terça-feira, fevereiro 27, 2007

Indiscutível

Foi uma vitória indiscutível aquela que o Benfica conseguiu esta noite frente ao Paços, apenas ameaçada por cinco minutos de excessivo relaxamento que permitiram ao Paços marcar um golo e chegar ao intervalo com uma desvantagem mínima, quando o mais natural face ao que se passou nos primeiros quarenta e cinco minutos de jogo seria que por essa altura descessem aos balneários vergados ao peso de uma goleada. Essa desvantagem mínima permitiu aos homens do Paços de Ferreira enganarem-se a si próprios, e imaginarem que era possível reentrar na discussão da partida. Felizmente não passou de isso mesmo: de um engano.

Em relação ao jogo da passada quinta-feira, Nuno Gomes de regresso no lugar do Derlei, e o Benfica a entrar no jogo a todo o gás. Desde o primeiro instante que nos instalámos no meio-campo adversário, exercendo uma pressão quase sufocante sobre os jogadores do Paços, que mal conseguiam sequer passar da linha de meio-campo. Muita mobilidade na frente de ataque, Simão e Karagounis a aparecerem em todo o lado, e os dois laterais muito ofensivos a participarem activamente nas nossas acções ofensivas. Não foi preciso esperar muito para que o Simão nos mostrasse que ainda sabe marcar livres: ainda antes dos dez minutos já o marcador tinha funcionado para o nosso lado, quando o capitão transformou de forma exemplar um livre sobre o lado esquerdo, a punir falta sobre o Karagounis. E desta vez não houve abrandamento após o golo: a avalanche ofensiva continuou, com o Benfica à procura do segundo golo e a construir oportunidades atrás de oportunidades. O Paços não veio à Luz para jogar à defesa, e nunca se viu nenhum autocarro à frente da sua baliza, mas nesta fase era o Benfica quem empurrava toda a equipa do Paços para trás. Não estou a exagerar se disser que à meia-hora de jogo a estatística indicaria zero remates para os forasteiros. Até então eles limitavam-se a tentar travar a avalanche ofensiva do Benfica, de qualquer forma possível, nem que para isso tivessem que recorrer às faltas.

O segundo golo do Benfica surgiu naturalmente, pouco passava da meia-hora, dada esta superioridade demonstrada. Depois de um bom trabalho do Karagounis na esquerda, este centrou para o interior da área onde o Nuno Gomes, de cabeça, se antecipou ao defesa forasteiro para marcar um bom golo. Este sim, pode dizer-se que foi um golo 'à ponta-de-lança'. Nos últimos cinco minutos da primeira parte, então houve o tal relaxamento do Benfica, o que permitiu que o Paços se aproximasse da nossa baliza, e finalmente conseguisse rematar. Depois de um grande remate do Geraldo (fez um óptimo jogo hoje, diga-se) a que correspondeu o Quim com uma boa defesa, na sequência do canto houve um lance bastante confuso dentro da nossa área, onde a nossa defesa não conseguiu afastar a bola convenientemente, e sofremos um golo. Um golo que para mim colocava o resultado nuns números bastante enganadores face ao que se havia passado na primeira parte, mas que também foi um castigo para o abrandamento excessivo do Benfica naqueles últimos cinco minutos. Ao menos assim o Benfica teria que voltar ao jogo no segundo tempo com bastante atenção.

O segundo tempo iniciou-se praticamente com uma grande oportunidade do Paços de chegar ao empate, tendo a bola passado a centímetros do poste. Para mim nesta jogada houve uma falta nítida sobre o Luisão, que não foi assinalada pelo Paraty, o que deu o mote para uma actuação perfeitamente disparatada do árbitro neste período complementar (o Luisão depois foi reclamar, viu o amarelo, e agora está de fora do próximo jogo - ao menos não é dos piores jogos para ele limpar os amarelos). Mas o Benfica voltou a pegar no jogo e a ir à procura do golo da tranquilidade. O Paços tentava responder, e nisto resultou um jogo bastante agradável de seguir. O único que ia destoando disto era o árbitro, com disparate atrás de disparate. O tal golo da tranquilidade apareceu após um lance de cabeça ganho pelo Nuno Gomes na área adversária, dando a bola ao Miccoli, que depois a controlou e acabou por levantar para o segundo poste, onde o Simão finalizou de cabeça - e já está no topo da lista dos melhores marcadores. Este golo fez o Benfica voltar a abrandar, mas felizmente não tanto como na primeira parte. Até ao final foram-se assistindo a algumas oportunidades de parte a parte, mas o resultado ficou inalterado (também por mérito do Quim, a negar com uma boa defesa o segundo golo dos visitantes mesmo a fechar o encontro).

Embora os jogadores no geral tenham estado todos bem, para mim os destaques vão para o Simão, Petit e Karagounis. Ninguém fala de 'magia' nem o chama de feiticeiro de cada vez que faz uma jogada qualquer, mas já não há muitas palavras para descrever o momento actual do Simão. Julgo que ele estará neste momento a fazer a sua melhor época de sempre no Benfica. E tendo em conta tudo o que ele já fez no nosso clube nas épocas anteriores, não faço esta afirmação de ânimo leve. Ele parece ter baterias inesgotáveis, aparece por toda a parte da frente de ataque, mantém o mesmo ritmo elevado e constante durante os noventa minutos que, consecutivamente, vai fazendo semana após semana, cria perigo de cada vez que corre em direcção à área com a bola controlada, dá golos aos companheiros (hoje, por exemplo, 'inventou' um passe genial que merecia que o Miccoli tivesse transformado em golo quando ficou cara-a-cara com o guarda-redes) ajuda a defender e recupera bolas. Simplesmente fantástico. O Petit hoje esteve enorme, ainda para mais contra uma equipa forte e dura como o Paços, que disputa todas as bolas até ao limite. O Petit recuperou bolas de todas as maneiras e feitios: pelo chão e pelo ar, em antecipação, em força, desarmou adversários e lançou inúmeros ataques. O Petit é daqueles jogadores muito constantes, que raramente joga mal, mas que muitas vezes vê o muito trabalho que faz durante o jogo passar despercebido. Hoje brilhou. E o Karagounis esteve intratável. Ele deve ser um jogador exasperante para os adversários, porque é quase impossível desarmá-lo sem falta. Além disso trabalha muito defensivamente, e é bastante inteligente no passe. Hoje foi sobre ele que foi cometida a falta que deu o primeiro golo, e fez a assistência para o segundo. Menciono também o Nuno Gomes porque esteve muito melhor do que nos últimos jogos. Marcou, o que teve um efeito visível sobre ele, já que fez uma segunda parte de muito bom nível. Pareceu muito mais solto, mais confiante com a bola nos pés, e acabou por ter uma participação activa no nosso terceiro golo. Parece que o banco em Bucareste lhe fez bem.

Por norma não costumo falar de arbitragens, mas tenho que mencionar o autêntico disparate que foi a actuação do árbitro Paulo Paraty na segunda parte. Deixou faltas evidentes por marcar, marcou outras que ninguém viu, e sobretudo teve um critério disciplinar que se pautou pela total inexistência de qualquer critério. Parecia que valia tudo menos arrancar olhos em campo. Mas protestar é que não, e por isso dois dos nossos jogadores foram amarelados. O Paulo Sousa então distribuiu pancadaria por tudo o que lhe passou ao alcance, e nem um amarelito viu. Enfim, o que interessa são os três pontos que conquistámos, mantendo assim a distãncia de quatro pontos para o líder, e afastando-nos dos nossos perseguidores.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Tranquilo

A semana passada, quando fiz o post sobre o jogo da primeira mão desta eliminatória, escrevi [...]tendo em conta o que vi hoje, acredito que o Benfica consiga passar esta eliminatória sem necessidade de grandes sobressaltos[...]. E no fundo, foi o que aconteceu hoje. Apesar do pequeno percalço que foi o golo do Dínamo, nunca me pareceu que a eliminatória estivesse em risco, e só mesmo por muito azar ou algo extraordinário é que os romenos nos eliminariam. Não foi sequer um Benfica brilhante o que se apresentou esta noite em Budapeste, perdão, Bucareste. Foi sobretudo um Benfica com 'muita tranquilidade', que apresentou uma atitude e ritmo constantes durante todo o jogo, e que sempre me pareceu seguro que a sua superioridade viria naturalmente ao de cima. Aliás, tão seguro parecia que aqui e ali chegou mesmo a dar alguma impressão de sobranceria.

Meia surpresa foi o que tive quando liguei a televisão, e a primeira imagem que vejo é a do Nuno Gomes a sair do túnel com o fato de treino vestido, dirigindo-se para o banco de suplentes. E digo 'meia' porque se é certo que o mau momento de forma que ele atravessa fazia adivinhar que mais cedo ou mais tarde ele pudesse vir a perder a titularidade, também me recordo da manifestação pública de apoio que o Fernando Santos lhe fez ainda o fim-de-semana passado, pelo que não pensei que a tal perda da titularidade acontecesse tão cedo. Excepção feita a esta meia surpresa, que significou a entrada do Derlei para o onze inicial, de resto nada de novo. Jogaram os do costume, com a táctica do losango do costume. Ao contrário do que seria expectável, o início do jogo não mostrou um Dínamo a lançar-se desesperadamente na procura do golo que anularia a vantagem que o Benfica levava de Lisboa. O Benfica parecia estar calmamente com o controlo do jogo, e os romenos aparentavam algum receio. E foi até cedo que o Benfica dispôs de uma boa oportunidade para marcar, quando um roubo de bola a meio-campo deixou os três avançados do Benfica contra apenas um defesa do Dínamo, mas a tradicional cerimónia e lentidão na altura das decisões significou que os três andaram ali a endossar a responsabilidade da finalização de uns para os outros, de tal forma que nem sequer se chegou a finalizar esse lance com um remate à baliza.

De qualquer maneira esse lance, e o que se vinha passando nos primeiros minutos, deixaram-me ainda mais confiante num desfecho favorável da eliminatória. Para mim foi portanto surpreendente (apesar de se notar já um ligeiro ascendente do Dínamo após os primeiros quinze minutos) que o Dínamo se colocasse em vantagem. Julgo que terá sido a primeira grande oportunidade criada pelos romenos. O excelente passe pelo centro da nossa defesa foi encontrar uma desmarcação perfeita do Munteanu (não deveria haver um dos médios a acompanhá-lo? Petit? Karagounis?), e o ex-jogador do At.Madrid não teve dificuldades em concretizar. Mas este golo não alterou muito o cariz do jogo. Nem os romenos passaram a defender com unhas e dentes, nem o Benfica perdeu o controlo ou a atitude tranquila que vinha demonstrando. Com o decorrer do tempo fomo-nos aproximando progressivamente da área adversária, e criando oportunidades para, tal como na primeira mão, o guarda-redes Lobont brilhar. Assim, quando o intervalo chegou o resultado era, na minha sincera opinião, injusto para aquilo que eu tinha visto durante a primeira parte.

A segunda parte, sem alterações no Benfica, também não trouxe grandes mudanças na tendência do jogo em relação ao que se passava no final da primeira parte. Pouco tempo após o reinício o Benfica dispôs de um canto na esquerda do ataque, que foi marcado pelo Simão para uma concretização ao primeiro poste por parte do Anderson (a diferença no número de golos que passámos a marcar na sequência de cantos desde que o Simão passou a marcá-los em vez do Petit é abissal). Para mim este golo significou o resolver da eliminatória, isto apesar de ainda faltar quase toda a segunda parte para jogar. Mas tendo em conta o futebol exibido pelo Dínamo, e sobretudo o número de ocasiões de golo que eles tinham conseguido criar até então, não estava a vê-los a conseguirem marcar-nos mais dois golos. A partir daí fiquei sobretudo a torcer para que o Benfica não se remetesse à defesa, e que tentasse vencer o jogo, dada a importância deste confronto directo com uma equipa do país que é o concorrente mais ameaçador à posição de Portugal no ranking da UEFA. Foi o que aconteceu. Apesar dos romenos, obviamente, terem agora que arriscar mais no ataque, o Benfica não se remeteu à defesa, e continuou a jogar na mesma toada. O trio do meio-campo benfiquista foi bastante importante na manutenção deste ritmo, já que conseguia parar grande parte das investidas romenas, e segurar a bola (por vezes, no caso do Karagounis, quase até à exaustão - haverá maneira de desarmá-lo sem que o árbitro assinale falta?). Incapaz de entrar na nossa área, no período a seguir ao nosso golo viu-se o Dínamo a tentar recorrer aos remates de longe, no entanto sem grandes efeitos práticos.

O nosso segundo golo acabou mesmo por surgir. Poderia aliás ter surgido uns segundos antes, porque o Simão, completamente isolado na cara do guarda-redes, acabou por permitir a defesa do Lobont para canto. Depois houve uma sequência de três cantos a nosso favor, e no terceiro o Katsouranis, mantendo os bons hábitos, apareceu no sítio do costume e da forma do costume (antecipação de cabeça ao primeiro poste) a concretizar. Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o desfecho da eliminatória, estas provavelmente ter-se-ão dissipado nesse momento. E daqui até final o Benfica foi controlando o jogo, e gerindo (sem grande esforço, diga-se) o resultado. Aliás, parecia-me que o Benfica até poderia mais rapidamente chegar a um terceiro golo do que o Dínamo empatar. Pena, peninha mesmo, foi aquele 'atrevimento' do Miccoli, ao tentar um chapéu ao Lobont quando descaído sobre a esquerda, não ter resultado em golo. Teria sido um momento sublime. Mas o marcador não se alterou, e ficou assim a vitória do Benfica na eliminatória e nos dois jogos sobre uma equipa romena. De certeza que estes pontos darão muito jeito a Portugal.

A equipa hoje esteve bem no geral, bastante sólida e homogénea. Os centrais estiveram bastante seguros (embora não tivesse gostado da forma como a bola passou por aquela zona no lance do golo romeno), mas o Anderson continua a irritar-me um pouco pelo pormenor de utilizar demasiado os braços quando disputa bolas pelo ar, e com isso arriscamo-nos sempre a ter faltas assinaladas contra perto da nossa área. O Luisão esteve, sem surpresas, imperial. E quase já nem vale a pena dizer que o Simão foi um dos melhores em campo. Bem também esteve em geral o trio do meio-campo nas tarefas defensivas, incluindo o Katsouranis, que esteve uns furos acima dos últimos jogos. Será que não dá para o deixar descansar um bocadinho? Far-nos-ia falta um Katsouranis na máxima força para lguns jogos decisivos que teremos daqui a um ou dois meses...

A vitória de hoje na eliminatória e no jogo foi importante e saborosa, mas sinceramente não esperava outro desfecho que não este, sobretudo depois de ter visto o jogo da primeira mão. Para mim, a ideia do Benfica ser eliminado por estes romenos seria um descalabro comparável a uma célebre eliminação do nosso Nandinho aos pés de um certo Gençlerbirligi. Sim, eu sei que o Dínamo é o líder do campeonato romeno com treze pontos de avanço sobre o Steaua. Mas estamos a falar de um campeonato em que as equipas do topo da tabela vêm contratar jogadores às equipas que no campeonato português andam pela parte baixa da tabela. O Dínamo joga num estádio para aí do tamanho da Mata Real, e apesar de ter uma equipa arrumadinha e bem orientada consegue ter jogadores como o lateral-direito Blay, cuja tosquice é comparável à de uma peça de mobiliário rústico medieval, ou o trinco Margaritescu, que dada a sua propensão para varrer tudo o que lhe passa à frente em nada fica a dever a uma ceifeira industrial. O único jogador que de facto se destaca é o guarda-redes Bogdan Lobont, que não merece estar num campeonato que importa guarda-redes como o Carlos (ex-Boavista). Era lá admissível que o Benfica fosse eliminado por uma equipa destas?

Enfim, missão cumprida, e com toda a tranquilidade. Next!

domingo, fevereiro 18, 2007

Micle

Dois golos do Micle (eu sou uma pessoa atenta, e esta semana aprendi com o Nandinho a forma correcta de pronunciar o nome do nosso avançado italiano) deram expressão à superioridade do Benfica na Choupana, e uma vitória importante que nos permitiu recuperar o segundo lugar e manter a perseguição aos líderes.

Um tanto ou quanto surpreendentemente o Benfica entrou em campo com um esquema semelhante ao da segunda parte contra o Dínamo de Bucareste. Ou seja, entrou um segundo avançado na equipa (Micle) sendo o Karagounis o sacrificado. Isto significava, mais uma vez, que o Rui Costa jogaria descaído sobre a esquerda, enquanto que ao Simão estava reservado o papel de vértice mais adiantado do losango. Cedo no entanto o Rui Costa teve que ceder o lugar ao Karagounis, devido a lesão. Espero que esta lesão não seja nada de grave, e que ele possa estar em condições para o jogo na Roménia. Cedo se viu que o Benfica era quem tinha pegado no jogo, e quem mais tentava o golo. Infelizmente a finalização continuava a ser o problema. Por diversas vezes o Benfica construiu lances que proporcionaram oportunidades de remate, mas estes iam quase sempre para fora, de tal forma que o guarda-redes adversário praticamente não teve trabalho durante a primeira parte. A excepção foi um grande remate do Petit já perto do final, em que com a ponta dos dedos conseguiu desviar a bola para o poste da sua baliza (malditos postes, bem podiam deixar-nos sossegados um bocadinho).

Na segunda parte o Nacional tentou equilibrar um pouco mais o jogo, subindo um pouco no terreno, mas hoje a nossa defesa esteve bastante coesa, com o Luisão mais uma vez em destaque. Depois de um pequeno susto - remate do Nacional a proporcionar uma grande defesa ao Quim - o Benfica acabou por chegar ao golo quando passava um hora de jogo. Foi uma incursão do Nélson pela direita (hoje já voltou a estar um pouco mais activo, mas não esteve bem na altura de cruzar) em que a bola foi amortecida pelo Nuno Gomes (ou cortada pelo defesa, não consegui perceber) para a entrada da área, onde o Micle dominou e rematou rasteiro e colocado para o fundo da baliza. Embora me parecesse difícil que o Nacional conseguisse chegar ao golo, uma vantagem mínima é sempre perigosa, por isso desejei que o Benfica mantivesse a mesma atitude e fosse em busca do segundo golo. Não me pareceu que isso tivesse acontecido, já que ou o Nacional teve uma reacção forte ao golo, ou então fomos nós que nos encolhemos um bocado. A verdade é que nos momentos a seguir ao golo passámos por um período em que estávamos a entregar a bola ao adversário muito facilmente.

Mas menos de dez minutos após o golo, o Micle aproveita uma entrada a destempo do Patacas que falha a intercepção sobre a linha do meio-campo, com um pequeno toque tira outro defesa do Nacional da jogada, e corre isolado todo o meio-campo adversário para depois finalizar com calma. Aí sim, o jogo pareceu ficar definitivamente resolvido. O Benfica voltou a trocar bem a bola, e a mantê-la na sua posse, e até me pareceu que fosse possível marcar mais - infelizmente às vezes parece que os nossos jogadores preferem fazer mais um passe em vez de rematar. Foi assim sem sobressaltos que chegou o final do jogo, com uma vitória justíssima do Benfica num jogo em que foi a melhor equipa em campo. Tendo em conta a má história que temos na Choupana, acho que posso dizer que este terá sido um dos melhores jogos que me lembro de ver o Benfica fazer naquele campo. O único receio que senti durante o jogo foi que voltássemos a ter uma repetição do Boavista, com o desperdício de muitas oportunidades a custar-nos caro (depois do remate do Petit então comecei mesmo a ver as coisas mal paradas).

Não é novidade realçar as exibições do Simão e, sobretudo, do Luisão esta noite. Estão ambos num grande momento de forma, e enquanto um vai limpando quase tudo na defesa o outro assume quase sempre o papel de desequilibrador no ataque. No geral gostei da actuação de defesa num todo, bem auxiliados pelos dois médios mais defensivos. Destaque também, claro está, para o 'Micle', que até esteve pouco em jogo na primeira parte (ao contrário do Nuno Gomes, que apareceu pelo menos com menos medo de rematar, mas continua a não ser feliz) mas que na segunda parte apareceu na altura certa, e em três oportunidades de que dispôs concretizou duas. Era bom que isto fosse para durar, e que não tivéssemos que andar a amaldiçoar mais lesões do italiano até ao final da época.

Enfim, vitória convincente, recuperação do segundo lugar, e manutenção da perseguição ao primeiro. O único ponto negativo é a lesão do Rui Costa, mas vamos esperar pelo melhor. Era muito importante conseguirmos esta vitória hoje, para que a equipa recuperasse a confiança que parecia algo afectada após o empate com o Boavista e derrota na Póvoa.

sábado, fevereiro 17, 2007

Dúvida

Porque é que será que o Desp.Aves, que tinha previsto receber o Benfica no Afonso Henriques em Guimarães de forma a arrecadar a tradicional receita extra que jogar contra nós costuma proporcionar, de repente resolveu abdicar dessa receita extra, e afinal já quer receber-nos no seu próprio recinto? O que é que os terá feito mudar de ideias?

De qualquer forma ainda bem que isto acontece, que eu prefiro que não hajam desculpas caso o Benfica ganhe fora ao Aves.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Apito

Isto está-se a compor. Nada como uma boa notícia para começar o dia.

Mínimos

O Benfica apresentou esta noite os serviços mínimos para levar de vencida um Dínamo de Bucareste, que revelou ser um adversário difícil, bem organizado na defesa, mas que não revelou grandes argumentos para que o possamos considerar um oponente de peso.

Apresentando o mesmo onze que há dias defrontou o Boavista (isto é, um 4-4-2 disposto em losango no qual o Simão formou a dupla de avançados com o Nuno Gomes, tendo o Rui Costa nas suas costas) o Benfica mostrou uma atitude estranhamente cautelosa. É verdade que o adversário também contribuiu para isto.
Os romenos jogaram quase sempre num 4-5-1, tendo um médio mais recuado que normalmente se encarregava da marcação individual ao Rui Costa sempre que este se aproximava do último terço do terreno, e mostraram ser uma equipa bastante organizada a defender, que sabe trocar bem a bola, e que, conforme já tinha sido dito frequentemente anteriormente, parece ser boa em adormecer o jogo e o adversário. Mas também me pergunto se esta atitude do Benfica não será um reflexo directo da derrota na Póvoa, já que a equipa parecia estar com cautelas excessivas, e os jogadores com demasiado medo de errarem. Um exemplo flagrante disto para mim foi o Nélson. Não sei o que é que lhe terá sido dito, mas tantas vezes o criticam por algumas falhas que ele esta noite praticamente não arriscou nada. Quase nem me recordo dele ter tentado um lance de um para um, optando quase sempre pelo passe para um colega (na maioria das vezes acabou por optar por lateralizar a bola, contribuindo assim para o excessivo afunilamento do nosso jogo). Assim provavelmente ele livrar-se-á das críticas, mas eu pelo menos não fico nada satisfeito, já que perdemos um desequilibrador por aquele flanco. E o Benfica não se pode dar ao luxo de ter laterais que apenas jogam assim pelo seguro.

Claro que para romper uma organização defensiva como a do Dínamo é fundamental empregar velocidade. Ora isto era o que mais faltava no nosso jogo, pelo que a primeira parte foi bastante escassa em situações de perigo. A única grande excepção foi uma bola recuperada pelo Rui Costa a meio campo, que lançou o Simão na esquerda e este centrou para um remate do Nuno Gomes, que foi correspondido com uma grande defesa do Lobont (o tal que o Koeman chegou a querer trazer para o Benfica). Para além disto, pouco mais se passou. O Dínamo estava mais preocupado em deixar escoar o tempo e arrastar o nulo, e o Benfica era incapaz de transformar o (consentido) domínio territorial em oportunidades claras de golo. Foi por isso sem surpresas que se chegou ao intervalo sem qualquer golo.

Após o descanso o Benfica aparceu com o Miccoli no lugar do Petit (provavelmente o amarelo visto na primeira parte pesou nesta decisão). Pensei eu que fosse para passar a jogar em 4-3-3, mas a verdade é que os jogadores apenas se redistribuiram pelas mesmas posições anteriores, continuando tudo na mesma em termos tácticos. O Miccoli foi jogar na frente ao lado do Nuno Gomes, o Simão recuou para as costas dos avançados, o Rui Costa foi para a esquerda do losango, enviando o Karagounis para o lado oposto, e o Katsouranis passou a assumir as funções de médio mais recuado. O resultado mais imediato disto é que o Dínamo assumiu o controlo do jogo, e durante os primeiros vinte minutos desta segunda parte teve o seu melhor período. Os jogadores do Benfica pareciam um pouco desorientados em campo: o Karagounis, que era suposto fechar o lado direito, aparecia diversas vezes no centro e na esquerda, deixando o flanco desprotegido e originando assim várias situações em que o Nélson se via confrontado com dois adversários. O Miccoli parecia um tanto ou quanto perdido no ataque, sobretudo porque a bola raramente lhe chegava, e então recuava muito até ao meio-campo para vir buscar jogo. O Simão perdia-se no meio, entre a floresta de adversários que lhe apareciam ao caminho - para mim é um autêntico desperdício obrigar o nosso capitão a jogar numa zona onde não se pode tirar o máximo partido das suas qualidades. E assim o Dínamo ia vendo o jogo correr-lhe de feição, e já conseguia até ter a posse da bola durante períodos mais prolongados e jogar no nosso meio-campo - diga-se no entanto que quase sem efeitos práticos que não o manter a bola longe da sua área, já que as oportunidades de golo continuavam a não aparecer.

As coisas alteraram-se um pouco quando o Benfica dispõs de um livre perigoso, em cuja transformação o Simão colocou a bola na barra da baliza romena. Este lance teve o condão de despertar a nossa equipa, que conseguiu imprimir um pouco mais de velocidade ao jogo. O treinador adversário também contribuiu ao colocar o Zé Kalanga em jogo. Julgo que a intenção dele seria aproveitar a velocidade do angolano para explorar o contra-ataque pelo seu lado direito, e ao mesmo tempo segurar o Léo lá atrás, mas a verdade é que o nosso lateral ganhou facilmente diversos lances ao seu adversário e, pior ainda, desde que o angolano entrou o Léo passou a estar muito mais activo no apoio ao ataque. No Benfica entretanto o Nuno Gomes (mais uma vez com muita falta de confiança para rematar) cedeu o lugar ao Derlei que, sem deslumbrar, sempre veio incomodar um pouco mais a defesa romena devido à sua capacidade de luta e constante movimentação pela frente de ataque. O problema é que o Benfica continuava a insistir demasiado em tentar furar a defensiva adversária pelo meio, e por ali já se tinha visto que iria ser difícil. Entretanto o treinador adversário deve ter reconhecido o erro que tinha cometido com a entrada do Zé Kalanga, e não teve problemas em assumi-lo, retirando o angolano do campo apenas quinze minutos após a sua entrada.

O jogo parecia caminhar inexoravelmente para o nulo, mas num assomo final de brio por parte dos nossos jogadores acabámos por chegar ao golo que colocou alguma justiça no marcador. Primeiro já tinha havido um centro do Nélson no qual o Derlei se antecipou bem a um defesa para cabecear ao lado. Depois veio mais um centro do Rui Costa na esquerda (está a tornar-se um hábito), que o Simão conseguiu rematar para mais uma grande defesa do Lobont, e na recarga o Miccoli rematou de primeira para o golo. A partir daqui jogámos pelo seguro, e optámos claramente por segurar o resultado nos poucos minutos que restavam (tendo em conta a nulidade ofensiva que os romenos tinham sido até então, também não me pareceu que fossem necessários grandes cuidados adicionais). Isto resultou numa valente assobiadela do público à decisão do Fernando Santos de substituir o Rui Costa pelo João Coimbra no período de descontos.

Não houve grandes exibições esta noite, mas gostei do Simão (invariavelmente...) apesar de ter jogado numa posição que, na minha opinião, não o favorece nada. O Luisão e o Léo também estiveram em bom nível, mas isso também já não é surpresa. Tal como não é surpresa o mau momento do Nuno Gomes, mas não vale a pena estarmos a bater mais na mesma tecla.

O resultado desta noite não se pode chamar propriamente de bom, mas é bastante positivo para uma competição europeia. Não sofremos golos em casa, e partimos em vantagem para a segunda mão. E tendo em conta o que vi hoje, acredito que o Benfica consiga passar esta eliminatória sem necessidade de grandes sobressaltos. O Dínamo será obrigado a atacar para inverter este resultado, e o Benfica é uma equipa que sabe jogar bem em contra-ataque. E a verdade é que o Dínamo não me impressionou muito. Mostrou ser uma equipa arrumadinha, que sabe o que quer, mas tenho curiosidade em ver como será quando tiver que assumir o jogo.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Memória

E porque recordar é viver, e sabe sempre bem rever aquele golo ou aqula jogada de que nos lembramos vagamente, mas que já não víamos há imenso tempo, aqui fica a sugestão de um blog que nasceu há pouco tempo, mas que promete ter sucesso. É da autoria do Bakero e do Em4Lyf, que muitos já conhecerão dos diversos vídeos sobre o Benfica com que já nos presentearam.

Memória Gloriosa

Nos vídeos que já foram postados podem-se sempre ver, por exemplo, as raras imagens do Mourinho a celebrar os nossos golos à lagartagem, e ainda o momento histórico em que, pela primeira vez em mais de cinco anos, foi assinalado um penalti contra a lagartagem (eu estava lá essa noite e fiquei sem voz no final do jogo) ;)

domingo, fevereiro 11, 2007

Vergonha

Absolutamente vergonhoso. O Benfica disse esta noite adeus à Taça de Portugal, e na minha opinião a derrota é um castigo mais que merecido para a vergonhosa segunda parte que a equipa fez. O Varzim fez pela vida, defendeu com os onze jogadores atrás da linha da bola, e tentou contra-atacar quando pôde. O Benfica na segunda parte parecia a mesma equipa da pré-época, falha de ideias e inspiração sobre como furar a defesa adversária, e com alguns jogadores a apresentarem níveis exibicionais patéticos. Pior de tudo, foi mesmo a atitude, porque por vezes parecia que não estavam interessados em esforçarem-se mais.

Sem Petit e Karagounis, o nosso treinador decidiu dar uma hipótese ao João Coimbra e ao Beto. De resto, a restante equipa habitual. E o Benfica na primeira parte até jogou aceitavelmente, sendo muito infeliz quando ficou em desvantagem após um autogolo do Nélson. Na altura em que isto aconteceu o Varzim não tinha efectuado um único remate no jogo. Ainda assim a equipa reagiu bem, continuou a atacar e a trocar bem a bola, e pressentia-se que o golo podia chegar a qualquer momento. O nosso lado direito, com o Nélson, Rui Costa e Simão a aparecerem frequentemente em trocas de bola na frente, fazia o que queria da defesa do Varzim, mas a equipa ia desperdiçando boas jogadas sempre que fazia a bola chegar atè à área, onde ninguém finalizava. Curiosamente o golo do empate surgiu depois de um cruzamento do Rui Costa do outro lado, com o Simão num raro momento a finalizar de cabeça. A partir daqui fiquei a torcer para que o Benfica conseguisse marcar o segundo antes do intervalo, e sobretudo antes que começasse a chuva, porque tinha a certeza que a partir desse momento seria muito mais difícil o Benfica meter a bola a correr pelo chão, e eu já sei o que acontece sempre que o Benfica tenta jogar em passes longos.

Isto não aconteceu, e ao intervalo, na minha modesta opinião, foi cometido um grande erro com a entrada do Mantorras para o lugar de um médio. O João Coimbra, sem ser brilhante, estava a ser um jogador útil nas recuperações de bola e nos desequilíbrios que causava. Ao sair ficámos em inferioridade no meio-campo, o que me deixou logo desconfiado que os nossos médios iriam passar o tempo ou a chutar bolas para a frente, ou então a olhar para o ar a ver as bolas passar por cima deles directamente da defesa para o ataque. Para mim, foi aí que começámos a perder o jogo. Ainda por cima veio a chuva, e o resultado é que a segunda parte do Benfica foi das coisas mais ridículas que já vi. O Benfica continuou a controlar o jogo (até porque o Varzim preferia dar-nos a bola e ficar à espera), mas praticamente não criou oportunidades de golo, e alguns jogadores estiveram a um nível tal que parecia que nunca tinham jogado futebol na vida. Eu tinha a certeza que se o Varzim marcasse seríamos eliminados; aliás, eu estava convencido que se nós não marcássemos seríamos eliminados nos penalties, e a verdade é que eu não estava mesmo a ver forma do Benfica marcar. Com um meio-campo a circular mal a bola, e com dois avançados a competirem entre eles para ver quem é que estragava mais jogadas, a única esperança era mesmo que o Simão inventasse qualquer coisa. Mas o Varzim acabou por marcar mesmo, na sequência de um livre, e a partir desse momento eu sabia que não iríamos dar a volta. Até porque apesar de faltar mais de um quarto-de-hora para o final, o Benfica desatou logo a apostar em despejar a bola para a frente o mais depressa possível.

Se fosse falar dos jogadores que me desagradaram hoje, acho que acabava por falar da equipa toda. Sei que um dos que vai levar mais na cabeça é o Beto, que até só não foi para a rua por caridade, mas a verdade é que o Beto faz o que sabe, não lhe podem pedir mais. Mais culpa terá quem o põe a fazer coisas que não deve, como por exemplo começar a armar os ataques do Benfica quando sabemos da qualidade de passe que ele possui.

A equipa que a semana passada nos presenteou com um recital de futebol conseguiu num curtíssimo espaço de tempo regredir aos níveis horrorosos que já tínhamos visto em Agosto. Como consequência fomos eliminados da Taça, e só posso dizer que fomos bem eliminados, porque quando estamos a jogar com uma equipa da parte de baixo da tabela da Liga de Honra, e praticamente a meio do jogo eu começo a prever que a eliminação é uma possibilidade bem real, é sinal que algo está a correr terrivelmente mal.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Orgulho

A esta hora a notícia de que o Benfica ficou classificado entre os 20 clubes mundiais que mais receitas geram (Football Money League) no ranking elaborado pela Deloitte já não será novidade para ninguém. Já aqui afirmei diversas vezes o meu apreço pela gestão feita pela nossa actual direcção e pelo rumo traçado pelo nosso presidente para o futuro do nosso clube. Esta notícia é mais uma a encher os benfiquistas de orgulho, a juntar a outros factos (clube com maior número de sócios no mundo, marca Benfica reconhecida como de excelência) que vão, aos poucos, demonstrando a competência e reconhecendo o valor das pessoas que actualmente dirigem o Benfica.

Este crescimento e desenvolvimento visível do nosso clube é ainda mais fantástico se nos recordarmos de onde estávamos há cerca de seis anos, quando após duas gestões desastrosas (sobretudo a de Manuel Damásio que, continuo a afirmar, foi o pior presidente da história do Sport Lisboa e Benfica, por muito mal que queiram deixar na fotografia o presidente que se lhe seguiu, Vale e Azevedo) o Benfica estava numa situação catastrófica. No espaço de dois mandatos esta direcção conseguiu recolocar o clube no rumo certo, devolver muito do optimismo no futuro aos benfiquistas, e podemos acreditar que o melhor ainda poderá estar para vir, se a massa associativa do Benfica continuar a 'regressar' ao clube, após os anos de afastamento durante a década de 90. O Benfica é hoje um clube dinâmico e em plena recuperação e expansão. Ainda há muito trabalho a fazer, mas eu pelo menos sinto optimismo e confiança quando penso no futuro. Sabemos que o presidente LFV é, porventura, um dos presidentes do Benfica mais odiados de sempre pelos nossos adversários. E esse ódio não é mais do que, ele também, um reconhecimento do valor do seu trabalho. É caso para dizer: os cães ladram e a caravana passa.

P.S.- Não pude evitar sorrir quando soube que um dos motivos que ajudou o Benfica a fazer parte desta lista foi o facto de ter consolidadas todas as contas do Grupo Benfica, coisa que nenhum dos outros clubes 'grandes' no nosso país, alguns deles considerados (ou auto-intitulados) 'exemplares' em termos de gestão, tem, reinando em vez disso uma certa confusão generalizada. Lembrei-me logo daquilo que o Gwaihir já anda a dizer sobre este tema há imenso tempo.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Sumaríssimo

Conforme se esperava, a Comissão Disciplinar da Liga decidiu instaurar um processo sumaríssimo (não sei porquê, mas não consigo gostar deste termo - sumário é sumário, não sei para que é necessário o superlativo) ao Derlei. E a minha opinião sobre isto é: acho muito bem. Não gosto de ver jogadores do meu Benfica terem atitudes daquelas, e se ele a teve, é mais que justo que por isso seja punido. Se a CD da Liga também decide instaurar processos semelhantes a jogadores de outros clubes ou não, não me interessa. Os adeptos desses clubes que lidem com a sua própria consciência, e que desencantem as suas justificações para poderem continuar a dizer que o Benfica é que é sempre beneficiado por todas as instâncias da Liga enquanto que eles são perseguidos.

Outro motivo para que veja isto com bons olhos é a possibilidade de que sirva de acção didáctica sobre o próprio Derlei. É que, ao contrário daquilo que o cada vez mais execrável MST afirma na sua crónica de hoje n'A Bola (às vezes chego a perguntar-me se ele chega a acompanhar o futebol português minimamente ou a ver algum jogo da nossa Liga, ou se ele se limitará a, qual papagaio, repetir o discurso que alguém lhe vai soprando ao ouvido) o Derlei nitidamente ainda não percebeu a diferença das camisolas. É que isto no FCP pré-Apito teria passado incólume. Ao ser punido com uma suspensão pode ser que ele perceba que se o fizer com a camisola do Benfica terá consequências, e assumindo que ele tem inteligência suficiente para aprender com os próprios erros, não voltará a repetir a gracinha.

E já agora, convinha que alguém dissesse ao MST que quando afirma que 'o Nuno Gomes é expulso duas vezes, uma delas por agressão a pontapé pelas costas, e só leva um jogo de cada vez' (é assim que se propagam mentiras) está a mentir descaradamente. Ou então é ignorante, porque escreve sobre assuntos sobre os quais não tem quaisquer conhecimentos. O Nuno Gomes conseguiu até agora ser o único jogador que foi expulso por acumulação de amarelos e levou dois jogos de suspensão.

sábado, fevereiro 03, 2007

Finalmente

E porque nem tudo pode ser mau, ao menos uma boa notícia. É caso para dizer: já não era sem tempo! Sempre me perguntei qual a razão pela qual perante todos os indícios bem conhecidos, a justiça desportiva não mexia uma palha. É que neste caso não há cá desculpas de inconstitucionalidades e ilegalidades de escutas. Eu até me estou nas tintas se o PC ou o Valentim vão para a cadeia ou não, já me contento se forem irradiados do futebol para sempre.

P.S.- E para continuar na senda de que nem tudo pode ser mau, o Estrela acabou de nos fazer um favorzinho. Isto até parece mais do que simples coincidência: o Apito apita, e o FCP perde :)

Incrível

Quando, já perto do final da primeira parte, o Katsouranis segue isolado para a baliza, remata, o William defende, e a bola vai caprichosamente embater na barra da baliza do Boavista, disse convictamente aos meus colegas de bancada 'Hoje não ganhamos'. Acho que ainda podíamos estar a jogar agora, passadas que estão quatro horas sobre o final do jogo, que a bola ainda não teria entrado na baliza dos nossos adversários.

Nem sequer quero estar a escrever muito sobre o jogo em si, para que não me recorde daquilo que se passou. Não sei se alguma vez tinha visto um jogo assim. A única palavra que serve para definir o jogo é 'massacre'. Foi um assalto constante do Benfica à baliza adversária, com inúmeras oportunidades de golo criadas, que foram sendo desperdiçadas quer por aselhice dos nossos jogadores, quer por falta de sorte, quer por mérito do guarda-redes adversário. Houve períodos de jogo em que quase parecia que estávamos a jogar sozinhos. Durante a primeira meia-hora da segunda parte, por exemplo, nem sequer me consigo lembrar de ver o Boavista passar a linha do meio-campo. Aliás, durante praticamente todo o jogo o que se viu foi um sufoco constante do Benfica ao Boavista, mas hoje era mesmo uma daquelas noites em que se pode dizer que a bola não queria entrar.

Foram quatro (pelo menos que me recorde) bolas nos postes e na trave, uma mão-cheia de ocasiões em que os nossos jogadores se isolaram e não conseguiram marcar, e uma série de intervenções meritórias do William. Quando o jogo acabou o único sentimento que tinha era de frustração. Os jogadores deram o que tinham, dominaram completamente, e só faltou mesmo a bola entrar. Nem sequer fiquei irritado com eles (uma excepção no entanto: acho que nunca tinha chamado tantos nomes a um jogador do Benfica como quando o Nuno Gomes, sozinho e praticamente na pequena área, depois de um centro p-e-r-f-e-i-t-o do Léo que lhe meteu a bola na cabeça de tal forma que nem era preciso saltar, conseguiu dar uma marrada tão desajeitada na bola que atirou por cima - aí perdi mesmo as estribeiras). Nem sequer vou criticar o treinador, apesar de não ter gostado muito de algumas opções que tomou durante a partida - para mim o Karagounis nunca deveria ter saído, e a saída do Petit também não foi nada feliz.

Foi uma altura muito má para perdermos estes dois pontos, agora que a equipa e os benfiquistas estavam a ficar motivados com a aproximação ao primeiro lugar (50.222 espectadores esta noite na Luz). Mas enfim, há dias assim. Ninguém podia prever que o Jaime Pacheco tinha uma manada de vacas leiteiras escondida no balneário.