Agradável
O jogo era só para cumprir calendário e pouco interesse competitivo tinha, mas a verdade é que me agradou vê-lo, e só fiquei com pena de que aqueles minutos finais, depois das entradas dos três miúdos da equipa B, não tivessem sido mais.
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Foi obviamente uma equipa completamente secundária aquela que entrou no relvado do Restelo. Mas isso, e o facto do jogo ser a feijões, não impediu que se apresentasse motivada. A atitude foi excelente do início ao fim, frente a um adversário que, incompreensivelmente, se limitou a defender. Num jogo que nada decidia, não sei o que é que procuravam conseguir com isto. Gostei de ver a equipa alinhar com as linhas muito subidas, em pressão constante sobre o adversário, que conseguiu a proeza de acabar o jogo com zero remates feitos. Não se se alguma vez tinha visto algo assim. Não foram muitas as oportunidades criadas durante a primeira parte (era difícil perante tantos adversários a defender), mas mesmo assim deveríamos ter chegado ao intervalo a vencer, até porque desperdiçámos um penálti (Funes Mori muito mal na marcação). O merecido golo, que acabou por garantir a vitória, acabou por chegar aos cinquenta e seis minutos, numa recarga do Sulejmani a um cabeceamento do Funes Mori, que levou a bola à barra da baliza. O jogo, que foi disputado quase exclusivamente no meio campo do Gil Vicente (devemos ter acabado com mais de 70% de posse de bola), ficou mais animado nos últimos quinze minutos, quando o Benfica fez entrar o Bernardo Silva, o Hélder Costa e o João Cancelo (estreia absoluta para os dois últimos na equipa principal do Benfica, pois o Bernardo já tinha alinhado alguns minutos na Taça de Portugal, contra o Cinfães). O adversário finalmente quis arriscar um bocadinho mais, e com isso deu mais espaços atrás, que a irreverência e vontade dos miúdos em mostrar serviço explorou e poderia ter aproveitado melhor para ampliar o resultado. Isso esteve muito perto de acontecer - qualquer um dos três teve pelo menos uma ocasião para o fazer.
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Tal como no jogo contra o Leixões, para a mesma competição, o Rúben Amorim voltou a destacar-se. Sempre bem nas tarefas defensivas, mostrou depois a sua grande técnica de passe na construção de jogo. Gostei também muito do André Gomes, embora admita ser suspeito nesta apreciação porque é um jogador que eu aprecio bastante, e dos que mais me irrita não ver serem concedidas mais oportunidades na equipa principal. A saída do Matic dá-me alguma esperança que ele possa voltar a jogar mais regularmente, mas é mesmo esperar para ver. O Ivan Cavaleiro também jogou bem, e pareceu-me bastante solto e confiante. Se calhar o facto do jogo não decidir nada permitiu-lhe soltar-se e mostrar diversos pormenores que costumamos vê-lo fazer pela equipa B. Desta vez se calhar até foi excessivamente generoso, procurando sempre servir colegas em melhor posição- em particular o Funes Mori, a quem parecia especialmente apostado em oferecer um golo. Por falar no Funes Mori, confesso que é um jogador que até me custa um pouco criticar. A verdade é que de jogo para jogo reforço a ideia que tenho dele: é tecnicamente limitadíssimo (vulgo: um cepo). Mas tem uma atitude muito boa no jogo, pois nunca vira a cara à luta e trabalha durante os noventa minutos. Marcou o penálti de forma horrível, mas o cabeceamento que fez à barra após o cruzamento do André Almeida, e do qual resultou o nosso golo, foi muito bom. Conforme referi, gostei da entrada dos três miúdos da equipa B. Espero que possamos aproveitá-los - e que eles saibam também aproveitar as oportunidades que lhes forem sendo concedidas. O Bernardo Silva e o Cancelo são nomes que já nos são mais familiares, porque há algum tempo que se vai falando deles, mas o Hélder Costa entrou muito bem no jogo, e tenho gostado bastante do que tenho visto dele na equipa B - ainda nesta última quarta, contra o Penafiel, na fase em que a equipa ficou reduzida a nove acabou a ocupar a posição de lateral-esquerdo e impressionou-me a forma como conseguiu sempre fazer, mesmo no final dos noventa minutos, todo o corredor.
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Mais uma vitória, mais um jogo sem sofrer golos, e fim de um mês de Janeiro perfeito. Ficamos agora à espera de adversário nas meias.
Tranquila
Uma vitória tranquila do Benfica (por vezes até excessivamente tranquila) permitiu mantermo-nos isolados no topo da classificação. Num jogo disputado grande parte do tempo a um ritmo muito pausado, as coisas ficaram resolvidas na primeira parte, e só faltou que na segunda tivéssemos aproveitado as oportunidades para construir um resultado mais dilatado. Foi a oitava vitória consecutiva, e a décima segunda nos últimos treze jogos (apenas o empate com o Arouca pelo meio estragou esta série).
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Jogámos com apenas uma alteração no onze que venceu o Porto, tendo o Fejsa, como era mais do que previsível, ocupado o lugar que era do Matic. A primeira coisa a saltar à vista desde o início do foi a aparente pouca intensidade metida pelo Benfica no jogo. Continuo a achar que o estado actual do relvado - parece-me demasiado pesado, devido à chuva constante - não ajuda muito a que se disputem os jogos a uma velocidade muito elevada, mas mesmo assim pareceu-me que a 'calma' do Benfica chegou a ser excessiva. Por vezes o jogo parecia ser um jogador com a bola nos pés e os dez colegas parados a olhar para ele, à espera de ver o que é que iria fazer. Houve excepções, como o Gaitán ou o Markovic, que procuravam acelerar assim que a bola lhes chegava aos pés, mas o jogo foi em geral enfadonho. Num jogo que até então praticamente não tinha tido oportunidades de golo, o Benfica inaugurou o marcador numa das primeiras ocasiões que criou, que nasceu precisamente de uma arrancada do Gaitán. O passe a solicitar o Lima foi cortado por um defesa do Marítimo, mas o corte deixou a bola à disposição do Rodrigo, que descaído sobre a esquerda rematou rasteiro, de primeira, para o golo. Depois do golo, obtido aos dezanove minutos, o jogo animou. O Benfica ameaçou o segundo, num cabeceamento do Garay e num centro do Gaitán a que o Rodrigo não chegou por muito pouco, e o Marítimo respondeu com um período de alguns minutos de pressão e cantos consecutivos, que obrigaram o Oblak a algumas defesas mais apertadas. Mas foi quando o Marítimo estava na sua fase melhor que o Benfica chegou ao segundo golo, numa altura em que faltavam dez minutos para o intervalo. Infantilidade do último defesa do Marítimo, que se agarrou à bola sobre a linha do meio campo quando estava pressionado pelo Rodrigo e pelo Markovic, e a bola acabou por sobrar para o primeiro, que correu metade do campo sozinho e finalizou sem problemas - o golo é no entanto precedido de ilegalidade, já que o Rodrigo estava adiantado quando o Markovic desarmou o defesa. O segundo golo acabou com o ímpeto do Marítimo, e o jogo arrastou-se calmamente até ao intervalo.
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As coisas não mudaram muito após o intervalo. O Benfica preocupou-se sobretudo em gerir o resultado e controlar o jogo, o que conseguiu sem muitos sobressaltos. O Marítimo tentou subir no terreno na busca de um golo que relançasse o jogo, mas com isso ficou exposto aos contra-ataques do Benfica. Mesmo sem grandes correrias, o Benfica acabou por ter pelo menos quatro grandes oportunidades, de que me recorde, para ampliar a vantagem, quase todas construídas precisamente em saídas rápidas para o ataque. Uma para o Rodrigo/Markovic, que acabaram por trocar demasiado a bola entre si sem que nenhum deles se decidisse pelo remate na altura ideal. O Lima teve duas, ambas negadas por boas defesas do guarda-redes. Na primeira há mérito no remate espontâneo do Lima, mas na segunda, apesar de ser uma grande defesa, julgo que naquela situação o Lima poderia ter feito melhor, pois estava sozinho em frente ao guarda-redes e tinha tempo para fazer o que quisesse. Finalmente, houve também uma bola na barra, num raro cabeceamento do Enzo. A única resposta do Marítimo foi uma ocasião já a poucos minutos do final, a que o Oblak respondeu com uma defesa apertada que ainda fez a bola embater no poste. Não esqueço também o que me pareceu um penálti evidente sobre o Markovic, que o Hugo Miguel, com toda a sua experiência em não marcar penáltis a favor do Benfica (lembremo-nos do que ele fez em Coimbra há dois anos, em que transformou um penálti sobre o Aimar em falta ofensiva) conseguiu dar amarelo ao nosso jogador. Provavelmente o Markovic deveria era ter-se deixado cair sem que ninguém lhe tocasse, ainda fora da área. Isso parece resultar melhor com o Hugo Miguel (ou isso, ou não equipar de vermelho).
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O Rodrigo tem que ser considerado o homem do jogo. Está definitivamente a atravessar um grande momento de inspiração no que diz respeito aos golos, e a fazer lembrar o jogador que era antes do Bruto Alves o ter ceifado. Se calhar há umas semanas atrás a perspectiva de o vender por uma quantia interessante até não me incomodaria muito. Hoje, e ainda para mais com a indisponibilidade do Cardozo e a franca desinspiração goleadora do Lima, já não me sinto tão tranquilo com essa possibilidade. Para além do Rodrigo, agradaram-me também as exibições do Gaitán, Enzo e Markovic.
Completámos hoje uma volta do campeonato sem conhecer a derrota. Falta-nos apenas o encontro do próximo fim-de-semana contra o Gil Vicente, para a Taça da Liga, para fecharmos um mês de Janeiro perfeito, no qual até agora contamos por vitórias todos os jogos disputados, isolámo-nos no primeiro lugar da Liga, apurámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal, para as meias-finais da Taça da Liga, e não sofremos um único golo. Nada mau para uma equipa em crise e sob críticas constantes.
Resolvido
São jogos com esta qualidade que se calhar (também) ajudam a que a Taça da Liga seja uma competição que desperta pouco interesse. Do jogo desta noite, que não teve grande história, o melhor foram os dois bonitos golos que marcámos e a vitória por dois a zero, que nos garantiu desde já o primeiro lugar no grupo e consequente apuramento para as meias finais da competição.
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O Benfica entrou em campo com uma equipa de segundas escolhas - nenhum dos jogadores do onze que defrontou o Porto foi titular hoje. Seria uma boa oportunidade para que alguns dos jogadores menos utilizados mostrassem serviço. Houve quem aproveitasse, mas houve também quem mostrasse a razão pela qual fica de fora das primeiras escolhas. À parte a curiosidade para ver jogar alguns desses jogadores em acção, o jogo teve pouco interesse. A superioridade do Benfica foi sempre indiscutível, mas o ritmo de jogo foi relativamente lento, e provavelmente o relvado pesado terá também contribuído para isso. A fase inicial de jogo foi particularmente má, com os nossos jogadores a fazerem uma quantidade inusitada de passes disparatados, muitos deles para terra de ninguém. Perto da meia hora aconteceu um dos momentos altos do jogo, que foi o golo do Djuricic. Livre do Rúben na posição central, enviando a bola para perto da linha de fundo onde apareceu o Jardel a cabeçear para trás na direcção do Djuricic, que controlou a bola no peito e rematou para o golo sem a deixar cair. Um pormenor de grande qualidade técnica num jogo pobre nesse particular. A segunda parte, durante a qual entraram Markovic, Lima e Rodrigo, fica apenas assinalada por mais um bonito golo, já quase a fechar o jogo, da autoria do Ivan Cavaleiro. A passe do Rúben (grande pormenor na jogada), tirou um adversário do caminho e fuzilou de pé esquerdo. Finalmente, depois de já ter estado tantas vezes tão perto, o Ivan marcou pela equipa principal. Podíamos ter marcado mais golos, mas tal não aconteceu não por desperdício de ocasiões de golo, mas mais por termos falhado no chamado último passe.
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Para mim o melhor jogador do Benfica foi, de longe, o Rúben Amorim, que teve intervenção directa nos dois golos e foi um dos jogadores que esteve sempre a um ritmo mais elevado. Foi digno da braçadeira de capitão que envergou. Sílvio, Fejsa e Jardel também me pareceram bem, embora o sérvio falhe ou complique demasiado sempre que tenta construir jogo. Por falar em complicação, é talvez um aspecto a corrigir no Ivan Cavaleiro. Gostei do jogo que fez, mas continuo a achar que em várias jogadas peca por se agarrar demasiado à bola e não a soltar no momento certo. Apesar do bonito golo, esperava ver mais do Djuricic neste jogo. Teve um ou outro pormenor de qualidade, mas no geral pareceu-me desmotivado e alheado do jogo - bastou ver a forma como (não) festejou o golo, e calculo que até tenha sido por isso que o Rúben foi falar com ele nesse momento. Outro jogador que parece ter um problema de empenho é o Ola John. Dá pena ver tanto talento desperdiçado por falta de vontade em correr. Pelo contrário, o Funes Mori é um jogador que trabalha bastante e não vira a cara à luta, mas reforcei a opinião de que é tecnicamente limitado. E fiquei surpreendido pela negativa com a exibição do Steven Vitória, porque o que eu vi dele o ano passado no Estoril e até este ano pela equipa B faz-me esperar mais e melhor. O regressado Artur teve uma falha que poderia ter sido comprometedora, mas recompôs-se e esteve bem durante o resto do jogo.
Foi bom termos ficado já com o tema do apuramento resolvido. Assim podemos encarar a recepção ao Gil Vicente na última jornada com total tranquilidade, e resta-nos ficar à espera para saber qual a desagradável visita que teremos que fazer no jogo da meia-final.
Arranque
Apesar do mau historial recente em jogos contra o Porto, creio que todos os benfiquistas tinham hoje uma crença quase absoluta na vitória. Simplesmente não era imaginável outro resultado que não a vitória no clássico. E os nossos jogadores corresponderam a esta expectativa. Não com um jogo rico em pormenores técnicos de qualidade, mas com muita raça, empenho e concentração, oferecendo-nos uma vitória que há demasiado tempo nos fugia, numa tarde que fica marcada pela linda homenagem ao nosso King Eusébio antes do início da partida.
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A grande surpresa para mim foi a manutenção da titularidade do Oblak. Não que não fosse justificada, porque a verdade é que depois de uma série infeliz de jogos consecutivos a sofrer golos, desde que o Oblak assumiu a baliza que nem por uma vez a bola voltou a tocar as nossas redes. Não sei se tem tido muito trabalho ou não, mas o que tem tido, tem-no feito bem. Menos surpreendente foi a manutenção da aposta nos dois avançados que, confesso, não é do meu agrado em jogos contra o Porto. A primeira parte do jogo foi muito pouco interessante no que à qualidade do futebol diz respeito. As equipas acabaram por encaixar uma na outra, houve pouco espaço para jogar e muitos lances divididos, sempre disputados com grande intensidade. Os desequilíbrios e oportunidades de golo foram poucos, e a primeira vez que isso aconteceu resultou no golo do Benfica. Com uma dúzia de minutos decorridos, o Markovic aproveitou um mau passe de um adversário para recuperar a bola perto do círculo central, arrancou por ali fora com a bola controlada deixando adversários para trás, e na altura certa passou a bola para o Rodrigo que, descaído sobre a esquerda, desferiu um remate de primeira imparável para o golo. Ao contrário do que aconteceu com alguma frequência nos jogos mais recentes contra o Porto, desta vez fomos nós a adiantarmo-nos no marcador relativamente cedo, e isso fez muita diferença. O Benfica esta época parece jogar pouco para a nota artística, e em vez disso ter um espírito mais virado para o 'resultadismo'. Se calhar noutras épocas recentes, a seguir ao primeiro golo o Benfica embalaria na busca de um segundo. Desta vez optou por manter uma atitude mais resguardada e sóbria, controlando um Porto que se viu obrigado a ir em busca do golo. E, verdade se diga, fizeram-no exemplarmente. É que o Porto, que durante a primeira parte teve mais posse de bola, não conseguiu construir uma oportunidade de golo - não me recordo de, nas últimas épocas, alguma vez ter visto um Porto tão inofensivo na Luz. A única forma que o Porto tinha de levar a bola para perto da nossa baliza era através de livres, que eram aproveitados para despejar a bola para a área a partir de qualquer posição dentro do nosso meio campo, mas a nossa defesa hoje esteve sempre concentrada, e não foi por aí que criaram qualquer perigo.
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A segunda parte começou praticamente com um livre muito perigoso a favor do Porto, à entrada da área, que acabou com a bola nas mãos do Oblak. O Benfica respondeu com uma ocasião do Markovic, defendida para canto. Na sequência desse canto, houve um penálti flagrante cometido pelo Mangala, por mão na bola, que incompreensivelmente não foi assinalado. A jogada seguiu para novo canto, e na marcação deste, quando ainda se reclamava o penálti não assinalado, surgiu a entrada fulgurante do Garay, que de cabeça fuzilou a baliza do Porto. O golo aconteceu logo aos oito minutos, havendo portanto ainda muito tempo para jogar, mas praticamente dissipou quaisquer dúvidas sobre o vencedor, porque este Porto nunca pareceu mostrar qualquer capacidade para poder anular uma desvantagem de dois golos. O Benfica, com muito empenho e raça de todos os jogadores, continuou a manter o adversário longe da sua baliza, e tal como na primeira parte o Porto foi incapaz de criar uma oportunidade de golo que fosse. O Benfica, pelo contrário, em transições rápidas ia ameaçando dilatar ainda mais a sua vantagem, e dispôs de mais do que uma ocasião para o fazer. A melhor de todas esteve nos pés do Rodrigo, que se isolou e em frente ao Hélton acabou por chutar com o seu pior pé (o direito) por cima da baliza. A um quarto de hora do final o Porto ficou reduzido a dez, e a nossa tarefa ficou ainda mais facilitada. Se calhar o Benfica até poderia ter forçado na procura de mais um golo, mas o jogo já estava ganho e não valia a pena correr riscos desnecessários. Nestes últimos anos já vi o Benfica jogar de forma bem mais vistosa contra o Porto e não ganhar. Prefiro ver-nos jogar de forma mais realista e conseguir o resultado que nos interessa. Após o final do jogo, fiquei infelizmente com a nítida sensação de que o Matic se despediu do público da Luz.
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O maior destaque do jogo de hoje é para a equipa num todo. Tiveram a atitude e concentração certas para vencer um jogo sempre difícil, e que foi de luta intensa. Já há algum tempo que não via o Benfica impor-se ao Porto de forma tão natural. Em termos individuais, é com agrado que vamos assistindo à evolução do Markovic na vertente táctica do seu jogo. Depois, o talento natural dele ajuda a fazer a diferença, o que foi o caso hoje. O Rodrigo está a atravessar um momento bom de forma (ao contrário do Lima, que continua francamente desinspirado). Se calhar, agora que ele parece estar a regressar à forma 'pré-atropelamento pelo Bruto Alves', arriscamo-nos a vê-lo ser vendido. Gostei do Enzo e do Garay, o Maxi continua a subir de forma, e por fim o Matic, naquele que poderá ter sido o seu último jogo na Luz, despediu-se com mais uma boa exibição.
Debaixo de constantes críticas da imprensa e dos seus próprios adeptos, a ter que superar a carga psicológica negativa do terrível final da época passada, com diversos jogadores fulcrais indisponíveis por lesão, com o treinador suspenso durante um mês, o Benfica foi a melhor equipa da primeira volta do campeonato, mesmo que outros tenham sido os campeões das loas. Estamos em primeiro com todo o mérito, e apesar das inúmeras contrariedades que nos têm afligido. Espero que a vitória de hoje possa ser o arranque definitivo para a conquista desta Liga.
Agradável
A pausa de Natal parece ter-nos feito bem. Uma exibição agradável do Benfica - talvez das melhores a que assistimos nos últimos meses - permitiu-nos resolver o jogo bastante cedo, e depois gerir o resultado calmamente e avolumá-lo com naturalidade.
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O Benfica não fez quaisquer poupanças e entrou em campo com o onze mais forte que seria possível apresentar neste momento. Entrou também com uma atitude boa, a jogar com rapidez e agressividade, e foi recompensado logo aos dois minutos, altura em que chegou ao primeiro golo. Foi numa jogada bastante bonita, que envolveu o Siqueira, o Markovic e o Gaitán, sendo do pé esquerdo deste último que saiu o cruzamento para o cabeceamento certeiro do Rodrigo. Conforme disse, a atitude com que o Benfica entrou no jogo foi muito boa, com toda a equipa em bloco a exercer uma pressão forte sobre o Gil Vicente, o que resultou numa posse de bola quase permanente do Benfica. E quase sempre que a bola era recuperada, as transições para o ataque foram feitas em boa velocidade, o que permitia apanhar o adversário desposicionado e criar ocasiões de golo com frequência. Quando chegámos ao final do primeiro quarto de hora e marcámos o segundo golo, no intervalo de tempo entre os dois golos já tínhamos criado pelo menos três ocasiões flagrantes para voltar a marcar. O segundo golo foi da autoria do Markovic após uma boa combinação com o Rodrigo na cara do guarda-redes, depois de um bom passe do Enzo sobre a defesa que os deixou a ambos isolados. Com uma vantagem confortável adquirida tão cedo, o Benfica pôde jogar com tranquilidade e a partir da meia hora pareceu-me ter abrandado um pouco o ritmo, mas sem nunca ter largado o controlo absoluto do jogo. E ainda chegou ao terceiro golo, numa saída rápida para o ataque concluída mais uma vez pelo Rodrigo, que rematou para a baliza deserta a passe do Gaitán. Este tipo de jogadas costumavam ser bastante frequentes na nossa equipa, mas já há algum tempo que não as via. Neste caso pareceu-me particularmente importante a rapidez de decisão do Oblak na altura de lançar imediatamente a bola para o ataque assim que a agarrou. Como a equipa do Gil Vicente tinha subido até à área para a marcação de um livre, isto permitiu-nos partir para o ataque rapidamente e apanhar o adversário desprevenido e desorganizado - já disse várias vezes que as constantes indecisões e hesitações do Artur na altura de lançar os contra-ataques são um dos pormenores que mais me enervam nele.
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Tendo a primeira parte rendido a confortável vantagem de três golos, era mais do que esperada uma segunda parte muito menos agitada e de maior gestão de esforço por parte da nossa equipa. Foi exactamente isso que aconteceu. Mas desta vez o Benfica fez uma gestão equilibrada do jogo, pois não cometeu o erro habitual de simplesmente encostar-se atrás e entegar completamente a iniciativa de jogo ao adversário, limitando-se a defender a vantagem. Estivemos sempre por cima no jogo, mesmo jogando a uma velociade mais pausada nunca permitimos qualquer veleidade ao adversário, e apesar das oportunidades de golo serem em menor quantidade a possibilidade do resultado se avolumar esteve sempre presente. Esta confirmou-se com apenas treze minutos decorridos, quando o Lima converteu um penálti a castigar um derrube claro do guarda-redes ao Maxi. Depois deste golo o Benfica poupou-se mais ainda, retirando do jogo os sempre importantes Enzo e Matic, mas nem mesmo assim deixou de estar sempre por cima. O Lima esteve perto do quinto do Benfica e seu segundo da noite num toque de calcanhar defendido por instinto ou acaso pelo guarda-redes, mas acabou por marcar mesmo já em período de descontos, finalizando quase sobre a linha de golo um cruzamento tenso do Maxi.
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Muito boa a primeira parte do Rodrigo, que para mim foi o homem do jogo: marcou dois golos e fez a assistência para o Markovic marcar. Markovic que hoje esteve diferente para melhor. Para variar, o Benfica não jogou com menos um porque esta noite o sérvio mostrou uma atitude diferente, empenhando-se até a recuar no terreno para auxiliar a defesa e recuperar a bola. O Siqueira é um jogador que pode acrescentar muito à nossa equipa, e espero por isso que os problemas físicos que apresentou durante a primeira metade da época estejam definitivamente resolvidos. O Matic esteve ao seu nível, gostei também do Gaitán (duas assistências), e o Maxi voltou a estar bem melhor do que a mediocridade que andou a exibir durante uma boa parte da época até agora. No geral toda defesa mostrou-se mais segura - eu acho que isto não é de forma alguma alheio ao facto de termos mudado de guarda-redes, mas não tenho problema nenhum em confessar o meu facciosismo nesta questão.
Depois deste bom regresso é agora altura de pensar no próximo jogo contra o Porto. Pode ainda faltar meio campeonato para jogar, mas para mim será um jogo absolutamente decisivo. E espero que toda a gente dentro do clube tenha consciência disso.