Keirrison
Está confirmado, o Benfica garantiu o Keirrison por uma época, com mais outra de opção. Apesar da incógnita que poderá ser a sua adaptação ao futebol europeu, daquilo que conheço do jogador só posso estar convencido que será um grande reforço.
Agora espero os argumentos do costume. Será que veio gozar a reforma para o Benfica. Parece-me que não, já que tem 20 anos. Será que só veio para o Benfica porque não é bom? Bem, quem o comprou foi o Barcelona, que desembolsou €14M por ele. Será que não faz falta? Já andava a ouvir dizer que se faltasse o Saviola ou o Cardozo o Benfica não teria um plano alternativo. Se calhar foi a novela que se arrastou muito tempo. Mas não, quando se dizia que o Benfica não era opção para o empréstimo, num dia tudo mudou e o jogador vem a caminho. Então se calhar o problema será que agora temos avançados a mais. Mesmo para quem há pouco dizia que o Weldon 'não é avançado para o Benfica', que o Nuno Gomes só interessa pelo peso no balneário, ou que o Mantorras é uma figura decorativa. De certeza que se arranjará um qualquer motivo de preocupação ou crítica.
Entretanto, e face às informações veiculadas pelo próprio Barcelona e pelo empresário do jogador, que deram conta das tentativas do sportém (pausa para risos) e do fóculporto para obterem o seu empréstimo, fico a aguardar por uma capa do Pasquim que dê conta deste 'roubo' perpetrado pelo Benfica.
Ajax
Nova vitória no Torneio de Amesterdão, e conquista do troféu. O Jorge Jesus já se pode pelo menos gabar de, em três semanas, ter conseguido ao serviço do Benfica um palmarés comparável ao do Nandinho.
A quantidade de jogos que temos feito de certeza que já pesa, e talvez por isso o Cardozo e o Aimar ficaram no banco de início. Para os seus lugares, Nuno Gomes e Carlos Martins. Foi um dos jogos mais complicados que o Benfica fez nesta pré-época. O Ajax joga bem e rápido no ataque, e entrou decidido, mas se há coisa de que não nos podemos queixar é de falta de sorte neste jogo. É que o Ajax resolveu dar uma ajuda, e quando ainda pouco tínhamos feito no ataque já nos víamos a ganhar, graças a um 'autogolão', com a bola a fazer um chapéu perfeito ao guarda-redes adversário. Este golo quebrou o ímpeto inicial do Ajax, e permitiu-nos assentar o jogo. Hoje não houve, no entanto, aquela pressão alta e muitas trocas de bola no ataque (notou-se a diferença no estilo de jogo do Aimar - que traz a bola para a frente colada aos pés, e em passes curtos - para o Carlos Martins, que dá preferência a passes longos), mas em vez disso viram-se bastantes saídas rápidas para o contra-ataque, aproveitando o balanceamento atacante do Ajax. Numa dessas saídas o Di María fez o segundo golo, numa jogada bonita em que a bola ainda passou pelos pés do Ramires, Nuno Gomes e Saviola. Isto deixava adivinhar um jogo mais ou menos tranquilo. Só que nos minutos finais da primeira parte o Ajax pressionou bastante, a chegou ao merecido golo, num grande remate à entrada da área após uma tabela que tirou o Luisão do lance.
Na segunda parte o Benfica parecia apostado apenas em gerir o resultado, tendo mais uma vez o Ajax entrado bem. E mais uma vez aproveitando uma falha da defesa holandesa, marcámos o golo da tranquilidade, sendo o David Luiz à boca da baliza quem aproveitou um mau corte de um defesa adversário. Seguiram-se alguns minutos de desorientação do Ajax, durante os quais o Benfica deu a impressão de poder marcar um quarto golo quase em cada ataque que fazia, e só nos quinze minutos finais é que o Ajax voltou a tomar conta do jogo e a pressionar, chegando ao segundo golo e ainda ameaçando o empate um par de vezes. Não o conseguiu, e assim o Benfica saiu de Amesterdão com o pleno: duas vitórias e o troféu.
Di María e David Luiz foram para mim os melhores. Bem acompanhados pelo Javi García (muito bom nas compensações e a destruir o jogo do adversário, não hesitando em recorrer à falta quando necessário) e pelo Ramires, cuja primeira parte me agradou mesmo muito, sobretudo nas ajudas defensivas e subsequentes saídas para o ataque. O Maxi esteve ao nível habitual, e o Shaffer voltou a mostrar-se mais no ataque, e melhorou um pouco na defesa (embora ainda com algumas falhas). Menos bem pareceu-me o Luisão na primeira parte, em que acumulou erros. Não é propriamente uma surpresa, pois o Luisão tem tendência a ter estas falhas enquanto não ganha ritmo, e ele até agora apenas tem dois ou três dias de treinos nas pernas. Na segunda parte já melhorou a sua prestação.
Agora são cinco dias sem jogos até ao Torneio de Guimarães. Vai parecer uma eternidade.
Sunderland
Foi um jogo com um ritmo mais pausado do que aqueles que vi até agora na pré-época. Calculo que algum cansaço seja mais do que aceitável, já que não me lembro de alguma vez ter visto uma pré-época com tantos jogos num espaço tão curto de tempo. Apesar do ritmo mais baixo (que implicou, por exemplo, uma menor pressão exercida sobre o adversário), pareceu-me que controlámos o jogo sem grandes sobressaltos durante a maior parte do tempo.
O onze apresentado de início não andará muito longe daquele que deverá ser o onze base para esta época. Curiosidade para ver sobretudo o Javi García (estreia absoluta) e o Ramires, no primeiro teste mais a sério. O primeiro acabou por fazer os noventa minutos, enquanto que o segundo jogou apenas a primeira parte. Ambos estiveram discretos, e não vi grandes motivos de realce, quer pela positiva, quer pela negativa. Quanto ao jogo em si, foi o Benfica quem assumiu a despesas de início, com o Sunderland a tentar o contra-ataque sem conseguir criar muito perigo, excepção feita a um lance em que houve uma falha de marcação da nossa defesa, e o Jones apareceu à vontade para cabecear ao lado. Chegámos à vantagem à passagem da meia hora, através de um penálti do Cardozo a castigar uma falta assinalada sobre o Saviola (após mais uma jogada de entendimento entre ele e o Aimar). Pareceu-me forçado o penálti, mas como lá fora em caso de dúvida os árbitros não decidem sempre contra nós, foi assinalado.
Depois do penálti o Sunderland tentou reagir e tomar conta do jogo, mas conforme disse, o Benfica nunca pareceu ter grandes dificuldades para controlar a partida. O melhor período dos ingleses até foi no reinício da segunda parte, mas este ímpeto morreu após dez minutos, com o golo do Maxi Pereira, após recuperar uma bola perto da área adversária e rematar entre as pernas de um defesa adversário. Depois disto, só mesmo mais sobre o final da partida, e mais uma vez após a entrada do Coentrão, é que as coisas voltaram a animar, com o Benfica a chegar perto do terceiro golo, mas faltou acertar no alvo.
Quanto aos jogadores, já quase nem é preciso repetir os elogios do costume ao Maxi. O Shaffer parece estar claramente a subir, e dos centrais gostei mais do David Luiz (é natural que o Luisão ainda esteja com falta de ritmo). O quarteto da frente (Cardozo, Saviola, Aimar e Di María) continua a prometer muito para esta época - gosto mesmo muito de ver aquelas combinações que às vezes o Saviola e o Aimar tiram do bolso - e o Coentrão, para não variar, veio dar um safanão ao jogo.
Daqui a dois dias, novo jogo. Com esta barrigada de jogos do Benfica após o jejum do defeso, acho que vou ficar mal habituado e estranhar quando passarmos a jogar só uma vez por semana.
Juniores
O Conselho de Disciplina da FPF tomou ontem uma decisão previsível face aos acontecimentos na academia de Alcochete, aquando do jogo para a fase final do Campeonato Nacional de juniores entre o sportém e o Benfica, e puniu ambos os clubes com uma derrota por 3-0, para além da obrigatoriedade da realização dos próximos seis jogos entre os dois clubes à porta fechada. A consequência mais mediática desta decisão acaba por ser a conquista do título de campeão nacional do escalão pelo Benfica. Quanto à consequência mais óbvia, essa já se começa a observar, que é a chinfrineira da parte da lagartagem sobre esta decisão, já que como é óbvio esperariam conseguir conquistar na secretaria aquilo que não conseguem dentro do campo. Na sua lógica distorcida, o Benfica é que foi o único responsável pelo que se passou em Alcochete, enquanto que os cândidos lagartos saltitavam de nenúfar em nenúfar, ébrios na sua imaculada inocência. Este comportamento velhaco da lagartagem não é nada que surpreenda.
Resolveram meter na cabeça que os adeptos do Benfica foram até lá com a intenção expressa de acabar com o jogo. Não percebo a lógica deste raciocínio. Se havia alguma equipa em situação mais desesperada antes deste jogo, era o sportém. Ao Benfica bastava o empate; o sportém tinha que vencer, ainda para mais uma equipa que já os tinha batido sem apelo nem agravo no Estádio da Luz. Aliás, as crónicas referem que no momento em que a lagartagem invadiu o terreno de jogo (sim, foi a lagartagem quem interrompeu o jogo e que depois, muito depois da claque do Benfica estar reunida e controlada pela polícia, continuou sem arredar pé do relvado) era mesmo a equipa do Benfica quem já mostrava ascendente na partida - temos inclusivamente exemplos anteriores da forma como a lagartagem gosta de reagir quando começa a ver um jogo mal parado, pois basta lembrarmo-nos como os cândidos membros de uma das suas claques reagiram a um golo do Geovanni no Alvalixo (certamente, conhecido o seu fair play, teriam apenas a inocente intenção de congratular o Geovanni pelo golão).
Quanto à auto-proclamada inocência da lagartagem, convém explicar qual é o conceito de 'inocência' que esta gente tem. Ainda os nossos adeptos não tinham entrado no curral de cabras, e cá fora já estavam a ser bombardeados com pedras atiradas por membros das claques do clube mais inocente do mundo. Curiosamente, e apesar do Benfica ter pedido as imagens das câmaras de segurança do exterior da academia, o sportém não quis ou não foi capaz de as fornecer. Vá-se lá saber porquê. Talvez mostrassem que enquanto os lagartos saltitavam de nenúfar em nenúfar iam atirando uns calhaus pelo caminho, o que não se coaduna de forma alguma com a suposta inocência no processo que não se cansam de anunciar. A entrada na academia foi feita debaixo de uma chuva de pedras (como, aliás, foi noticiado na altura pela repórter da Benfica TV presente, sendo depois por isto a Benfica TV acusada de 'falta de isenção jornalística' por algumas bestas 'isentas' na imprensa desportiva, nomeadamente um idiota de lagarto empedernido que dá pelo nome de José Manuel Freitas). Ao chegarem ao agora famoso 'caminho de cabras', os adeptos do Benfica, face ao anteriormente passado, ripostaram. E eu não quero com isto desculpar de forma alguma esta atitude: para mim isto é igualmente condenável, e por isso mesmo o Benfica foi castigado com uma derrota. Foram estas as imagens que vimos nas televisões generalistas, e que foram aproveitadas para vender a ideia de que os pacatos lagartos estavam ali descansados a ver o jogo, sem incomodar uma mosca, quando de repente uma horda de selvagens benfiquistas entrou por ali dentro a apedrejar tudo o que se mexia. Se por acaso olharem com atenção para as imagens, até verão que enquanto os benfiquistas atiram pedras, a polícia, que os acompanhava, nada faz. Isto porque a própria polícia testemunhou aquilo que se tinha passado antes, e terá sido com base nos relatórios da polícia, que apontam culpas aos adeptos dos dois clubes intervenientes, que a decisão do Conselho de Disciplina foi tomada.
Depois foi o que se viu. Invasão do campo por parte da lagartagem, abraços homoeróticos entre o Cabeça de Cotonete e gente rude de tronco nu e suado, o director de comunicação do sportém a roer as unhas de inveja e, numa atitude a todos os níveis louvável, desatarem a marrar contra tudo o que era vermelho. Quer isto dizer que os familiares dos jogadores benfiquistas, que se encontravam já nas bancadas, se tornaram alvos da fúria da lagartagem, sendo arremessados todo o tipo de objectos na sua direcção, o que obrigou a que essas pessoas tivessem que encontrar refúgio. Mas isto foi apenas mais um acto perfeitamente inocente, de adeptos que se comportaram de forma absolutamente exemplar o tempo todo, que foram apenas vítimas, e não têm quaisquer culpas no cartório. A culpa foi apenas e só dos benfiquistas, que até planearam a coisa toda, tal era o medo que tínhamos de perder um título de juniores para uma equipa que foi banalizada no Estádio da Luz (onde, curiosamente, os selvagens adeptos benfiquistas não andaram a apedrejar tudo o que mexia).
Agora que venha a peixeirada do costume da parte dos viscondes de chinelos. Por mais que eles clamem inocência, que falem de 'verdade desportiva', que utilizem seja que argumentos forem, a gente sabe que apenas uma coisa os move. Aquilo que os tem movido desde os primórdios da sua ridícula existência, passada invariavelmente na sombra. A enorme e incomparável azia de verem o Benfica ganhar algo.
Atletico
Ao quinto jogo, a primeira derrota na pré-temporada. Fico triste pelo resultado, particularmente por ser o jogo de apresentação aos adeptos, mas não posso evitar sentir alguma satisfação pelo futebol apresentado, em particular na primeira parte. Satisfeito também pelos mais de 57.000 benfiquistas que quiseram assistir ao vivo à apresentação da sua equipa.
O Atletico não veio simplesmente participar na festa, e soube complicar-nos a vida. Chegaram cedo à vantagem, num remate colocado de fora da área, mas em pouco tempo o Benfica empatou, com um golo fácil do Cardozo a passe do Saviola. Os pormenores mais interessantes continuam a ser a forma como a equipa pressiona - por diversas vezes foi possível ver a bola na posse do adversário e os nossos dez jogadores de campo todos dentro do meio campo adversário - e o futebol apoiado que conseguimos jogar, com trocas de bola rápidas em passes curtos, tendo o portador da bola quase sempre mais do que uma opção de passe. Infelizmente, o árbitro do encontro (não sei onde é que conseguimos desencantar estes gajos; como se já não bastasse ser isto que temos que enfrentar durante a época regular, ainda conseguimos encontrar árbitros dispostos a fazer horas extraordinárias durante a pré-época) resolveu que também queria ser protagonista, e conseguiu-o. O Atletico, com o golo do Forlán de penálti, chegou ao intervalo em vantagem.
A segunda parte foi jogada num ritmo mais pausado, e foi bem menos interessante de seguir, até porque as diversas substituições foram retirando qualidade ao jogo. Só mesmo as entradas do Mantorras e do Coentrão vieram dar alguma animação, mas o resultado não se alterou até final. Gostei de ver o Amorim a trinco, e também dos argentinos Aimar, Di María e Saviola. Para não variar, o Coentrão voltou a ter uma boa entrada no jogo, animando algo que parecia ter caído na monotonia. O Sepsi teve mais um jogo muito sofrível, e o Shaffer, que o substituiu, mostrou mais uma vez atributos sobretudo no aspecto atacante. O Cardozo picou o ponto, mas foi algo perdulário na segunda parte. Novidade foi apenas a estreia do Ramires, mas não teve grandes oportunidades para mostrar muito - embora tenha aparecido mais no jogo quando saiu da direita para ocupar uma posição mais central. O Maxi teve a entrega do costume, mas na primeira parte deu alguns espaços a defender, só que felizmente não houve um Reyes particularmente inspirado que os soubesse aproveitar. Quanto aos centrais, desfeita que foi a dupla Roderick/Miguel Vítor para que o David Luiz se estreasse nesta pré-época, pareceu-me que se deixaram ultrapassar com demasiada facilidade pelo Agüero no lance do penálti. O Miguel Vítor esteve perto de marcar por duas vezes, mas precisa de afinar a pontaria.
Mau resultado à parte, saí da Luz com alguma satisfação por aquilo que vi a equipa produzir, sobretudo na primeira parte. Mostrámos momentos de muito bom futebol, e não me parece que o resultado espelhe aquilo que se viu em campo. Espero grandes alegrias deste plantel.
Olhanense
Já será um lugar comum dizer isto, tantas foram as vezes que o ouvi nos comentários durante a transmissão televisiva, mas este foi um jogo já muito próximo daquilo que nos esperará na Liga, incluindo a má qualidade da arbitragem.
Houve um relativo equilíbrio durante grande parte do tempo, e para mim a maior satisfação foi mesmo a forma como a equipa reagiu à adversidade daquele penálti, quando já só faltava meia hora para o final. Não é algo a que eu esteja muito habituado em tempos recentes, já que o mais habitual seria a equipa desconcentrar-se e perder o jogo. O Cardozo redimiu-se do primeiro penálti que eu o vi falhar, e marcou um golaço, e depois, mesmo sendo um jogo quase a feijões, a equipa continuou a lutar até ao último minuto pela vitória, vindo a consegui-la precisamente nesse último minuto, com uma cabeçada do Miguel Vítor, a dar mais um exemplo (se mais fossem precisos) de que é um jogador à Benfica.
O Patric voltou a deixar-me uma má impressão, Rúben Amorim discreto como interior direito, Shaffer com altos e baixos (normalmente os melhores pormenores são a apoiar o ataque, e os piores são distracções defensivas). O Yebda voltou a ter algumas perdas de bola incompreensiveis. Dos dois 'putos' centrais, o habitual, mas o Roderick nesta pré-época deve ter estranhado a facilidade com que se assinalam penáltis contra nós, porque ele esteve envolvido em dois. O Di María foi caindo com o tempo, enquanto que o Aimar entrou mal mas foi melhorando. Quem entrou bem no jogo foi o Carlos Martins e, mais uma vez, o Coentrão, que com estes jogos deve estar a garantir um lugar no plantel. O Saviola fez aquele que terá sido o jogo mais discreto até agora, e o Cardozo apareceu na altura certa (ainda não percebo a forma como marcou aquele penálti, porque ele costuma marcá-los quase sempre em força). Quanto aos guarda-redes, nada de particular a apontar, mas parece-me que o Moreira está neste momento em vantagem.
Agora é esperar por terça-feira, para poder ver o Benfica 2009/10 ao vivo. E guardar ainda uns aplausos para o Simão, e até para o Reyes, se ele aparecer.
Athletic
Foi o teste mais difícil que tivemos até agora, nesta curta pré-época. O que resultou na exibição menos vistosa das três até agora. O Athletic encarou o jogo bastante a sério, pressionou, e causou dificuldades. Foi aliás aos bascos que pertenceu praticamente toda a primeira meia hora do jogo, e não foi por isso surpreendente que acabassem por chegar à vantagem, num lance em que a nossa defesa facilitou numa bola colocada para o centro da nossa área, o que aconteceu algumas vezes durante esse período inicial.
O Benfica melhorou durante o último quarto de hora dessa primeira parte, trazendo depois essa dinâmica para a segunda, onde sem deslumbrar teve o domínio quase total do jogo (só me recordo de um remate dos bascos à nossa baliza, num lance em que após um ressalto um jogador ficou isolado na cara do Moreira). Aparecendo sem marcação ao segundo poste, o Saviola por duas vezes marcou e deu-nos a vitória, que acaba por ser o resultado mais justo para o que se passou.
O Saviola, pelos dois golos (e não só; gostei de o ver jogar quando começou a recuar mais no terreno para vir buscar a bola e arrancar vindo de trás), merece o óbvio destaque. Na defesa, ninguém diria que o Roderick ainda é junior, já que para mim foi o melhor do sector. Bom jogo do Coentrão, menos Aimar que nos dois jogos anteriores, os laterais não me agradaram (o que é raro no Maxi), e notou-se bastante a ausência do Di María.
Shakhtar
Foi, à semelhança de ontem, um jogo com duas partes bastante distintas. Mas desta vez, até o 'Plano B' correu melhor, e mesmo perante um adversário bastante mais forte do que o de ontem, não deixámos fugir a vantagem conquistada.
Mais uma vez, os jogadores da frente estiveram em destaque na primeira parte, em particular o Di María e o Aimar. O Cardozo, como habitualmente, apareceu no sítio certo para marcar, e o Saviola, mais discreto que ontem, fez a assistência. Após 4571 tentativas, o Carlos Martins (esteve um pouco melhor que ontem) marcou um golo de livre directo, e assim se fez o resultado. Gostei dos dois novos laterais, particularmente do Shaffer, que pareceu bastante entrosado com os argentinos do ataque e subiu bastante bem. Bom jogo do Miguel Vítor, e também do Roderick, embora desta vez, talvez por excesso de confiança, tenha tido alguns deslizes evitáveis. Yebda também melhor que ontem, a tentar jogar mais simples. Gostei particularmente de, durante esta primeira parte, ter visto por diversas vezes o Benfica conseguir pressionar bem no meio campo adversário, resultando daí recuperações rápidas de bola e períodos extensos em que o Shakhtar mal conseguia sair organizado para o ataque. Na segunda parte, excelente o Moretto, e boas entradas do Coentrão e do Fellipe Bastos.
Ainda faltam vários jogadores importantes, mas apesar destes dois jogos terem sido apenas uma espécie de treinos mais a sério, acho que já se notam diferenças para a época passada. Para melhor. Estou a ficar com grandes expectativas para aquilo que jogadores como o Di María ou o Aimar, neste novo esquema, poderão fazer.
Sion
Foi apenas o primeiro jogo da época, e não deu para ver grande coisa. Uma primeira parte com alguns pormenores agradáveis e dois golos marcados pela dupla atacante, e uma segunda, já com muitas alterações, bastante pior, e dois golos sofridos em consequência de dois erros individuais. Ficou o empate final.
Nos pormenores interessantes, destacou-se o quarteto sul-americano da frente. Bem afinados, podem fazer coisas interessantes esta época. Gostei de vê-los a todos (mesmo o Di María e o Cardozo) a pressionar o adversário logo na saída da bola. Menos bem pareceram-me o Carlos Martins e o Yebda (o mais provável é que o Rúben Amorim e o Ramires ocupem as posições deles no losango do meio campo), e o Quim, que com o erro de hoje poderá ter dado um passo atrás na luta pela titularidade. Na defesa, os dois miúdos da formação não comprometeram, mas Luisão, David Luiz e Sídnei, quando regressarem, deverão discutir a titularidade.
Amanhã há mais.
Obrigado, Bruno
Sim, obrigado. Por causa de si, os benfiquistas uniram-se em torno daquilo que realmente interessa, acima de tudo: o Sport Lisboa e Benfica. É certo que esta união aconteceu com o propósito de simplesmente evitarmos que um verme, através de esquemas que o seu role model certamente não desdenharia, usurpasse o poder no Benfica, mas mostrou uma verdade indiscutível que o candidato Carvalho pareceu querer ignorar durante todo este tempo: o Benfica é nosso. De todos os sócios e adeptos; quem manda no clube somos nós, e entra cá quem nós queremos, não quem pensa poder entrar, ou quem, entre duas doses de lítio, se imagina já no cadeirão do poder. É preciso estar-se completamente desfasado do mundo real para que se consiga ter a ilusão de que se poderia governar um clube, seja qual fosse, contra a vontade da enormíssima maioria daqueles que, no fundo, são esse próprio clube. Os Benfiquistas sentiram que lhes estavam a querer roubar o clube, e uniram-se para darem uma resposta inequívoca a quem o tentou fazer.
O resultado desta união foi esmagador. Mesmo não havendo quaisquer dúvidas sobre quem venceria estas eleições (exceptuando, claro, na mente de algum eventual louco), os Benfiquistas responderam em massa: a segunda maior votação de sempre numas eleições do nosso clube, e um pormenor que me agradou particularmente, que foi a derrota esmagadora do candidato Carvalho face aos votos em branco. Os resultados e a participação nestas eleições parecem-me ser suficientemente esclarecedores sobre qual é a actual e expressiva vontade dos Benfiquistas quanto ao futuro do seu clube. Julgo que qualquer Benfiquista saberá fazer esta leitura.
Orgulho. Orgulho enorme e incomensurável por pertencer a esta enorme Família Benfiquista é aquilo que me invade neste momento.