Eliminado
Uma derrota pela margem mínima que tem algum sabor a injustiça, mas o resultado é o que conta e o facto é que o Benfica foi mais uma vez eliminado da Champions na fase de grupos.
Apresentando um onze sem qualquer novidade, o Benfica não entrou bem no jogo, revelando algum nervosismo durante os primeiros minutos, período durante o qual o Zenit esteve mais tempo no nosso meio campo. Passámos por um susto, numa bola que o Júlio César não conseguiu agarrar à primeira e que acabou por resultar numa grande confusão dentro da área até que o nosso guarda-redes acabou por agarrá-la novamente. Mas após esses minutos as equipas encaixaram uma na outra, o Benfica acalmou e o jogo passou a ser completamente repartido. Houve grande disputa na zona do meio campo, com nenhuma das equipas a conseguir impor-se, resultando daí um jogo pouco interessante e mesmo feio de seguir, em que a bola passou a maior parte do tempo longe das balizas e em que nenhuma das equipas conseguia construir jogadas dignas desse nome. Foi importante também a forma como André Almeida acertou com a marcação ao Hulk, que era teoricamente o principal desequilibrador do Zenit, e que a partir desse momento praticamente desapareceu do jogo. Durante a primeira parte conseguimos criar uma boa ocasião de golo, na qual o Salvio apareceu ao segundo poste a receber um cruzamento longo do Gaitán na esquerda mas o remate, de ângulo apertado, foi defendido por instinto pelo pé do guarda-redes russo.
Na segunda parte entrámos bastante melhor, tendo mesmo conseguido encostar o Zenit atrás durante os primeiros minutos. Durante esse período criámos situações flagrantes de golo que fomos incapazes de finalizar. Primeiro o Luisão apareceu completamente solto na área, descaído para a direita, e o que acabou por fazer não foi nem um remate, nem um passe para o Lima, que aparecia no meio em posição de finalizar - acabou por ser algo entre um remate e um passe, e nem sequer percebi qual era a intenção. Depois foi o Gaitán quem furou pela esquerda, e fez a bola atravessar a pequena área a pouco mais de um metro da linha de golo, sem que houvesse alguém capaz de lhe dar o toque decisivo. Durante este período creio que ficou mais ou menos evidente que uma das grandes lacunas do Benfica actualmente é a falta de um finalizador que ofereça maior presença na zona de decisão. Mantivemo-nos como a melhor equipa em campo até vinte minutos do final, altura em que o nosso treinador trocou o Talisca pelo Derley. A partir daí o Benfica desapareceu no ataque, e o Zenit voltou a aparecer no jogo. Na minha opinião a saída do Talisca até se justificava, já que estava bastante apagado no jogo, mas se calhar o risco de jogar com dois avançados puros foi demasiado, e pagámos por isso. Como tantas vezes acontece, quem não marca sofre e ao Zenit bastou criar uma ocasião de golo, a um quarto de hora do final, para marcar. Num lance em que o Jardel saiu da posição para perseguir o adversário até à zona lateral, a sua saída não foi devidamente compensada no centro (se tiver que apontar o dedo a alguém, será ao Samaris), e foi por aí que surgiu o Danny para fazer o golo num remate de primeira. A partir daí o resultado ficou praticamente selado, porque na minha opinião era claramente um jogo para ficar decidido com um golo, e porque o Zenit conseguiu congelar a bola e gastar o tempo junto das bandeirolas de canto. Antes do final, o Luisão foi expulso, conseguindo assim o Benfica o interessante registo de ter terminado reduzido a dez em três dos cinco jogos disputados até agora na Champions.
Num jogo sem exibições brilhantes menção para a forma eficaz como o André Almeida conseguiu travar o Hulk durante praticamente todo o jogo. Gostei do Enzo e do Gaitán, e pouco mais. O Talisca esteve muito apagado e o Lima continua, na minha opinião, a atravessar o pior momento desde que chegou ao Benfica (e este 'momento' já se arrasta há meses).
O grupo era difícil e o nosso destino era já bastante previsível desde que entrámos na competição com duas derrotas nos dois primeiros jogos, mas não deixa de ser um desapontamento ser-se efectivamente eliminado, restando saber quais as consequências disto em termos financeiros - esperemos por Janeiro para ver. No momento em que escrevo isto ainda não sei qual o resultado do Mónaco, mas em caso de vitória deles ficaremos definitivamente fora das competições europeias (e mesmo que não ganhem, ficaremos sempre dependentes de outros na última jornada) o que, a acontecer, será pouco menos que desastroso.