguém que se calhar conhece as pessoas certas ou tem amigos em lugares-chave. O que é que o José Peyroteo Couceiro tem para apresentar como treinador de futebol? Trouxe o Alverca até à primeira divisão, despromovendo-o na época seguinte. Pegou depois no V.Setúbal, largando-o após poucos meses para passar a orientar o FCP, onde perdeu o campeonato para o Benfica, e onde revelou a faceta choramingas com que temos sido presenteados neste Europeu de Esperanças. No final da época foi posto a andar sem contemplações. Foi depois para o Belenenses onde, também no meio de muita choraminguice, acabou por conseguir despromovê-los (acabaram por safar-se na secretaria na sequência do Caso Mateus, mas a verdade é que acabaram nos lugares de despromoção). Foi por isso surpreendente para a grande maioria dos adeptos quando na época seguinte o senhor José Peyroteo Couceiro apareceu à frente da selecção de esperanças. É por ter enviado duas equipas para a Liga de Honra que ele mereceu este posto? Com base neste critério, por acaso já consideraram o nome do Luís Campos para provável sucessor do Scolari na selecção principal?

Se calhar sou apenas mais um 'badameco' por ter opiniões destas e expressá-las publicamente. Mas eu prefiro pensar que se as nossas Esperanças tivessem jogado frente à Bélgica mais ou menos como jogaram hoje, não estaríamos agora a ver conspirações na Flandres mas sim nas meias-finais do Europeu. Já agora, e apenas por curiosidade, convém notar que a melhor exibição (e resultado) de Portugal neste Europeu foi conseguida com o José Peyroteo Couceiro impedido de se sentar no banco. Não estou a insinuar nada, estou só a reparar na coisa.

quinta-feira, junho 14, 2007

Roubo

Não falha. Os anos vão passando, mas todos os defesos é a mesma novela. Os jornais desatam a 'comprar' jogadores para o Benfica, ninguém do Benfica ou sequer ligado ao Benfica confirma qualquer tipo de interesse nos jogadores em questão, e dias depois os mesmos jornais noticiam alegremente o 'roubo' desses mesmos jogadores por algum dos nossos rivais. Depois, nas conferências de imprensa de apresentação desses jogadores pelo seu novo clube (invariavelmente é sempre o mesmo clube que tem a mania que nos 'rouba' alguma coisa), chegamos ao ponto de ver o seu presidente segurar para as objectivas os jornais que em dias anteriores tinham 'contratado' esses jogadores para o nosso clube (lembram-se do Marco Ferreira?). A reacção que este tipo de comportamento por parte da imprensa desportiva me provoca é simples: não acredito em nenhum nome por eles avançado, não dou nenhuma credibilidade ao jornalismo por eles praticado, e só acredito que um jogador é contratado pelo Benfica quando a notícia aparece no site oficial do clube.

É uma obsessão que a imprensa tem com o 'roubo' de jogadores ao Benfica. Agora pelos vistos é o Edgar. Há dias a lagartagem assegurou o empréstimo do Gladstone, e não houve uma única notícia sobre esta contratação que não informasse também que o jogador era alvo do interesse do Benfica. Este suposto 'interesse' resume-se rumores que vieram nos jornais há seis meses, quando o Benfica andava à procura de um central durante a abertura do mercado de inverno (acabámos por ir buscar o David Luiz). Mas uma notícia fica com muito mais 'sumo' se se tentar vender a ideia que houve alguma competição pelo jogador, e que este terá sido 'roubado' mesmo nas barbas do Benfica. Já em relação ao argentino que o Porto quer contratar, se o juíz deixar, também conseguiram meter o Benfica ao barulho, arranjando um suposto interesse no jogador. Durante uma época, os jornais conseguem comprar uns cinquenta jogadores para o Benfica, e vender cada um dos seus jogadores pelo menos umas três vezes. Será que com comportamentos destes estão à espera que os benfiquistas os levem a sério?

terça-feira, junho 12, 2007

Contratações

Enquanto a dança das contratações vai decorrendo, os nomes que têm sido anunciados como alvos de interesse do Benfica fazem-me pensar. Não quero estar já a fazer juízos de valor sobre os jogadores em questão, mas a verdade é que, a serem verdade os 'alvos' anunciados, causam-me estranheza. Tomando como exemplo os últimos nomes anunciados (Kazmierczak, Ratinho, Willian e Edgar), o que eu verifico é que o perfil destes jogadores vai completamente contra as palavras (ou melhor, desculpas) com que o Nandinho nos tem vindo a brindar nas diversas entrevistas que tem dado neste final de época, enquanto tenta sacudir a água do capote e limpar a sua imagem na medida do possível - diga-se de passagem que tem tido algum sucesso nesta operação, já que não são poucos os benfiquistas que entretanto parecem ter ficado convencidos que 'o homem tem razão', e que 'o plantel do Benfica era muito curto e com menos qualidade do que o dos outros', e que no fundo o Nandinho é mais uma vítima do que um réu.

O que eu tinha ouvido dizer - pelo próprio Nandinho - é que o Benfica iria tentar contratar quatro ou cinco jogadores de créditos firmados, daqueles que entrassem de caras na equipa. Ora os nomes que têm vindo a público não encaixam neste perfil. O Kazmierczak encaixa sim no perfil da desculpa utilizada pelo Nandinho para a não utilização do Manú, Paulo Jorge ou Miguelito: não está habituado a jogar ao nível de um clube grande, já que veio de um pequeno clube polaco (este ano desceram de divisão) e a experiência que tem em Portugal resume-se a uma época no Boavista. Concluo portanto que ele não fará parte dos tais doze ou treze jogadores utilizáveis, e que portanto não poderá representar um aumento concreto de opções no plantel. Depois temos os internacionais sub-20 brasileiros: Edgar, Ratinho e Willian. Todos eles são jovens e 'inexperientes', o que é logo o primeiro handicap. O primeiro volta a cair na desculpa básica do Nandinho, já que fez apenas meia época no Beira Mar, e obviamente também não estará habituado a jogar num clube como o Benfica. O segundo é suplente do Corinthians. O terceiro, joga na famosa 'posição 4' do Nandinho, para a qual ele tem o Simão ou o Rui Costa (e este ano ainda mais o Nuno Assis), por isso se ele viesse está-se mesmo a ver as perspectivas de futuro dele na equipa... Diego Souza, anyone? Entretanto já temos contratado um extremo, que deverá encaixar que nem uma luva na táctica do Nandinho... que não contempla extremos. Ou seja, a confirmar-se ser este o rumo a seguir em matéria de contratações, se as coisas voltarem a dar para o torto (Deus queira que não), já posso começar a adivinhar quais serão as lamentações do Nandinho no final da época.

Conforme disse, eu não quero estar a avaliar já o valor ou não das possíveis contratações. Eu por norma fico contente quando o Benfica aposta em jogadores jovens e com potencial, e relativamente aos internacionais jovens brasileiros temos o exemplo do David Luiz como prova que pode ser uma boa aposta. Agora parece-me é um contra-senso fazer este tipo de apostas quando temos no banco um tipo que já provou, por actos e palavras, que não será o ideal para rentabilizá-las. Um miúdo com ele só jogará se por acaso as seis opções que existem na sua cabeça para o lugar em questão (a primeira é o titular, as outras cinco são adaptações) estiverem indisponíveis.

quinta-feira, junho 07, 2007

Juniores

Como a época este ano foi mais curta, e a fome de futebol não perdoa, aproveitei a oportunidade para ir ver o jogo dos nossos juniores no Estádio da Luz, contra a lagartagem. Primeira contrariedade: nem num jogo dos juniores um tipo se consegue ver livre do remaldito speaker da Luz. Agarrado ao seu microfone de estimação, ele lá estava, azucrinando os ouvidos dos espectadores enquanto se deleitava com o som da sua própria voz. Felizmente hoje esteve um bocado mais calmo do que é costume, talvez por se aperceber que o pessoal não lhe ligava nenhuma. Depois uma desilusão: então hoje que eu até estava numa posição privilegiada, perto do relvado (estava mesmo ao lado da tribuna presidencial) não há cheerleaders? Não há direito, pá!

Tinha alguma curiosidade em ver esta nossa equipa de juniores, que tem estado a dar boa conta de si, e obviamente que a principal curiosidade (como julgo que também seria a de muitos benfiquistas) era ver o Yu Dabao ao vivo. Também já tinha algumas saudades de ver futebol assim de uma forma mais descontraída, em que os jogadores até têm alguma liberdade para cometer erros (e não foram poucos os que se viram) porque ainda estão a aprender. Fiquei com pena de não ter jogado outro dos jogadores que eu queria ver, o Milan Jeremic. Nem sequer foi convocado, por isso não sei se estará lesionado, ou se foi apenas por opção.

O jogo era muito mais decisivo para a lagartagem do que para nós. A eles só a vitória interessava para não ficarem dependentes de outros na luta pelo título, enquanto que para nós o empate já não seria mau de todo. E viu-se logo desde o início do jogo que a lagartagem vinha disposta a ganhar. Tomaram conta das operações, e o Benfica foi sendo ligeiramente empurrado para o seu meio-campo, embora sem nunca ser sufocado, já que os visitantes quase não criavam oportunidades de golo e muito do jogo era disputado perto do centro do terreno (a quantidade de passes falhados e de bolas perdidas devido a iniciativas individuais falhadas, de ambas as partes, foi enorme, por isso não se assistiram a muitas jogadas elaboradas). Pareceu-me um bocado notória a diferença física entre as duas equipas: a nossa equipa era constituida maioritariamente por juniores de primeiro ano, e a verdade é que os jogadores lagartos eram mais rápidos e mais fortes no corpo a corpo. Ainda assim, o Benfica poderia ter ganho vantagem, já que dispôs da melhor oportunidade de golo nos primeiros quarenta e cinco minutos, quando após um bom trabalho o Dabao conseguiu colocar o Miguel Rosa isolado à frente do guarda-redes adversário, só que este permitiu a defesa do Rui Patrício. Perto do final, foi a lagartagem quem se colocou em vantagem, quando o Tiago Pinto arrancou pelo lado esquerdo sem que nenhum dos nossos jogadores o conseguisse acompanhar, fez um centro largo e, quando parecia que a jogada estaria mais ou menos perdida, uma intervenção infeliz do nosso central Nuno Ferreira acabou por resultar num autogolo. Os lagartos iam assim em vantagem para o balneário e, diga-se, com justiça, já que durante a primeira parte mostraram ser mais e melhor equipa do que nós.

A segunda parte foi diferente. A lagartagem pareceu satisfeita com o resultado e resolveu dedicar-se a defendê-lo, recorrendo ao anti-jogo sempre que possível. Isto permitiu ao Benfica aproximar-se mais da baliza adversária, embora nem sempre da melhor maneira. O jogo continuou a não ser bonito de ver. Foi sempre muito disputado, com muita luta pela posse da bola, e raramente uma das equipas conseguia mantê-la na sua posse durante muito tempo - regra geral, os já referidos passes transviados ou iniciativas individuais acabavam por resultar na perda da bola. No Benfica a entrada do Patafta pareceu-me dar um pouco mais de amplitude ao nosso jogo, já que o australiano foi jogar um pouco mais pelo lado esquerdo, que até então tinha estado um pouco abandonado e no qual o lateral-direito da lagartagem tinha demasiada liberdade para subir. Mas parecia difícil chegar ao golo, já que os nossos adversários defendiam com eficácia e aproveitavam cada oportunidade para se estenderem no chão a gastar tempo enquanto eram assistidos, ou então a gastar um minuto em cada substituição. Até cãibras eles conseguiram arranjar. Mas felizmente aconteceu aquilo que me dá sempre um gozo danado ver quando uma equipa passa o tempo todo a queimar tempo: sofreram um golo nos descontos. Numa altura em que o Benfica já jogava praticamente com uma linha avançada de cinco elementos, beneficiámos de um livre na direita. Ao cruzamento do Carlitos (tinha entrado para o lugar do Miguel Rosa) correspondeu o central Miguel Vítor com uma cabeçada para defesa do Rui Patrício, e na recarga surgiu o 'Grande Tesouro' na zona do ponta-de-lança a fazer o empate. Daqui até final, e ao verem o campeonato a fugir-lhes, assistiu-se à cura miraculosa do cansaço dos lagartos, que se lançaram em desespero de causa ao ataque, e até se viu o guarda-redes deles passar largos segundos a jogar ao ataque. Animados por uma expulsão patética do Nuno Ferreira (auto-golo e expulsão, há dias em que não se pode sair de casa), eles bem tentaram, até recorreram ao tradicional mergulho nas imediações ou dentro da área (parece-me que o Liedson de vez em quando deve ir lá à academia fazer uns workshops), mas ficou o empate, que a eles não serve de nada, e que a nós nos obriga a pelo menos não perder no Porto se queremos alimentar a esperança de sermos campeões. Ficam os parabéns aos nossos jogadores, pela forma como se bateram até ao fim, conseguindo arrancar este resultado menos mau.

Quanto aos jogadores, houve alguns que me deixaram boa impressão. Nota-se claramente que o Dabao é um jogador que está num patamar mais evoluído. Passou muito tempo desacompanhado, sobretudo na primeira parte, mas recuou para vir buscar jogo. Sabe movimentar-se na zona do ponta-de-lança, e apesar de ter estado pouco em jogo, quase sempre que interveio mostrou um bom nível, a segurar a bola e a combinar com os colegas. Na altura certa, apareceu no lugar certo para marcar. Gostei do central e capitão Miguel Vítor e do lateral-esquerdo Ruben Lima. O André Carvalhas mostrou boa técnica, mas nas funções em que jogou, tendo que disputar muitas bolas com os médios defensivos e defesas lagartos, teve sempre o óbice da altura contra si. Gostei também bastante do Romeu Ribeiro (que já tinha deixado boas indicações nos amigáveis do final de época), que foi quase sempre o jogador mais esclarecido na altura de passar a bola e distribuir jogo, para além de ter recuperado diversas bolas. De quem eu esperava mais era do Miguel Rosa. Tenho esperança nele, nota-se logo pelo toque de bola que é bom jogador, e do pouco que vi nos tais amigáveis fiquei curioso. Mas hoje esteve quase desastroso no passe, e ainda falhou uma oportunidade flagrante. Como é apenas júnior de primeiro ano, ainda tem tempo para evoluir.

Já agora, a lagartagem tem ali jogadores bastante interessantes. A começar pelo nosso 'conhecido' Tiago Pinto. Ao contrário do pai, é canhoto, e joga a lateral-esquerdo. Fez um jogo muito bom, e pode ser que esteja ali um jogador de futuro. O guarda-redes Rui Patrício também me impressionou muito. Tem um grande porte atlético, e é daqueles guarda-redes que comanda a grande-área, saindo sempre aos cruzamentos para agarrar a bola. Safou a já referida oportunidade do Miguel Rosa, e revelou sempre uma tranquilidade e atitude que nos deixam sempre confiantes em relação a um guarda-redes. Outro jogador que provavelmente, mais dia menos dia, vai dar o salto é o número dez Adrien Silva. Muito bons pés, e sobretudo uma grande atitude. Não é daqueles 'criativos' que só jogam com a bola nos pés, ele luta muito no meio-campo e tem uma enorme disponibilidade física. Na altura em que a lagartagem queimava as últimas substituições para gastar tempo pareceu-me que foi ele quem acabou por recuar para lateral-direito (digo 'pareceu-me' porque o Benfica marcou pouco depois, e a partir daí foram as tácticas todas para o galheiro e era quase tudo ao molho). A lagartagem tem também ali um palhaço, o extremo-direito deles, que joga com o número sete e parece julgar-se uma espécie de Cristiano Ronaldo. Tem lá quase tudo: as habilidades inúteis com a bola, o individualismo atroz, os inúmeros mergulhos na tentativa de sacar faltas (o que ele fez já após o golo do Benfica, na tentativa de sacar um penalti, foi brilhante), os tiques de vedeta, etc. Claro que em relação ao Ronaldo falta-lhe 'só' o pequeno pormenor do talento, porque a um tipo com o talento do Ronaldo dá para desculpar todas as outras palhaçadas. Para os que não têm esse talento (caso do jogador em questão) sobra o epíteto de 'palhaço'.

No final do jogo foi bonito ver a educação de vários dos lagartitos, a reclamarem com o árbitro (vá-se lá saber porquê; se há quem se queixe do nível da arbitragem dos jogos da Liga, deviam ver a desta tarde - é incrível como o assistente não vê uma mão deliberada na bola dentro da área que é feita mesmo à sua frente, isto para não falar na dualidade de critérios em relação às faltas assinaladas e à amostragem de cartões), a provocarem os nossos jogadores (o já referido número sete foi dos mais activos) e a insultarem o público da Luz. Nota-se que estão no bom caminho. Pelo menos já revelam o mau perder que faz tradição naquela casa.

É pena que não tenha muitas oportunidades para ver mais jogos das camadas jovens (ir até ao Seixal não me dá muito jeito), porque me divirto bastante com este futebol mais descontraído. Gostava que houvessem mais jogos na Luz, e não serei o único, já que os números dizem que estiveram cerca de 13.000 pessoas no estádio. E pelos vistos, muitas ficaram por entrar, já que como sempre deixou-se para a última da hora a compra de bilhetes, e depois só haviam duas bilheteiras a funcionar. Se o jogo contra o Boavista acabar por ser decisivo para o título, se calhar não seria má ideia voltar a fazê-lo na Luz. Eu iria ver os juniores jogar outra vez.

sábado, junho 02, 2007

Miccoli

Bem, a avaliar pelas notícias de hoje, acho que podemos começar a perder quaisquer ilusões de contarmos com o Miccoli para a próxima época. Não quiseram accionar a cláusula de opção de cinco milhões o ano passado, e não quiseram negociá-lo este ano quando a Juventus parecia estar disposta a começar a conversar nos três milhões. Entretanto ele fez um bom final de época, começaram a surgir vários interessados no concurso do jogador, e o resultado só podia ser uma subida do preço. A Juventus agora pede oito milhões, e pelos vistos já recusou a possibilidade de novo empréstimo. Fico triste, porque para mim o Miccoli é um jogador à imagem do Benfica da cabeça aos pés, mas oito milhões é um exagero para as possibilidades do Benfica.

Depois do Tiago, Miguel e Manuel Fernandes, a minha triste saga de ver no final de cada época o meu jogador preferido abandonar o clube parece continuar. Prometo que para a próxima época vou tentar não particularizar a minha preferência por qualquer jogador específico.